14 de agosto de 2010

Grandeza

Uma grande Alegria:UNIR-SE A DEUS;

Uma Grande tristeza: DISTANCIAR-SE DELE;

A maior Esperança: A ETERNIDADE;

A pior descrença: PERDER A FÉ;

A maior Dor: A PRESENÇA DA MORTE;

A maior Caridade: DAR A VIDA;

Uma angustia: SENTIR-SE UM PESO, INÚTIL, DESPREZADO;

A  maior certeza: DEUS;

2 de agosto de 2010

A questão dos Bens.

A riqueza já foi vista como sinal da benção de Deus. Em Jesus a riqueza pode ser um grande empecilho para a vida cristã, dependendo da maneira como a pessoa se coloca diante dela. O evangelho está cheio de exemplos. Os exemplos mostram que o problema não é a riqueza em si. Também a questão não é como ainda se pensa que os ricos estão fora da proposta da salvação. Lembro-me muito que nos anos idos esta questão era muito colocada. Tudo, na verdade, depende da opção que se faz em relação ao caminho que se vai seguir. Já diz o Antigo Testamento: “Diante de ti ponho a vida e ponho a morte.”.
Um texto clássico, conhecido, mostra que tomamos o rumo das nossas escolhas. Trata-se da cena do Rico e Lazaro. Lucas 16,20-31.
O texto, na verdade, apresenta o abismo existente ainda hoje entre ricos e pobres. Vejam: Se abordamos pouco hoje esta questão, não é porque a mesma não exista. Ela é tão real como narrada por Jesus.
De um lado está Lazaro próximo do rico. Costumava sentar-se junto à porta do rico. Estava próximo. Lazaro é um mendigo: Exposto, doente, faminto, ferido. Conta apenas com a presença dos cães para lamber-lhe as feridas. Lazaro tinha vontade de comer. Percebe-se que não era uma pessoa doente, mas tornada doente pela sua situação de abandono. Poderia ser restabelecida a sua vida. As migalhas da casa do rico lhe saciaria a fome. Lazaro está morrendo pela fome diante do banquete celebrado todos os dias. Além de exibir-se com a beleza da roupa o rico, que nem nome tem, por re3presentar a todas as pessoas que não olham para o próximo, ”Constantemente organizava festas com banquetes”. Mas nada chegava para saciar a fome de Lázaro.
O que temos de diferente hoje? Nem sempre Lazaro está à nossa porta. Hoje Lazaro está ao lado do nosso edifício, escondido no barraco que cai na beira do córrego. No nosso prédio tem um muro, um vigia, uma cerca elétrica. Lázaro fica mais isolado. Sabemos que ele está por ali, mas queremos distancia. A polícia deve nos vigiar para que Lázaro não avance contra nós. Lázaro nos ameaça. Devemos ter cuidado com Lázaro. Muitas vezes Lázaro só quer uma roupa e um pouco de comida.
Lázaro não pode entrar em nossas casas, em nossas festas, em nossas confraternizações, em nossas celebrações. Se entrar há alguma pessoa encarregada de retirá-lo dali. Um parêntese:
Você se lembra da raiva do fariseu quando a mulher entrou em sua casa para lavar os pés de Jesus? Ele queria que Jesus tivesse a mesma reação e acabou levando uma lição de moral do mestre.
Lázaro morre. O rico também morre. A riqueza não devolve a vida. Nisso somos iguais. A família do rico ainda tenta ser diferente, mas a condição é a mesma. O que acontece de diferente é a inversão da situação. Quem teve tudo, nada terá; quem nada teve agora tem. Lazaro fica no céu, que é a comunhão com Deus e o rico, no inferno, que é a ausência de Deus.
Lázaro precisava do pão do rico; agora o rico precisa de uma gota de água de Lazaro para refrescar a língua. O rico poderia ter feito; Lázaro agora não pode. O abismo que existia entre os dois na terra, era superável; agora é intransponível. Um não pode mais chegar ao outro. Passou o tempo, acabou-se a oportunidade.
O rico quer se servir de Lázaro para se comunicar com os seus irmãos. Está preocupado com o futuro deles. O espirito de Lázaro poderá convencê-los. Ainda hoje se prefere acreditar na mensagem dos espíritos: que nunca se comunicaram com ninguém. Alguém aceitar enganar a alguém que também aceita ser enganado. Os seus irmãos precisam ouvir os profetas. Mas eles não aceitam os vivos, os que falam, questionam, denunciam. Quem vai ouvir a igreja? Isso tudo é mentira. A bíblia foram os homens que inventaram. Não tem nada com Deus. Deus é meu dinheiro.
O relato deste Lázaro e deste rico é o relato da nossa vida na relação entre os bens e o próximo. Os bens são mais importantes que o próximo, mas é o próximo quem é mais importante que os bens. Os bens passam, não passam de bens, são apenas bens, o próximo se eterniza, pois o próximo é Imago Dei.
Outro importante texto nos coloca qual a finalidade dos bens. Lucas 12,13-21.
A imagem de um homem que tem uma grande colheita que não sabe o que fazer com ela. Depois de muito meditar sobre a sua safra, resolve derrubar os depósitos, pequenos para aquela colheita e faze-los grandes para abrigar toda a colheita e ainda os seus bens.
Esta mentalidade reflete o nosso egoísmo. Ele poderia ter pensado em partilhar já que todos os anos é momento para uma nova colheita. Prefere guardar, acumular, da mesma maneira que acontece hoje. A humanidade está sendo atendendo à tentação do deserto vencida por Jesus em não aceitar transformar pedras em pães. Só assim, ele é capaz de se sentir seguro, feliz, mas sua vida pode se encerrar naquela noite. Para quem ficará os bens acumulados? A tentação de imaginar os bens, como fonte de segurança é muito grande. As pessoas vivem sonhando em ganhar na loteria como se o dinheiro fosse símbolo da realização humana.
O erro grave desta cena é dar ao pão uma função que não lhe é própria. O pão é sempre para ser partido, distribuído, comido. Pão guardado é pão estragado.
Jesus até adverte antes de contar a parábola, contra toda ganancia, pois a vida de uma pessoa não depende de suas riquezas. Isto é, a vida é uma coisa totalmente diferente dos bens. Para Deus ninguém vale pelo que tem, mas pelo que é. Esta é a grande verdade da nossa vida.



Pe Bosco