01/05/2020
PE BOSCO
Nós cristãos estamos celebrando a páscoa, a festa maior do cristianismo. Entre a preparação, com a quaresma, e o tempo presente são 90 dias, portanto, três meses dos doze de cada ano. A páscoa já era celebrada no AT, para recordar o tempo em que Deus libertou o povo escravizado no Egito. Era um momento de relembrar a história da ação de Deus na vida do seu povo.
Para nós hoje, o sentido libertador é ainda muito maior, por se tratar da libertação da morte para a vida, a grande passagem de Jesus que vence o último inimigo da humanidade e com ele, a nossa páscoa também. Jesus fez a sua páscoa, passou deste mundo para o pai; o mesmo se diz quando um de nossos irmãos também parte.
Celebrar não é simplesmente realizar um rito. Pode ser que isso ocorra entre tantas celebrações, no entanto, celebrar é acreditar completamente e mergulhar no mistério celebrado. Quem tem medo de água dificilmente mergulhará porque poderá morrer. Mergulhar em Deus é arriscar com total confiança. Disse ele que entrar no processo pascal é renunciar a tudo, inclusive, à própria vida.
Como anda a nossa confiança no momento tenebroso em que vivemos? A situação nos leva ao medo, a insegurança, incertezas, mesmo assim, somos chamados a confiar e, certamente, redescobrir formas mais evangélicas para viver a fé. Atravessar as sombras da morte sem temer mal algum porque estais comigo, diz o salmo 23, 4. Na realidade é isso. O senhor nos encoraja e nos enche de confiança.
A vida não possui um trajeto linear. Como numa barca, estamos expostos a bonança e tempestades. Nas tempestades que nos atormentam, precisamos buscar a serenidade por que tudo passa. Nada é eterno, apenas na eternidade.
Os discípulos de Jesus passaram muitos apuros quando estavam sozinhos sem a presença do mestre e até com ele também. Na tempestade quando Jesus dormia, quando não conseguiam realizar curas, sozinhos no mar e confundem o Senhor com um fantasma, mas diante do mestre e de sua ação sempre recuperam o ânimo e a confiança. Pela ação frágil deles e pela presença do ressuscitado, o evangelho foi propagado pelo mundo.
Hoje não pode ser diferente. Os desafios são os mesmos, no mesmo mundo, com os mesmos humanos, mas o Senhor vivo entre nós é o mesmo para sempre. Por isso, devemos prosseguir. Erguer a cabeça. O apóstolo Paulo cheio de confiança, terminado sua missão tinha a consciência de ter feito o bom combate, terminado a carreira e guardado a fé.
Essa deve ser a nossa páscoa!
