12 de maio de 2020

GANHAR A ETERNIDADE




12/05/2020

PE BOSCO

Bom mestre, o que devo fazer para ganhar ou herdar a vida eterna? Esta pergunta é feita por alguém que se ajoelha aos pés de Jesus, ao que parece feita por uma pessoa rica, habituada sempre a ganhar e, nem sempre, com muito esforço. O texto se encontra em Marcos 10, 17, em Mateus 19 e em Lucas 18.
Jesus, na verdade, lhe faz outra pergunta que consiste em saber se ele conhece os mandamentos. Não se tratava de uma pessoa alheia aos ensinamentos da lei, pois conforma que desde criança ter sido instruído na fé. Até aí os dois vão se entendendo e se aceitando no diálogo. Conhecer os mandamentos é um passo importante, mas não é tudo.
Na prática de Jesus, ganhar significa perder. Por isso, Jesus recomenda que só lhe faltava uma coisa apenas: vender os bens e dar aos pobres, para ter uma riqueza no céu. Como no céu os bens não são necessários, nem é possível levá-los, é necessário se desapegar dos mesmos. Partilhar com os demais aquilo que sobra para uma pessoa ou a uma família.
A reação do mesmo foi a de muitos de hoje: não aceitar. O que é meu é meu; assim se pensa e assim se faz. O desejo de ganhar a vida eterna foi substituído pela possibilidade de se manter rico, isto é, apegado ao que possuía. Não são poucas as pessoas que mesmo no final da vida terrena continuam presas ao que possuem.
O apego à riqueza é um grave pecado, tão grave que impede de que se entre na dinâmica do reino de Deus. Pode ser mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, seja o camelo compreendo como um animal ou como uma grossa corda como algumas interpretações sugerem. Na verdade, está compreendida a comparação. A pessoa apegada, sem disposição para repartir o pão, significa alguém que leva tantas demandas consigo que não consegue entrar. Vale lembrar que Jesus afirmou que a porta é estreita; que muitos tentarão passar e não conseguirão. É preciso se esforçar e mesmo assim não será possível para alguns. Lucas 13, 24. A imagem da porta é muito sugestiva, pois só por ela é que temos acesso. Como ela é estreita entra a pessoa  sem nada, sem as riquezas,  e uma de cada vez.
Aquela pessoa que se aniquila, a exemplo do mestre é exatamente aquela de faz o processo para entrar no reino dos céus. O movimento contrário cada vez mais nos distancia de Deus e do seu reino.
Que ninguém de nós seja este jovem rico: religioso, mas egoísta.