30 de maio de 2020

PARA PENSAR



29/05/2020
PE BOSCO

Procurar  valorizar mais a própria vida.

Valorizar a vida dos seus irmãos e irmãs.

Dar mais importância á própria família.

Perder tempo com os pais e com os filhos.

Valorizar os momentos de convivência familiar.

Rezar juntos e meditar a palavra de Deus.

Relativizar na própria vida situações que não sejam de fundamental importância.

Viver a experiência da caridade e da atenção ao próximo.

Ser solícito para com a outra pessoa em suas necessidades.

Ter paciência para atitude da escuta do seu semelhante.

Viver intensamente cada momento que a vida nos oferece.

PENTECOSTES



30/05/2020
PE BOSCO

Amanhã dia 31 de maio. Um dia cheio de muita importância na vida de nossas paróquias e comunidades.  Durante o mês se reza o terço seguindo a tradicional devoção a Nossa Senhora. Além do terço, da ladainha e da consagração se acrescenta a meditação da palavra de Deus.
A devoção já não é a mesma, mas ainda se reza em todas as noites em capelas, na matriz, mas também nas famílias até a noite da coroação que conta com a presença de muitas pessoas. Muitas senhoras, quando crianças, participaram da coroação e querem que filhas e netas também participem hoje.
No magnificat Maria diz que todas as gerações a chamarão de mulher abençoada ou bendita. Essa profecia se realiza, em todos os tempos, através das novas gerações e das aparições, claro, aquelas reconhecidas pela igreja.  Cresce, na verdade, cada vez mais a importância da mãe de Jesus, e nossa, ao longo da história.
Numa feliz coincidência, acontece na mesma data a festa de Pentecostes. Maria concebeu seu filho na força do divino Espírito Santo, como também, estava presente em Pentecostes no cenáculo com os apóstolos reunidos, por isso, faz muito sentido que assim celebramos esse momento singular que coincide neste ano.
Cheia do Espírito Santo, cheia de graça, isto é, cheia de Deus, Maria se, pôs a caminho para servir. Esse é o sentido também de Pentecostes; quem recebe o Espírito Santo abre as portas como aconteceu aos apóstolos e transmite a mensagem. A vinda do Espírito é para encaminhar aqueles ainda medrosos e trancados, para a missão. Ali começou a se propagar pelo mundo o evangelho através da pregação e do testemunho como no relata os Atos dos Apóstolos.  
O “IDE” de Jesus começou a ser posto em prática naquela ocasião e aos nossos dias, o apelo continua. A igreja, povo de batizados, deve se sentir a cada dia sempre mais interpelado. O Espírito de Deus é o mesmo e doador dos mesmos dons. A nossa atitude deve ser de acolhida e de vivência do mesmo mistério, como disse Maria ao anjo: “faça-se em mim segundo a tua palavra”. Lucas 1,38. Receber o Espírito é assumir essa mesma servidão para a missão como aconteceu a Jesus na sinagoga de Nazaré em Lucas 4, 18.
Assim, com estes sentimentos de confiança vivenciamos pela celebração da Eucaristia, a festa de Pentecostes e com ela a coroação de Maria, aquela que disse Sim a Deus e acolheu Jesus pela força do Espírito Santo.


29 de maio de 2020

CONVERSÃO



29/05/2020
PE BOSCO

Em tempos de pandemia temos as orientações suficientes para as medidas de proteção, mas, como acontece com todas as situações, cada pessoa é livre para fazer o que acha melhor ou pior para si. Costuma-se dizer que se é dona ou dono do nariz. Assim cada pessoa faz a sua escolha para o bem ou para o mal. Quando se arrepende em tempo consegue reverter situações, quando é tarde, não consegue mais refazer a vida acaba no prejuízo. Assim é a vida.
Na vida cristã não basta professar a fé, sem membro de uma igreja, estar ligado a esse ou aquele grupo.  Não é suficiente ter essa ou aquela função para se sentir numa boa condição na igreja. Algo mais exigente deve acontecer para que a vida cristã seja conforme a vontade de Deus.
No primeiro capítulo de Marcos, Jesus começa a sua missão. A primeira mensagem é um apelo para a conversão porque o reino está próximo. Ao longo de sua trajetória, a mensagem vai sempre seguida de um apelo à mudança, a transformação da mente e do coração. Arrependimento e conversão aparecem juntos tanto na bíblia como no sacramento da confissão e na teologia do sacramento da penitência.
A conversão não pode ser um simples sentimento, mas uma atitude radical que gera uma mudança de caminho. No livro de Joel capítulo dois está escrito: Rasguem o coração e não as roupas.
Rasgar pode ser destruir, desfazer ou abandonar, no entanto, aqui, rasgar tem o sentido de transformar para ter no coração sentimentos de uma vida verdadeiramente cristã.
O problema está na aceitação e na disciplina. Não se pode viver uma vida nova sem a mudança das atitudes, sem um novo plano. Dizem que o mundo não será o mesmo depois da pandemia. Poderá e não poderá. Vai depender de como cada pessoa está avaliando e percebendo a sua vida; se tiver se dando conta do que não deveria continuar, com ou sem pandemia.
Abandonar os velhos costumes não é fácil, trata-se de um grande desafio. As mudanças não acontecem por causa dos nossos apegos ao passado, aos nossos hábitos e costumes. Sempre vivi assim; ou sou assim; eu não consigo.
Conversão significa viver um processo diferente. São Paulo chegou a dizer, “Já não vivo eu, Cristo vive em mim”.  Gálatas 2,20. A conversão só será possível nesse processo. Enquanto se pensa em fazer aquilo que apenas se quer será impossível um processo de conversão.


27 de maio de 2020

UNIDADE CRISTÃ



27/05/2020
PE BOSCO

Estamos celebrando a semana de oração pela unidade dos cristãos. De modo geral, essa semana não tem muita repercussão nas comunidades menores.  Falta-lhes a consciência da importância desse tema tão desejado pelo próprio Cristo conforme o texto joanino no capitulo 17.
Em nossas comunidades existem muitos sinais de vida e de ressurreição, partilha e solidariedade. Mesmo assim, como acontece com o joio e o trigo, as divisões são muito freqüentes entre grupos e comunidades também. A falta de unidade e comunhão se tornam grave pecado contra  o desejo de Jesus.
Rezando pela unidade, que não anula a identidade de nenhum grupo, o desejo é de que todos trabalhem na cooperação missionária para a expansão do reino de Deus.
O desejo de Jesus é de que todos sejam um, João 17,21, de tal modo seja a comunhão e a possibilidade de trabalho em comum, cada pessoa com a sua peculiaridade e diferença, no entanto, todos colaborando com a mesma finalidade, sem disputas e indiferenças. Esse na verdade é o grande desafio do ser igreja hoje. Em nome da autonomia e da manutenção de interesses de grupos, prevalece o particular em detrimento da unidade e da comunhão eclesial.
Na festa de Pentecostes, celebramos a vinda do Espírito Santo sobre a igreja. Ele é o advogado prometido por Jesus para que se tenha a compreensão da missão apresentada como a alma da igreja. Alma quer dizer animo; sem alma não se tem vida. A igreja sem o Espírito será um corpo sem vida e jamais terá a possibilidade da unidade.
Na carta de Paulo, a primeira aos coríntios, capítulo 12, o apóstolo chama a nossa atenção sobre os diferentes dons, mas tudo provém do mesmo espírito. Isso significa que ninguém pode atribuir a si próprio os dons, mas precisa reconhecer que são provenientes do espírito.
São Paulo ainda acrescenta que o Espírito concede a cada pessoa o seu dom para o bem e crescimento da comunidade cristã. Assim é pelo espírito de Deus que devemos ser conduzidos. Como São Paulo em gálatas 5, 16 nos diz: “Deixem que o Espírito de Deus dirija a vida de vocês..”
Celebrando a festa dele, do Divino, tenhamos essa consciência de que a continuidade da missão passa por Ele que nos fará compreender todas as coisas. João 14,26.




26 de maio de 2020

TUDO EM COMUM




26/05/2020
PE BOSCO

Na comunidade dos Atos dos Apóstolos havia todas as dificuldades presentes também hoje em nossas comunidades e grupos. O apóstolo Paulo, que difundiu o cristianismo e fundou-as, precisou muitas vezes chamar a atenção das mesmas para o essencial, que será sempre o amou.
No império romano o cristianismo era perseguido, mas causava admiração a convivência entre eles. A partilha e a vida em comum, Atos 2, 42-47. Amor será em todos os tempos uma experiência, uma prática de vida. Os outros devem identificar em nossa vida, tanto pessoal como comunitária, quando foi que manifestamos de fato o nosso amor. Em que momento, fomos capazes de amar.
Jesus fala de amor aos inimigos. Trata-se do amor mais verdadeiro e mais cristão. Nada fácil é claro porém muito mais necessário. Em Lucas capítulo 6, 27, encontramos expressões assim: “Amem os inimigos, façam o bem, desejem o bem, dê sempre, façam aos outros a mesma coisa que desejam.” Aqui a palavra de Jesus aponta sempre para algo muito concreto, para o agir e um agir completamente diferenciado.
Mais adiante o mesmo faz um paralelo, entre a vida cristã e os agem de má fama.  Aqueles considerados de má fama amam os que lhes fazem o bem; emprestam a quem devolve; façam o contrário. Fazer como Deus que é bom para os ingratos e maus.
Por não termos esses mesmos sentimentos do próprio Cristo, como nos interpela Paulo, apóstolo em Filipenses capítulo 2, é que temos tantos desafios e problemas de  convivência: nos falta o verdadeiro sentido do amor cristão que brota do coração e da vida do nosso mestre e Senhor.   
 Nossas comunidades, nossos grupos, a igreja na sua estrutura como um todo, só cumprirá a sua missão, quando todo o seu agir evangelizador e mantenedor da disciplina, for motivada e guiada pelo amor.
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. João 13. Não podemos fazer de outra forma, não podemos agir diferente, até o fim, por mais difícil que possa ser. Mais difícil foi carregar a cruz, literalmente falando e nele ser pregado com total confiança. O amor que o levou a uma morte dolorosa ao extremo.
O amor se canta em prosa e verso, mas o amor se deve viver até o fim. Não existe prova de amor sem a doação da vida.

25 de maio de 2020

EUCARISTIA



25/05/2020
PE BOSCO

A eucaristia é um grande dom para a igreja. Jesus chamou e formou os seus discípulos.  Antes de sua morte, faz a celebração pascal, na qual, tomou o pão, como se fazia costumeiramente. Porém, desta vez surpreendeu os seus discípulos dizendo: “Isto é meu corpo”. Acrescentando: “Tomai e comei”. Assim ele oferece seu corpo e sangue.
A eucaristia é o maior dom. Nenhum outro sacramento é tão precioso, mesmo que todos sejam igualmente importantes. De todos os sacramentos, só na eucaristia nós podemos nele nos alimentar, tomar parte na ceia, banquete da vida divina.
Sem mérito de nossa parte, o Jesus nos presenteia todos os dias no mundo inteiro, através do ministério ordenado que é também dádiva de Deus e não merecimento do ministro.
Esse dom tão precioso é também um grande compromisso. Jesus também nos disse: “Fazei isto em memória de mim”. Essa expressão pode ser compreendida apenas como repetir o gesto na celebração, no entanto, se trata de algo muito maior. O que ele fazia era a entrega de sua vida para redimir a humanidade toda.
A eucaristia é feita de um grande compromisso. Podemos entender a eucaristia como um ato estritamente individual, como devoção espiritual. Pode-se ter comunhão diária sem ter uma vida eucarística, ou seja, voltada para o verdadeiro sentido da comunhão. O Cristo vivo da hóstia não se distancia do Cristo presente em cada pessoa, sobretudo naquela que não queremos enxergá-lo de tão desfigurado, sem vida.
Faz sentido a comunhão na mesa eucarística quando essa mesma comunhão se realiza com o todo, com os que sofrem. A comunhão deve nos levar a uma vida sem ódio, sem violência, sem brigas, sem desavenças, sem egoísmos, sem interesses e práticas desonestas.
Que adianta tanta devoção no domingo cheio e piedade para explorar o seu irmão que também participou da mesma mesa eucarística? Como recebo o corpo do Senhor partilhado, se a minha vida é tomada o tempo inteiro pela ganância?
Comunhão é vida plena para todos. Quem deseja a morte do seu semelhante, a pena de morte,  se encontra fora da comunhão como aqueles que mataram o Senhor.

23 de maio de 2020

ASCENÇAO DO SENHOR


23/05/2020.
PE BOSCO
O dia 24 de maio,  domingo da ascensão do Senhor. A sua volta para o Pai não é um ausentar-se ou um abandono do mundo e daqueles que ele chamou para estarem com ele. Muito pelo contrário, a sua presença permanece. 
A palavra marcante em Mateus 28 nesse momento de ascensão é: “Eis que estarei convosco todos os dias até ao fim do mundo”. Ascensão, portanto, não tem a ver com uma volta ao pai como se ele simplesmente retornasse após cumprir uma tarefa. A sua presença será permanente, todos os dias, até que estejamos presentes neste mundo.
Jesus dá aos seus essa garantia depois que os envia. “Ide e fazei discípulos”. A igreja em saída, propagada pelo papa Francisco está aqui. Jesus fez discípulos e pede que a missão dele seja continuada nessa direção. Nossa missão cristã mais do que realizar tantas tarefas é ajudar as pessoas a descobrirem a sua identidade de discípulos e discípulas de Jesus.
Talvez seja necessário, à luz da festa de hoje, pensar um pouco como estamos cumprindo esse papel e também com nossos grupos, fazê-los pensar se conseguem se sentir assim.
Jesus recomenda O BATISMO, O ENSINAMENTO E OBSERVÂNCIA. O batismo tem sido realizado ao longo da história, de forma ampla desde que o cristianismo se tornou religião oficial no império romano.  O ensinamento tem deixado ainda a desejar. Estamos tentando retomar a catequese de estilo catecumenal, mas o caminho é longo e feito com paciência. As mudanças vão se dando de forma gradual. A vivência cristã depende da assimilação de cada pessoa e de seu testemunho. Claro que existem muitos gestos bonitos anônimos. O reino de Deus se manifesta sem que o percebamos, mas  a nossa parte sempre precisa acontecer.
A missão se dá pelo testemunho como Jesus nos ensinou e viveu. Aprendam de mim, como ele nos disse, porque sou manso e humilde, Mateus 11, 28-30. Pessoas enviadas, educadas nessa escola, serão capazes de comunicar aos outros, essa mesma mansidão e humildade, como virtudes evangélicas.
Um tema presente no dia de hoje que deve ser aprofundado é o das Comunicações Sociais. A igreja, por 54 anos seguidos, lança para o dia da ascensão, um tema para refletir. A comunicação está relacionada com o envio para a missão.  A mensagem do papa Francisco para este ano traz um tema muito significativo: “Para que contes a teus filhos e netos. A vida se faz história”.
Este tema retoma as origens do povo de Deus, da tradição oral e a necessidade do diálogo para os dias atuais, como também como está sendo a comunicação na igreja e na sociedade.

22 de maio de 2020

DOM E COMPROMISSO



22/05/2020
PE BOSCO
 “Dom e compromisso” é o tema do Congresso Eucarístico Nacional adiado para o próximo ano por conta da pandemia. Dom e compromisso, duas grandes mensagens para a vida da igreja e da humanidade.
A vida é um dom. Tenho repetido esse princípio fundamental de que a vida não nos pertence.  Deus nos presenteou e cada dia nos concede essa graça de viver.  A consciência de que a vida não depende de nós, mesmo sabendo que muitas escolhas dependem de nós. Apesar disso, não há domínio de nossa parte sobre a vida. Quantas vezes escutamos dizer: “A vida é minha, faço o que quiser”.
A vida é um dom, a vida como um todo. Não sejamos egoístas, pensando em nós, apenas. O cosmos, como um todo; toda obra criada, e, sobretudo, a sacralidade da vida humana. Numa cultura de morte, assimilada por muitas mentes, a pessoa humana perdeu o seu valor para o que é nocivo, desumano e anticristão.
A natureza está sendo destruída. A Amazônia, pelas notícias, nunca foi tão devastada como nos últimos anos. A destruição da natureza, fauna e flora, significa também a destruição da vida humana.  Como o ser humano destrói o que não lhe pertence? Mesmo se pertencesse, ele se autodestrói.
Na concepção do papa Francisco, a vida humana não está separada do ambiente. Usar a expressão meio ambiente, já não é mais expressão correta.  Meio ambiente nos trazia uma idéia de que as pessoas estariam separadas do mundo em que vivem. Na verdade uma dicotomia.
O papa concebe uma ecologia integral, como podemos identificar na narrativa da criação. Ao criar, Deus a cada dia, vai pela sua palavra realizando a sua obra até chegar ao ser humano que recebe a tarefa de cuidar da natureza. A natureza depende da ação humana e a pessoa humana depende da natureza. São de fato realidades que não se separam.
Ao criar Deus pensa na vida de todos os seres, cada um tendo as condições necessárias para sobreviver e se reproduzir, e não só, mas promover o equilíbrio natural. “E Deus viu que tudo era bom”. Gênesis 1.
O único culpado pela destruição da natureza e de si próprio é o ser humano. O lucro, a exploração, a ganância, o ser grande, igual a Deus, foram sentimentos que levaram e continuam nos levando ao pecado.
A vida é um dom de Deus; com a nossa liberdade, temos nos desviado do caminho e tirado o que de mais belo Deus nos concede. Deus se revela pela beleza da vida.


21 de maio de 2020

O TEMPO



21/05/2020
PE BOSCO

No salmo 144 se diz que a vida humana é como um sopro; seus dias passam como a sombra que passa. Em Mateus 6, 34 diz o texto que não deve haver preocupação com o dia de amanhã. O que significam para nós estas expressões?
Na realidade, nos falta a consciência dessa transitoriedade. Por natureza a pessoa humana tem a tendência, com as exceções, de se estabelecer e se imaginar como se fosse definitivo. Existem dois movimentos: um que nos prende e nos leva à estabilidade que é o mais seguido; o outro seria de nos tornar cada vez mais leves e livres, conscientes de que a vida humana é um momento  muito breve.
Não se trata de fazer teorias, mas, de fato, pensar sobre as preocupações exageradas que temos.  Não se preocupar com o dia de manhã não significa ter atitudes de irresponsabilidade e de descaso com a vida. O planejamento flexível é necessário como também uma maneira de viver bem o tempo que o senhor nos oferece. Não se preocupar significa evitar as preocupações que nos tiram a paz e a oportunidade de aproveitar o tempo presente e a graça que nos oferece. Viver a gratuidade e a alegria do momento de Deus em nós.
Quantas pessoas que nem se dão conta de como viveram os seus anos.  Ocuparam o tempo inteiro daquilo que é passageiro; brigaram com os outros por causa das riquezas e até sobre algo que nada significava. Viveram infelizes e perderam o tempo, isto é, a vida, em coisas fúteis.
O texto do Eclesiastes, com tom muito realista nos pergunta sobre qual o proveito de todo o trabalho feito com fadiga debaixo do sol? Claro que pelo trabalho nós realizamos, sobrevivemos, ajudamos aos outros com nosso trabalho, etc. O texto sagrado, no entanto, chama-nos a atenção para os apegos e, sobretudo, se absolutizar o que na verdade é vulnerável e não eterno.
Alguém já dizia que seremos lembrados em alguma fotografia. Podemos acrescentar que também na história da família, em algum escrito que tivermos deixado como também se tivermos a graça de um grande testemunho de vida.
Para além de tudo isso, a vida é um grande dom, a maior obra e graça de Deus. Podemos realizar a vontade Deus, colaborar na construção do seu reino, desde que tenhamos a graça de direcionarmo-nos para o caminho que é próprio Jesus.
Nada de pessimismo, mas de realismo otimista diante dos desafios e da beleza da vida.


18 de maio de 2020

PANDEMIA


18/05/2020
PE BOSCO

 De tudo o que se tem dito como conteúdo sério sobre a pandemia se refere ao chamado  isolamento  social. Nenhuma outra medida é capaz de conter a proliferação do vírus. Está comprovado que quanto mais aglomerações e mais pessoas infectadas. 
Assim estão as grandes cidades porque não obedecem às determinações anunciadas pelas autoridades. Existem pessoas que insistem em permanecerem nas ruas e sem usarem máscara. Entre essas pessoas estão as que agem por ignorar o que está sendo orientado e outras seguem a ideologia do sistema econômico assegurando não se pode deixar de trabalhar e querem impor a exposição de pessoas nas ruas. Os que fazem essa defesa são exatamente os que não trabalham ou aqueles pobres que também precisam trabalhar mas carregam a ideologia do sistema dominante.
O discurso da ocupação vertical não serve e não se sustenta. Hoje toda população independente da faixa etária está em risco. Não existe mais o grupo de risco. Crianças, jovens, meia idade, idosos, tanto se recuperam como morrem. A economia não pode ser preocupação de hoje. Ir trabalhar para salvar a economia é ir para um campo de batalha muito perigoso. Ter a vida ou ter o dinheiro? O que é mais importante?
A igreja, defensora da vida, perita em humanidade, não tem dúvidas. Pode até ter dívidas, mas se manterá totalmente do lado da vida, do correto, do isolamento físico e promovendo as orações e os serviços de caridade. Sem a pandemia muitos de nossos doentes já rezavam ouvindo a rádio e os canais que transmitem a missa diária. Não é uma novidade absoluta, mas uma prática que agora se intensifica nestes tempos de isolamento.
As pessoas contrárias ao isolamento chegaram a sentir na própria pele, que a questão não é para ser levada na falta de seriedade. É lamentável mas pagar com a própria vida não é nada interessante. Isso tem se repetido e não podemos concordar.
Fora os ambientes de grandes festas, o lugar de maior aglomeração em todos os tempos são as nossas igrejas. Quem defende uma cultura de morte, expondo as pessoas em nome da economia deve gritar no deserto. Devemos seguir as corretas orientações e a voz da nossa consciência. No momento oportuno, começaremos a viver na normalidade, mas certamente com os devidos cuidados.
 A Basílica de São Pedro começa a  abrir as portas certamente de forma gradual. Assim chegaremos também, na paciência e sem precipitações. Cada igreja particular com o seu bispo e seus presbíteros saberão o momento oportuno seguindo as orientações sensatas dos que governam os nossos estados.


15 de maio de 2020

OS POBRES


15/05/2020
PE BOSCO


Em 1998, o teólogo Gustavo Gutiérrez, escreveu o livro, “Onde dormirão os pobres”? Gustavo Gutiérrez, um dos expoentes da teologia da libertação, sempre muito criticada, mas muito utilizada na igreja, até por aqueles que fazem a crítica sem conhecimento de causa. Em síntese, a teologia cumpre dois papeis, ou nos escraviza ou nos liberta. Como Deus criou o ser humano para ser livre, a teologia que nos liberta é aquela que mais nos será útil, uma vez que o Deus de Israel, de Isaac e Jacó é um Deus libertador e nos quer livres.
O titulo do livro supracitado, portanto, nos traz uma pergunta de cunho profético, evangélico e eclesial, apresentando as mesmas preocupações que tinha Jesus, que certa feita disse no capitulo oitavo de Marcos que tinha compaixão daquele povo que o seguia pelo terceiro dia e não tinha o que comer.
Onde dormirão os pobres? A pergunta está posta para o futuro, mas a realidade de pobreza e desigualdade social sempre fez parte da historia humana. A expressão usada em Puebla, em 1979, “ricos cada vez mais ricos à custa de pobres cada vez mais pobres”, continua sendo constatada em qualquer pesquisa atualmente.
A expressão “à custa de pobres.” se dá exatamente através da injustiça que retira aquilo que é direito fundamental dos mais fracos.  Lula Miranda escreveu na Carta Maior um artigo em 25/07/2006 que começa assim: “Toda riqueza é ilícita, abjeta, vil, ilegítima, aviltante. Ou você por acaso é do tipo que acha que alguém enriquece como conseqüência do suor de seu trabalho”?
As carências das periferias de nossas cidades existem exatamente pela falta de atenção aos mais pobres que se aglomeram sem assistência alguma. Saúde, educação, moradia, transporte, desemprego, saneamento básico, entre outros, são problemas tratados com indiferença pelo poder publico que desvia recursos públicos, “pelo ralo”, como se costuma dizer.
As populações hoje que vivem na rua nos trazem um grande desafio, sobretudo hoje em tempos de pandemia. Como dizer fique em casa aos que moram na rua e aos que vivem em casebres que não comportam ninguém?
Para as igrejas de modo geral que pregam o evangelho, concluo essa reflexão com uma palavra de Dom Marcelo Carvalheira: “Não posso anunciar o evangelho sem me comprometer com a luta pela justiça social.”



12 de maio de 2020

GANHAR A ETERNIDADE




12/05/2020

PE BOSCO

Bom mestre, o que devo fazer para ganhar ou herdar a vida eterna? Esta pergunta é feita por alguém que se ajoelha aos pés de Jesus, ao que parece feita por uma pessoa rica, habituada sempre a ganhar e, nem sempre, com muito esforço. O texto se encontra em Marcos 10, 17, em Mateus 19 e em Lucas 18.
Jesus, na verdade, lhe faz outra pergunta que consiste em saber se ele conhece os mandamentos. Não se tratava de uma pessoa alheia aos ensinamentos da lei, pois conforma que desde criança ter sido instruído na fé. Até aí os dois vão se entendendo e se aceitando no diálogo. Conhecer os mandamentos é um passo importante, mas não é tudo.
Na prática de Jesus, ganhar significa perder. Por isso, Jesus recomenda que só lhe faltava uma coisa apenas: vender os bens e dar aos pobres, para ter uma riqueza no céu. Como no céu os bens não são necessários, nem é possível levá-los, é necessário se desapegar dos mesmos. Partilhar com os demais aquilo que sobra para uma pessoa ou a uma família.
A reação do mesmo foi a de muitos de hoje: não aceitar. O que é meu é meu; assim se pensa e assim se faz. O desejo de ganhar a vida eterna foi substituído pela possibilidade de se manter rico, isto é, apegado ao que possuía. Não são poucas as pessoas que mesmo no final da vida terrena continuam presas ao que possuem.
O apego à riqueza é um grave pecado, tão grave que impede de que se entre na dinâmica do reino de Deus. Pode ser mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, seja o camelo compreendo como um animal ou como uma grossa corda como algumas interpretações sugerem. Na verdade, está compreendida a comparação. A pessoa apegada, sem disposição para repartir o pão, significa alguém que leva tantas demandas consigo que não consegue entrar. Vale lembrar que Jesus afirmou que a porta é estreita; que muitos tentarão passar e não conseguirão. É preciso se esforçar e mesmo assim não será possível para alguns. Lucas 13, 24. A imagem da porta é muito sugestiva, pois só por ela é que temos acesso. Como ela é estreita entra a pessoa  sem nada, sem as riquezas,  e uma de cada vez.
Aquela pessoa que se aniquila, a exemplo do mestre é exatamente aquela de faz o processo para entrar no reino dos céus. O movimento contrário cada vez mais nos distancia de Deus e do seu reino.
Que ninguém de nós seja este jovem rico: religioso, mas egoísta.

11 de maio de 2020

TEMPO PARA TUDO


11/05/2020
PE BOSCO

Hoje ouvi dizer que estamos em isolamento físico e não social. Na verdade a nossa  convivência  é familiar e podemos nos contactar com os outros através das redes sociais. De fato, estamos sem conviver livremente em sociedade. Em todo caso, está alterado completamente o nosso ritmo pessoal e social com a Covid 19, aqui compreendida como a doença.
O tempo é para recolhimento, como mecanismo de defesa, naturalmente para quem tem as possibilidades para isso. Muitos terão que sair para o trabalho essencial ou busca de formas de sobrevivência como também saúde, remédio, etc. Até aonde vai nos levar essa dinâmica não se sabe, mas, com certeza, Deus proverá através da ciência que cuida da descoberta  das vacinas e  alternativas outras que surgirão.
Por enquanto a paciência deve ser a nossa companheira, conjuntamente com a fé e o cuidado com os outros com os quais podemos nos comunicar pelas redes sociais que aperfeiçoam cada vez mais e ampliam as formas de comunicação com mais pessoas que estão se reunindo e discutindo questões importantes.
Não é a primeira vez que o mundo enfrentou situações assim, ao que parece, com um diferencial de menos alcance. A Corona, como doença viral, com cunho muito mais contagioso e com capacidade de se espalhar pelo mundo, numa corrida desenfreada, chegando a todos os recantos.
O grande problema está relacionado com o comportamento das pessoas que se aglomeram. Está comprovado que, quanto mais a vida for normal, mais se abrirão espaças para novos doentes. Isso as pessoas não estão se dando conta. Na Alemanha os jovens de algumas cidades se rebelaram, foram para a rua e gritaram contra a imposição do isolamento. Só quando os que são contra se tornam vítimas é que recomendam para ficar em casa. O povo sempre foi de cabeça dura. Sai para a rua tendo ou não necessidade. Sair por sair como se a vida tivesse acontecendo na normalidade.
A Cidade de Guarabira, na Paraíba, em poucos dias o número de infectados  cresceu.   A prefeitura resolveu sair do isolamento e a cidade se tornou povoada com muitas pessoas na rua. A partir daí os casos começaram a crescer de forma rápida.
Parafraseando o livro do Eclesiastes capítulo 3, há um tempo para tudo. Neste momento é o tempo para reduzir as nossas atividades, sair do ativismo que nos consumia, como possibilidade de prolongar um pouco mais os nossos dias e poder servir melhor.
Também somos o resultado de nossas escolhas e cada pessoa tem a liberdade de seguir o seu caminho. Nada podemos impor ao outro. Isso deveu aprender.
Nem Deus nunca lhe imporá nada.


9 de maio de 2020

DIA DAS MÃES



10/05/2020
PE BOSCO




Hoje celebramos o dia das mães. Aquelas que cuidam e dão a vida pela família, filhos e esposos em todos os momentos, seja noite ou dia, sem descanso algum.

A figura central da casa acaba sendo a mãe mesmo que a sociedade ainda atribui ao pai o papel principal por causa da cultura patriarcal que temos ainda.
Hoje não podemos deixar de reconhecer a figura das mães  nossas vidas. Não seríamos nós hoje sem essa presença materna que nos acompanhou desde os nove meses onde cada ser foi se desenvolvendo, até o momento final da consciência da mãe.

Deus é considerado como Pai, mas não como  nos critérios da cultura ocidental. A bíblia sempre apresentou Deus com caráter iscas de amor e misericórdia que são próprias da mãe. Na verdade os sentimentos maternos de Deus se manifestaram em toda história da revelação.

Hoje não podemos deixar de agradecer a Deus pela figura co- criadora, aquela, que com Deus, colabora para que a vida se faça presente na terra, sem esquecer o calvário de tantas mães pobres  e vítimas da violência de seus maridos ou companheiros.

Que Deus em sua infinita bondade acolha no seu reinado, todas as mães que a exemplo de Maria de Nazaré, deram suas vidas pela criação de seus filhos, em meio a tantos sofrimentos como aconteceu a Nossa Senhora nossa mãe. 

Que Deus as abençoe abundantemente neste dia.

QUINTO DOMINGO DA PASCOA




09/05/2020

PE BOSCO

Não se perturbar é a palavra de ordem, exatamente porque o ser humano é aquele tipo que sofre antecipado sem atem saber o que realmente aconteceu. Com imensa sabedoria Jesus recomenda que para cada dia já é suficiente  a sua preocupação. Mateus 6,34.
De fato, assim deverá ser o nosso proceder. Tudo nos angustia sem até ser necessário.  Quando Jesus faz essa advertência, ele tem presente a sua partida e, com razão, vai tranquilizar os discípulos. Ele sabia como eram: da mesma forma como somos hoje.  Nada de desespero! Ele nada resolve. Tudo deve ser vivido na fé. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. João 14. A fé é para todos os momentos, mas, sobretudo para os momentos de provação.
A confiança que conduz à certeza: é na casa do Pai há muitas moradas. Ele vai para preparar um lugar e depois retorna para levá-los consigo, assegurando que eles já sabem o caminho, depois de toda convivência com o mestre.  Quando Jesus chamou os discípulos foi para que estivessem com ele.  Marcos 3,13. Assim a comunhão com o Senhor será neste mundo e na casa do Pai. Não se perturbar.
Tomé reage porque não sabe o caminho da casa do Pai. Jesus aproveita a ocasião para dizer-lhes que ele é o caminho. Que ninguém chega ao Pai a não ser por ele. Diante de tantas propostas e de tantos caminhos, de fato, só nele chegaremos ao pai.
Nesse momento Jesus se associa ao Pai, a sua comunhão com ele, quando Filipe pede para ver o Pai. Quem me vê, vê o Pai. Eu e o Pai somos um. A missão do Filho é tornar conhecida a imagem do Pai. Aqui o texto retorna para o apelo da fé, o acreditar, eu estou no pai e o pai está em mim.
Trata-se, portanto, de uma bela página como todas as outras, de um verdadeiro tesouro, onde Jesus se apresenta para a despedida, tranquiliza os seus, comunica a certeza da comunhão eterna, se apresenta como caminho e a sua união com pai, enquanto interpela-os para a fé.
Trata-se, sim, de um bonito roteiro de catequese e de aprofundamento da nossa vida cristã. Como havia dito Pedro, para onde iremos só tu tens palavras de vida eterna. João 6,60.
Neste domingo da páscoa, renovemos o nosso amor a Cristo e à sua palavra que nos encoraja.


CORAGEM NECESSÁRIA




09/05/2020

PE BOSCO


A pessoa humana convive com muitos medos e inúmeras inseguranças. A pessoa humana se imagina invencível, forte, eterna neste mundo; não pensa na vida e não pensa como está vivendo o hoje de sua história, mas a realidade não é esta que imaginamos. Somos muito frágeis. Somos como um vaso de barro valioso, mas se segurança ou consistência. Qualquer desequilíbrio ou mal estar pode nos afetar.
Precisamos aprender a conviver com o medo, pois ele fará sempre parte de nossa vida e história, como sempre fez parte da vida dos discípulos de Jesus. Por isso, certa vez, antes de sua participa ele disse aos seus que não ficassem perturbados em seus corações. É verdade que por quase nada se angustia o nosso coração e até manifestamos isso aos outros.
O medo leva a angústia; o medo pode paralisar as pessoas, como de fato acontece com muitas pessoas, porém, não podemos nos deixar pela insegurança e pelo medo, pois são realidades que fazem parte de nossas vidas.
Existem muitos pensamentos sobre a necessidade de viver bem e com coragem; uma desses é de Charles Chaplin que diz: “A vida é maravilhosa se não se tem medo dela”, isto é, medo de assumir os desafios que lhe acompanham.
Em se tratando da vida cristã, o momento mais assombro foi do tempo dos primeiros cristãos perseguidos e mortos. Mesmo assim, não houve acomodação, mas coragem para prosseguir o caminho. O sangue dos mártires era como semente para novos cristãos. A perseguição não vencia os ânimos, por isso continuavam no caminho a seguir.
O martírio acompanha toda história do cristianismo; homens e mulheres, que por causa da fé e do seguimento a Cristo, entregam suas vidas, superam o medo, levam consigo uma força maior, que é do próprio Deus que os envia para a missão.
Na primeira carta aos coríntios, 16, 13 está escrito: “Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens corajosos, sejam fortes”. Estas palavras revelam o contexto no qual viviam os cristãos na igreja primitiva. Perseguição e morte. Não ter medo daqueles que podem matar o corpo, mas não podem matar a alma, conforme  citação de Mateus capítulo 10.
Claro que vamos seguir com nossos medos humanos, mas não podemos nos omitir diante da verdade do evangelho.
A vida cristã é um grande desafio.

8 de maio de 2020

ADORAR AO SENHOR




08/05/2020
PE BOSCO


Com as igrejas fechadas, não podemos ter mais as atividades comuns. Tanto as dioceses como os governos estaduais publicaram decretos para que sejam evitados encontros que geram aglomerações. As igrejas são ambientes que reúnem muitas pessoas o que não é permitido no momento. A única saída, no mundo todo, para evitar a rápida proliferação da doença é permanecer em casa.
O que muitas pessoas sentem mais falta é a adoração do santíssimo nas quintas feiras que todas as paróquias conseguem fazer como momento que mais agrega as pessoas. Muitas dentre elas nem participam da missa, mas gostam da adoração. Costumamos recordar que não existe adoração sem a celebração da missa. A adoração é ato segundo. O ato primeiro é participar da ceia.
O que devemos fazer está previsto no diálogo de Jesus com a mulher samaritana no evangelho de João, capítulo quarto.  Esse diálogo aconteceu na beira do poço de Jacó onde a mulher foi buscar água e Jesus lhe pediu que lhe desse de beber.
A questão que mais nos interessa aqui está mais ou menos no meio da conversa, no versículo 23, quando a mulher quer saber onde de deve adorar, se no monte Garizim ou em Jerusalém. O que mais surpreende é que Jesus responde que em nenhum dos lugares. Isso significa que essas adorações não estavam agradando a Deus. Jesus, como judeu, se a religião judaica do seu tempo tivesse afinada com a vontade do pai, teria sido defendida por Jesus.
A resposta de Jesus para a mulher traz uma revolução na forma de celebrar o culto que era inteiramente fechada. Era impossível encontrar a Deus fora do templo. Todos os anos havia a obrigação. Ao completar 12 anos, conforme o costume Jesus seguiu para a festa. Lucas 2, 42.
A grande novidade dessa relação com Deus para a adoração é de que “os verdadeiros adoradores, adorarão ao Pai em espírito e verdade”.  Nesse momento em que não podemos ir à igreja para aquele momento, somos chamados a colocar em prática essas palavras de Jesus. De fato, a adoração a Deus não pode se restringir a um momento passageiro, que pode até ser superficial. A adoração deve ser duradoura, sempre, em espírito e verdade, na sinceridade e na compreensão de que devemos estar sempre na presença de Deus. O fato é que limitamos a um momento restrito, curto, para se conceber diante de Deus, e, depois dali, vamos quer coisa que nos distancia daquele que deve ser adorado.
VINDE E ADOREMOS EM ESPIRITO E VERDADE.

EVANGELIZAR




08/05/2020
PE BOSCO


Evangelizar é uma palavra muito citada nos documentos da igreja e na linguagem coloquial também.  Trata-se sempre de levar uma boa notícia aos demais uma vez que estamos saturados de tantas notícias ruins, que nos jogam para baixo. A evangelização deve ser algo que nos levanta e que nos faz criar ânimo. As citações bíblicas são muitas com essa finalidade. Animus, em latim significa alma. Não ter ânimo é não ter alma; sem alma não teremos vida.
Jesus quando anuncia o seu projeto missionário na sinagoga, em Lucas 4, 18, o mesmo diz ter sido ungido pelo espírito para evangelizar os pobres. Bom recordar que os pobres não eram evangelizados, mas afastados, condenados, em todas as esferas da sociedade.
O anúncio que Jesus faz é um divisor de águas, uma vez que a evangelização era para toda a humanidade, mas com atenção aos mais fragilizados: pobres, presos, cegos, oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor. Todos podem se encaixar nessas categorias, mas, de fato, alguns são quase que condenados a permanecer nessa situação.
Em todos os tempos, admitindo ou não, a maioria do povo, mesmo nos países ricos, é encaixada como pobre materialmente falando e, por isso, presa, oprimida e cega pela sua condição. O medo dos pobres é imenso, diante daqueles que mandam.
Assim, evangelizar será sempre uma boa notícia para quem acredita e abre o coração, como será uma má notícia para quem fecha o seu ouvido para a mensagem cristã. Para os sacerdotes, escribas e fariseus, este anúncio foi uma péssima notícia. Para quem se considera poderoso e dono de si, esse anúncio é uma péssima notícia.
Nos anos 70, Dom Marcelo Pinto Carvalheira, ao ser escolhido pelo papa escolheu como lema: evangelizar! Ele sabia o que queria ao fazer essa escolha e como falava tão bem sobre esse lema.
Evangelizar, para a nossa concepção, hoje, significa fazer uma missão, uma bonita pregação, uma live em tempos de pandemia e ficar com a consciência do dever cumprido. Para Jesus e para a igreja hoje o anúncio faz parte, mas não apenas com palavras, mas seguido de gestos, doação, testemunho de vida.
O anúncio da boa notícia e a vivência do fato anunciado é o que faz a diferença na vida cristã.  Jesus conduziu a sua vida com esses dois pilares.

7 de maio de 2020

REPENSAR AS HABILIDADES


07/05/2020
PE BOSCO

Existem muitas pessoas que se sentem inúteis e vivem reclamando da vida e que para nada servem, que não faz sentido algum viver, que já deveriam ter morrido que só dão trabalho, que Deus não as escuta. A ladainha é grande se nos prolongarmos aqui.
Essas pessoas precisam descobrir que não estamos no mundo por acaso e que fomos criados com as capacidades que Deus nos concedeu quando nos fez à sua imagem e semelhança. Pensar que no universo Deus nos colocou como seres capazes de cuidar da obra criada, é algo muito nobre. Isso já seria suficiente para cada pessoa revê a sua posição de pessimista. Visitar a bíblia e meditar o salmo 138 valem à pena. Recordo de um retiro no antigo seminário de Olinda quando o pregador iniciou a retiro meditando com os seminaristas presentes este salmo.
Cada pessoa precisa também fazer sua reflexão sobre a parábola dos talentos no evangelho de Mateus 25, 14 seguintes. Trata-se da conhecida parábola dos talentos. O patrão viaja, chama teres empregados e lhes entrega dinheiro a cada   um deles de acordo com a capacidade e cada um.  Um detalhe importante é de que cada pessoa tem a sua capacidade, pode ser mais ou menos, mas todos nós somos dotados de habilidades.
A questão está posta no reconhecimento de cada pessoa, do seu dom, e, fazer sempre um aprimoramento. Os três da parábola que representam a humanidade toda receberam talentos diferentes, uns mais e outros menos. A questão não está aí, mas na capacidade de desenvolver os dons recebidos. Acontece que alguém tem habilidades fantásticas, no entanto, não é capaz de colocar em prática, a serviço de si próprio e dos outras também os dons recebidos de forma natural.
Na parábola, como forma de incentivo, quem multiplicou o que recebeu, recebe mais. As contrario quem enterrou o talento, perde tudo e passa a ser tratado como preguiçoso. O ganhar aqui não se associa com uma lógica capitalista, mas como incentivo para o crescimento e o serviço para a expansão do Reino de Deus.
Portanto, nunca devemos nos sentir como desgraçados e inúteis. Se assim nos sentirmos, o problema nem é de Deus nem dos outros, mas de cada pessoa que assim se percebe, mas que pode se trabalhar para identificar dentro de si seus talentos. Eles existem, mas talvez estejam enterrados.