25 de janeiro de 2010

O CEGO

30 Domingo do Tempo Comum.
(Marcos 10,46-52)
46. Chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu.
47. Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!
48. Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: Filho de Davi tem compaixão de mim!
49. Jesus parou e disse: Chamai-o Chamaram o cego, dizendo-lhe: Coragem! Levanta-te, ele te chama.
50. Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele.
51. Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: Que queres que te faça? Rabôni, respondeu-lhe o cego, que eu veja!
52. Jesus disse-lhe: Vai a tua fé te salvou. No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.
Reflexão.
1. A missão só acontece quando se está a caminho. Não podemos mais simplesmente convidar, mas ir ao encontro. Saindo, é que vamos nos deparando com as situações humanas. É o que acontece com Jesus que está a caminho. Muitas pessoas estão à beira do caminho na esperança de encontrar com alguém.
2. Na beira do caminho, na margem, sem perspectiva, está o cego Bartimeu a mendigar: a única atividade que lhe restava para sobreviver, já que fazia parte da categoria dos excluídos.
3. Bartimeu demonstra ser uma pessoa muito viva, que serve de exemplo para todos nós. Vejamos algumas atitudes interessantes:
· Ao saber que se trata de Jesus, começa a gritar, chamando Jesus pelo nome e apelando para a sua compaixão.
· Grita muito mais alto quando é reprimido pela multidão para que se cale. Realmente, o que queria aquele cego incomodando a passagem de Jesus? (Nas nossas celebrações os pobres marginalizados ainda muitas vezes são reprimidos, retirados;)
4. Jesus manda chamar o cego. Jesus não tem pressa como o sacerdote e o levita. Lucas 10,32. Em sua caminhada, as pessoas são personagens muito importantes.
5. O cego é interpelado: coragem levanta-te, ele te chama. Um momento muito importante na vida daquele homem sendo chamado por Jesus.
6. Disfez-se da capa, deu um salto e foi. O que seria a capa? Quais seriam as nossas capas? Ele não precisaria ser conduzido? O texto certamente quer mostrar a disposição daquele homem.
7. O que você quer? Para que você me chama? Essa pedagogia de Jesus é especial: valorizar, deixar que o outro se expresse, manifeste seus sentimentos. Levamos em conta esse método em nossa atividade missionária? Seria necessária a pergunta de Jesus? Do ponto de vista do seu método, sim. Ele, o cego, manifesta seu desejo: QUE EU VEJA. Jesus estava convivendo com muita gente que não queria enxergar: os discípulos, os fariseus, os escribas, os mestres da lei, etc. Encontra um cego que desejo ver e luta por isso, vencendo a opressão dos que dizem enxergar.
8. Vai, tua fé te salvou. Aquele cego passa a ser discípulo. Sai da margem e segue Jesus pelo caminho. Ele é realmente a figura do discípulo que vai fazendo o caminho do aprendizado.
9. A nossa sociedade, as nossas igrejas, nós cristãos e cristãs ainda não sabemos o que fazer com os que estão na beira do caminho: nem nos aproximamos por causa do medo. Coragem de mandar chamar também não temos. Chamar significa comprometer-se.
10. Como vamos nos comportar diante desta cena do evangelho?