25 de fevereiro de 2013


DECLARACIÓN FINAL

ENCUENTRO AMPLIADO DEL CONO SUR

DE LA PASTORAL CARCELARIA

“El sueño de Dios: un mundo sin cárceles”

Nosotros, coordinadores nacionales y otros agentes de la pastoral carcelaria de los países del Cono Sur y hermanos invitados de los países de la Región Bolivariana, reunidos en Santiago de Chile, desde el 19 al 23 de Agosto, creemos firmemente que Dios nos está hablando en este presente y contexto histórico
Creemos en la presencia del Reino de Dios entre nosotros, que es posible una sociedad de hermanos y hermanas con estructuras justas y solidarias; para ello y animados por un espíritu comunitario y trinitario, queremos jugarnos con audacia y creatividad apostólica en nuestra misión y organización regional (Aparecida, mensaje final 4).
El mundo de la carcelación es mucho más amplio que la realidad encerrada en los muros de la prisión. Son los privados de libertad, el personal policial y de seguridad, pero también las familias, los juristas y demás profesionales, los comunicadores sociales, los pre y post-carcelarios, en definitiva, la problemática carcelaria atraviesa transversalmente a toda nuestra sociedad latinoamericana, y ahí queremos estar presentes y anunciar con fuerza al Dios de la Vida, en que justicia y misericordia se identifican (Cf. Homilía Benedicto XVI) y dejarnos evangelizar por los presos y presas.
El problema de la cárcel es un problema de todos, por eso nos comprometemos a trabajar con otros actores de la sociedad, generando un tejido social que involucre a empresarios, políticos, Obispos, educadores, comunicadores sociales, trabajadores, comunidades parroquiales, para lograr el camino de la reconciliación y la misericordia, y un cambio de modelo social que no excluya a nadie, único camino de respuesta frente a un sistema punitivo carcelario que no queremos ni creemos sea solución.
Por este motivo, seguiremos denunciando con fuerza que las cárceles son hijas de la injusticia, y junto con nuestros Obispos en Aparecida afirmamos, “que son recintos inhumanos, caracterizados por el comercio de armas, drogas, hacinamiento, torturas y ausencia de programas de rehabilitación” (Aparecida 427). Por eso, una vez más hacemos nuestro “el sueño de Dios: un mundo sin cárceles”.
Pero a la vez, interpelados por nuevos paradigmas en este cambio epocal, hacemos un discernimiento que nos lleva a descubrir los signos de los tiempos en la cárcel y en la sociedad, intentando responder a los grandes interrogantes de la humanidad sobre el sentido de la vida en el presente y el futuro.
Descubrimos como gracia de Dios el camino recorrido como pastoral desde hace años. Esto nos lleva a dar gracias a Dios por tantos testigos y por una reflexión teológica que seguimos elaborando para que acompañe la vida de nuestra pastoral del Cono Sur, pero también de todo el continente.
Pedimos a nuestra Madre, la Virgen del Carmen, patrona de Chile, su protección y a su hijo Jesús encarnado en los privados y privadas de libertad, la bendición en nuestra tarea profética entre los más excluidos de nuestra sociedad.

 

Santiago de Chile, 23 de agosto de 2012.




Gritai ao mundo que Jesus Cristo esta preso.






É as pessoas vão nos contestar, elas  dirão que presos estão os bandidos e não Jesus Cristo!


E nós que  temos o compromisso de mostra, chamar o mundo para visitar Jesus, então diremos. Falaremos  do crime que Jesus cometeu, e o que o levou a ser preso, a ser torturado, a ser tratado com um dos maiores criminoso da sua época e como Jesus permanece preso até os dias de hoje.


Diremos que: como os presos, em sua grande maioria, ele já foi  gerado fora da Lei,  gerado no ventre de uma mulher solteira, conforme Mt 1,18. A lei judaica, da época, castigava severamente a jovem que engravidasse antes do casamento. Toda relação sexual extraconjugal do homem ou da mulher casados era condenada. Era um crime grave para a época,  punido com a  pena de morte, (Dt 22,23-24). Jesus foi gerado nestas condições, fora da Lei. Maria cometeu um crime ao aceitar o convite para ser a Mãe de Jesus, pois ainda era uma jovem solteira. Seu noivo, José, pensou em abandoná-la quando soube que estava grávida, mas graças a intervenção de um Anjo isto não acontece, diz o Evangelho de  Mateus  1,19-20. Este foi o primeiro crime que caiu sobre Jesus.

Jesus nasceu em uma cidade estranha, sua mãe grávida, não foi acolhida em nenhuma casa, ninguém quis dar posada para um casal estranho com a esposa  na eminência de dar a luz, (Lc 2,6-7).  Jesus vai nasceu em uma manjedoura, no campo, no meio dos animais. Longe das residências, longe das cidades.
As primeiras pessoas a visita-lo, foram os pastores,  a imagem romântica dos pastores dos presépios não corresponde à realidade. Eles eram malvistos pelo fato de não respeitarem as propriedades dos outros, invadindo-as com seus rebanhos, e cobrando preços exorbitantes pelos produtos dos rebanhos. Conforme o Talmud Babilônico, um pastor não podia ser eleito a cargo de juiz ou testemunha nos tribunais, por causa da má fama e do desrespeito à propriedade. É a um tipo assim de gente que é dirigido por primeiro o anúncio do nascimento do Salvador. E os pastores respondem ansiosamente a esse anúncio, indo apressadamente a Belém. (Lc 2,8-12). E  para  todos que  falavam do nascimento de Jesus, “maravilhavam-se do que lhes diziam os pastores. (Lc 2,17).
Jesus ainda criança já é tratado como um fora da Lei, alguém  perigoso, recém nascido recebe  a pena capital,(Mt 2,13). Quando o Rei Herodes soube que Jesus tinha nascido, de imediato decretou a sua morte. Este foi o presente que Jesus recebeu do Rei Herodes: a condenação.  Seu segundo crime, ter nascido.

Jesus criança escapa da  morre porque seu pais fogem com ele ( Mt 2, 13-14). Recém nascido, condenado, perseguido, tornasse fugitivo da lei. Os policiais de Herodes o procuram e não o encontram. Herodes revoltado decreta a morte dos inocentes. Diz o evangelho de Mt 2, 16-18 que  Herodes quando viu que tinha sido enganado pelos magos, ficou furioso e mandou matar em Belém e arredores todos os meninos de dois anos para baixo. Jesus consegue fugir, de noite, deixando atrás de si um rastro de sangue. Imaginamos Maria e José nesta fuga, como se sentiram e, como a comunidade de Belém, as famílias que perderam seus filhos sentiu-se ao ver as suas crianças serem assassinadas  devido a fuga de uma família suspeita, desconhecido. As Crianças são assassinadas por causa de Jesus, (Mt 2,17- 18). As mães, choram desesperadas, sem consolo, a morte de seus filhos. “Cumpriu-se assim o que foi dito pelo profeta Jeremias: Ouviu-se uma voz em Ramá, muito choro e gemido: é Raquel que chora seus filhos, e não quer ser consolada, porque já não existem”. Além da fuga, da perseguição noturna de Jesus Maria e José, carregaram para sempre esta lembrança. As mães que choraram a dor da perda de seus filhos, Jesus que cresce sabendo que o seu nascimento foi causa de  morte para muitos inocentes.  Terceira condenação.


Jesus passa a grande parte de sua vida morando em Nazaré, uma cidade que não tinha uma boa fama, um lugar onde viviam pessoas marginalizadas. O povo não via com bons olhos os moradores desta cidade. Quando apresentam Jesus para Natanael, ele interroga indignado: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa? (Jo 1,46).  Assim como são os bairros e favelas onde são criados e de onde vem a grande maioria da população encarcerada. Quarto crime morar no meio e junto com os marginalizados. Agentes de Pastoral Carcerária, gritai ao mundo que Cristo esta presos!

Jesus, no inicio da sua vida publica, em um sábado a tarde entrou em uma Sinagoga e leu o seu programa de vida, o que veio fazer neste mundo e todos escutaram com grande admiração:  (Lc 4,16-21) Apresentou o Compromisso  que  assumiu, com todas as dificuldades do caminho até o fim. Não desistiu, não abandou o seu programa, cumpriu na integra. Porem, após a leitura, Jesus sentou-se e já em seguida, ali mesmo na Sinagoga, onde acabara anunciar  o seu programa de vida, o povo já tenta matá-lo.  ..Levantaram-se, arrastaram-no para fora da cidade e o conduziram até o alto do monte onde estava construída a cidade, para dali o precipitarem (Lc 4,29). Ele acabara de assinar a sua pena de morte, colocou-se no lado dos  pobres; dos aprisionados, dos cegos, e quer libertar os oprimidos, e   anunciar o  ano da graça do Senhor.

A vida publica de Jesus foi muito difícil:  perseguições, condenado varias vezes, expulso do Templo, da sinagoga e até de cidades, por todos os lugares tentavam prende-lo e mata-lo.

No templo, por  curar um home em dia de sábado(Jo 7, 14-19), quando ensinava (Jo 7,28.30) em vários momentos encontramos  as autoridades e os Judeus  irritados e querendo  matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado, quando ouvia Jesus falar ( Lc 19,45-48).

Na Sinagoga por curar um homem com uma das mãos paralisada em dia de sábado, os fariseus  fizeram um plano para matar Jesus (Mt 12, 9-14). Após a proclamação do seu projeto de vida Levantaram-se, e arrastaram Jesus  para fora da cidade e o conduziram até o alto do monte onde estava construída a cidade, para dali o precipitarem (Lc 4,29).

Nas cidades. Jesus é expulso da cidade, a população vivia harmoniosamente com os Demônios, mas não conseguem viver com Jesus, suplicam que ele os deixasse e, fosse  embora, saísse do meio deles. Então toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Vendo-o, começaram a suplicar que Jesus se retirasse da região deles(Mt 8, 34).

Parentes.  Quando Jesus declarou que a vida estava acima da Lei, causou revolta e a ira dos seus conterrâneos e ao povo da sua raça, os judeus. (Jo 5,15-18) ... Então as autoridades dos judeus começaram a perseguir Jesus, porque ele havia curado em dia de sábado.

A Vida Social de Jesus é com os fora da Lei, impuros e condenados.  Jesus convive com os fora-da-lei do seu tempo. É criticado como “amigo dos publicanos e dos pecadores” (Mt 9,10-13). Ao risco de parecer macular-se, faz com eles “comunidade de mesa”: com Zaqueu (Lc 19,1-10), com Mateus (Mt 9,10-11) e com os pecadores em geral (Lc 15,1-2). Os doentes. No tempo de Jesus, toda doença estava  ligada ao pecado. A doença era vista como um castigo. A coisa era mais evidente ainda no o caso das possessões.    Ora, Jesus vive rodeado de doentes. Marcos nos apresenta este quadro: “Ao anoitecer, após o pôr-do-sol, começavam a trazer-lhe todos os doentes e os endemoninhados. A cidade inteira estava aglomerada à porta” (Mc 1,32-33). Os samaritanos são semi-pagãos e por isso também desprezados (Jo 4,9).   Mas Jesus aqui torna-se amigo de todos eles. Quanto aos samaritanos, apresenta um deles como exemplo de amor ao próximo (Lc 10,36-37).


Uma vida de pobre e humilde, não tinha casa nem uma cama para repousar a cabeça. Lc 9,58. Uma vida de caminhante. .

As perseguições com o tempo foram aumentando ao ponto de Jesus ter de viver, clandestinidade, escondido. Por medo dos Judeus Jesus  se esconde porque queriam lhe matar. Retirando-se para uma região perto do deserto, para uma cidade chamada Efraim, onde ficou com seus discípulos (Jo 11,53-54). Quinto crime: colocou a vida acima da Lei. Agentes de Pastoral Carcerária, gritai ao mundo que Cristo esta presos!



 Crucificado, depois de ter sido flagelado, moribundo na cruz, é insultado  pelos que passavam em frente dele: os sacerdotes, os escribas, os anciãos e até mesmo, um dos bandidos que estava ao  seu lado, crucificado o insulta, (Mt 27,39-44) diziam: “Ele salvou os outros, a si mesmo não pode salvar. É o rei de Israel!... Desça agora da cruz e acreditaremos nele!Pôs sua confiança em Deus, que Deus o livre agora, se é que o ama,..  e o insultavam”.


Na cruz sente-se abandonado até por Deus. Ele dizia que o seu  alimento era é fazer a vontade Pai, daquele que o enviou (Jo 4,34). Entregou-se totalmente ao Pai e, agora sente-se abandonado até por Ele (Mt 27,46). Na cruz aniquilado fisicamente, o corpo esvaindo-se em sangue; aniquilado moralmente, condenado a morte mais vergonhosa e humilhante da época, morte na cruz; sente-se aniquilado espiritualmente e em profundo abandono, grita: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?


Nasceu fora das cidades e morre fora de Jerusalém. Foi rejeitado (Mt 8,34 ; 12,10), excomungado e executado fora dos muros da cidade (Jo 19,17-18).  Jesus carregou a cruz nas costas e saiu para um lugar chamado Gólgota. E aí o crucificaram. Mais: morreu como um “amaldiçoado” (Gl 3,13), como um “excluído” pelo próprio Deus (Mc 15,34), como um abandonado nos infernos do sofrimento e da morte (1Pd 3,19-20).


Antes de Morrer da o maior presente que alguém poderia receber neste mundo. Convida  um colega de cadeia, o “Bom Ladrão”, junto com ele abrir a porta do céus. (Lc 23,43) Jesus disse: Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no Paraíso.  Aos pés da cruz estava Maria, sua mãe e o discípulo que ele amava (Jo 19, 25-27).  Dias antes, na viagem que fez até Jerusalém, antes de ser preso, Jesus subiu a Montanha, Monte Sinai, com Pedro Tiago e João e conversou com o Patriarca Moises e o Profeta Elias, ambos já falecidos há muito tempo (Mt 17, 3). Jesus poderia, muito bem ter convidado um deles para entrar no céu com ele, mas preferiu, alguém que estava preso e com ele carregou a cruz até o Calvário, até o fim.  Um colega de cadeia entra com ele no céu. Ajuda a abrir as portas do céu. Sexto crime, até a morte em tudo realizar a vontade do Pai, amando os não amados deste mundo. Agentes de Pastoral Carcerária, gritai ao mundo que Cristo esta presos!

 Jesus ressuscitou fora do centro religioso do tempo (Mt 28, 1ss).  Aparece somente para aqueles que o seguiam. Jesus não foi aos locais e não conversou com as pessoas que o tinham rejeitado. Jesus Ressuscitado não vai à Sinagoga, no Templo, nos Palácios de Herodes e de Pilatos, apareceu as Mulheres, aos discípulos de Emaus, aos Onze, fora (na Galiléia: Mt 28,10.16) e mandou em missão para fora, “até os confins do mundo” (At 1,8).


Mas o “condenado” da história torna-se o Senhor da história. Deus exalta o Humilhado. Jesus apresentou-se  como simples homem, humilhou-se, feito obediente até a morte, até a morte da cruz. Pelo que também Deus o exaltou para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra, nos abismos. E toda língua proclame, para glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor(Fl 2,6-11).  


Nos cristãos temos como centro de nossa vida e a vértice da vida da Igreja, é do ministério sacerdotal a Eucaristia (Nº31  CARTA ENCÍCLICA ECCLESIA DE EUCHARISTIA,  DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II, SOBRE A EUCARISTIA).  A Eucaristia é verdadeiro banquete, onde Cristo Se oferece como alimento (Idem nº 16). Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está presente de modo verdadeiro, real e substancial, com seu Corpo e seu Sangue, sua alma e divindade” (Catecismo da Igreja Católica, 1413, 1418). Eucaristia: Carne e sangue de um prisioneiro. Na Eucaristia, comemos e bebemos o sangue de um encarcerado, morto na cruz, Jesus Cristo.


Adoração ao Santíssimo. “Uma vez que Cristo em pessoa está presente no Sacramento do Altar, devemos honrá-Lo com culto de adoração. «A visita ao Santíssimo Sacramento é uma prova de gratidão, um sinal de amor e um dever de adoração para com Cristo nosso Senhor»."(Catecismo da Igreja Católica, 1413, 1418). Estive preso e foste me visitar, (Mt 25,36). O Agente de pastoral Carcerária realiza a adoração do Santíssimo visitando Jesus no Sacrário da Cela. A cela tornasse o ostensórios de Jesus Cristo, vivo encarnado, ali presos, desfigurado pelo pecado é o centro da adoração do Agente de Pastoral Carcerária. (Nº 393, 402. V Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe).


E o povo ainda nos dizem  que Jesus Cristo nunca cometeu um crime, que atrás das grades estão os criminosos. Uma coisa podemos ter a certeza, quem assim fala nunca leu a Bíblia, ou leu mas não entendeu, não conhece Jesus Cristo que hoje continua vivo, escondido nos cárceres da vida, preso e pedindo que gritamos  ao mundo que Ele esta preso e, que esta esperando, aguardando a visita de todos.  Eu estava na prisão, e vocês foram me visitar’. Eu garanto a vocês: todas as vezes que vocês fizeram isso a um desses pequeninos, foi a mim que o fizeram’. ...e, Venham vocês, que são abençoados por meu Pai. Recebam como herança o Reino que meu Pai lhes preparou desde a criação do mundo (Mt 25, 31-46).



Pe. Valdir João Silveira

Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária - CNBB