13 de agosto de 2020

SANTA DULCE



13/08/2020
PE BOSCO
Hoje dia 13 de agosto, celebramos o dia de santa Dulce dos pobres. Era o anjo bom da Bahia, e agora, o anjo bom do Brasil. Uma Irmã muito frágil fisicamente com uma grande força. Ninguém podia imaginar a sua força; na verdade, a força da santidade que é própria de Deus.
Não é por acaso Jesus compara o reino como uma semente de mostarda. Quem não entende, não é capaz de imaginar o que pode acontecer. O mesmo acontecer com o agir de Deus na vida das pessoas que se abrem para a graça de Deus com total confiança.
A Irmã Dulce foi essa pessoa capaz de compreender que não se pode viver a vida consagrada, sem o compromisso com os que sofrem e morrem por falta de acolhida. Essa experiência precisa questionar a igreja e as congregações com suas estruturas fechadas para o próximo.
Nem suas irmãs conseguiram compreendê-la quando a mesma acabou com o galinheiro do convento para acolher pobres ali. É assim mesmo! Não se consegue compreender o agir de Deus no ser humano quando segue uma vida santa. Não será o dinheiro nem grandes iniciativas que transformará o mundo sem corações convertidos e dedicados ao próximo a exemplo de Santa Dulce.
Até mesmo em casa, na família religiosa, ela enfrentou dificuldades e, certamente, na sociedade, mas ao mesmo tempo contou com a generosidade e pode construir um império, não para si mesma, mas tudo para os outros, os mais abandonados, doentes e pobres.
Na santidade cristã mais autêntica encontramos estas características fundamentais de um grande amor apaixonado a Deus que se confunde também com o amor ao próximo sofrido “objeto” do amor de Deus, como o pobre, o órfão e a viúva.
Os grandes santos e santas puderam se destacar exatamente na linha da caridade, de modo particular para com os doentes como santa Dulce, do mesmo modo como Jesus cuidou dos doentes de forma dedicada.
Sempre nos lembramos do nosso anjo da guarda e a ele rezamos, por isso, não podemos nos esquecer de que devemos ser anjo também para o socorro e proteção dos desfavorecidos como tantos homens e mulheres na história e também de forma anônima, foram no seu tempo.
Santa Dulce dos pobres interceda a Deus, para não nos esquecermos dos mais necessitados. Cada pobre é a imagem e a semelhança de Deus para nós.

PANDEMIA EM ALTA




13/08/2020
PE BOSCO
Por quase um semestre estamos mergulhados na pandemia. Recordamos quando foi anunciado o primeiro caso. O anúncio foi no dia 2 de abril conforme o G1. Não se tinha ideia do que poderia acontecer. Daqui a pouco completaremos um semestre e só tem crescido o número de mortos e de infectados.
 O Brasil já passou dos 100 mil mortos e no Brasil não aconteceu isolamento social, apenas ensaios. Nenhum estado do Brasil atingiu a meta recomendada.
Quanto maior tem sido a prática de aglomerações e maior a possibilidade de contágio. Nos estados são raros os municípios que estão isentos. Isso reflete o grau de contágio da doença. É como se o vírus fosse levado pelo vento.
A Paraíba já foi atingida. No dia 15 de julho se noticiava que apenas os municípios de Ouro Velho e São Domingos não registraram casos da doença. Os demais, 221 estavam comprometidos.
O município de Guarabira, cidade pólo da região chamada do brejo, ocupa o terceiro lugar no estado em número de pessoas infectadas. O comércio nunca fechou. As aglomerações na feira e nos bancos são rotineiras.  Não existe preocupação das autoridades locais como também da população. As únicas medidas viáveis deixam de ser observadas aqui e alhures.
O Brasil, com mais de 100 mil pessoas mortas a partir dos dados oficiais continua com secretário interino no ministério da saúde. Sem uma atuação clara, visível, diante da realidade.
Os dados repassados pela rede globo diariamente, parece não refletirem a realidade. De um dia para o outro mudam os dados nos estados. Oscilam os números diariamente.
A esperança sobre o uso de vacina continua. São muitas pesquisas, mas isso levará ainda um tempo para chegar a algo científico. Até lá a situação vai se prolongando com muitas vidas perdidas entre todas as idades.
De fato, o mundo se deparou diante de uma situação inesperada e inusitada. Em um mundo que se considera pós moderno está dominado por essa pandemia, contando também com a indiferença dos que governam e dão prioridade às questões econômicas em detrimento da vida humana.
As leis do capitalismo estão acima da Lei da vida e da dignidade, destruindo vidas a cada segundo. No reino de Deus anunciado por Jesus prevalece a vida acima do capital. Hoje a acusação feita a Jesus seria de comunista e vermelho. 


12 de agosto de 2020

PROFECIA SEMPRE




PE BOSCO
01/08/2020
Em torno de 37 bispos espalhados pelo Brasil começaram um diálogo a respeito da situação no nosso país, a partir das preocupações sobre a saúde do povo brasileiro, esquecer que em situações de crise, os mais pobres são que são mais penalizados.
Esse diálogo muito justo e muito necessário, levou às necessidade de escrever uma carta dirigida ao povo de Deus. O diálogo foi se ampliando de tal modo que a carta chegou a ser apoiada por mais bispos e arcebispos e um cardeal, chegando a 152 signatários, certamente chegando a mais adesões.
É bom recordar que cada bispo tem o direito de escrever cartas pastorais dirigidas ao povo de sua diocese, como o papa escreve suas cartas e encíclicas, dirigidas ao mundo, abordando as situações do mundo que põem em risco a vida das pessoas.
Quando foi publicado no Nordeste o documento “Eu ouvi os clamores do meu povo”, de fundamental importância para denunciar as questões do Nordeste, um pequeno grupo assumiu a autoria: treze bispos e cinco religiosos.
Os bispos que hoje assinaram a carta ao povo de Deus, apenas nos apresentaram a realidade em que vivemos no Brasil, tão visível e tão real que não tem como ser escondida.  
A missão da igreja, como a missão de Jesus, terá que partir sempre da realidade da vida de mulheres e homens. Será impossível evangelizar sem tocar a situação da pessoa a ser evangelizada.
Basta olhar as falas de Jesus e como ele falou da situação vivida por ele e por seus contemporâneos. Falou de semente, de mar, de rede, de fermento, de fome, de pão, flores, aves do céu, de riqueza, de pobreza, das leis que desprezavam a vida, viúva, juiz, estrangeiro, etc.
Os pastores do povo de Deus não poderão cuidar do rebanho, sem olhar e acompanhar a quantas anda a vida do rebanho. Os pais não falam apenas de Deus para os filhos mas com eles devem falar com Deus e com tudo o que tem a ver com suas necessidades: da mesma forma a nossa igreja, nossa mas através dos nossos pastores mas através de todas as pessoas batizadas.
Pastoreio e evangelização não podem andar sem a profecia, (anúncio do reino e denúncia do anti reino). De fato, o que está posto em pauta na carta dos bispos, deve ser uma prática constante.
Depois da carta dos bispos, padres de todo Brasil, já passando de 1.500 adesões, também publicaram um carta de apoio aos bispos. Sim, isso é preocupação pela vida do povo de Deus. Não ter esse olhar atento é negar o pastoreio, é ser ladrão e assaltante como disse Jesus em João capítulo 10.
Muitas notas de apoio estão sendo feitas por pastorais, serviços, leigos e leigas, religiosas, diáconos, etc. o povo de Deus traz consigo a missão profética.  Somos a mesma igreja e, por isso, devemos nos sentir juntos não só no culto, mas na defesa intransigente da vida da humanidade.
As reações contrárias não vão deixar de existir. Isso faz parte da missão, como aconteceu com o próprio Jesus. A verdadeira religião não comunga com ódio, mas os religiosos do tempo de Jesus foram tomados pelo ódio e o mataram, a vida, no entanto venceu a morte e mais derrotadas ainda ficaram as autoridades do seu tempo.
As críticas vão fazer crescer a profecia. Na crise e na injustiça surge a profecia. O sangue dos mártires era como semente na igreja primitiva como sabemos. Vamos adiante, sempre, avançando para águas mais profundas, como nos disse o nosso mestre.