Missa de 30 dias pelos presos vítimas do incêndio no Roger.
Estamos celebrando neste dia 23 de novembro, os 30 dias do incendio no Presídio do Roger, aqui em João Pessoa, com nomes de 13 presidiários mortos, conforme os dados oficiais.
Para a nossa falsa sociedade: hipócrita, puritana e moralista parece totalmente fora de propósito fazer uma celebração para bandidos. O melhor, na concepção desta sociedade, seria que todos tivessem morrido. É necessário ter uma sociedade pura e limpa, sem criminosos pobres: os ricos podem usufruir as benesses da justiça.
A vida não é para alguns.
O motivo da celebração é que Deus é pai de todos e todas e ele veio para trazer a vida plena para todos os povos do mundo; que não nos compete julgar e condenar; que não temos prerrogativas para dizer quem está mais próximo ou mais longe de Deus; que a hora de Deus pode acontecer no último momento como aconteceu ao bom ladrão na Cruz; Lucas 23,43; que ninguém é melhor do que ninguém; que toda pessoa humana carrega consigo, querendo ou não, a experiência do bem e do mal; que o evangelho escolhido para esta celebração lembra: Na casa de meu pai há muitas moradas. Não se perturbe o vosso coração. João 14,2.
Não estamos aqui apenas para pensar no céu.
Não estamos celebrando para apenas pensar no céu. Queremos pensar a situação do nosso estado. Vivemos momentos de muita insegurança e muita violência em nosso estado, algo sem antecedentes. O sistema prisional, com a preocupação de recuperar apenados e apenadas, tornou-se um sistema de morte dentro das prisões e fora das mesmas para os que vão ao regime semi aberto. O Roger é palco de duas grandes violências: a chacina de 1997 e agora das vitimas do trágico incêndio com vítimas fatais até agora sem dados reais sobre a situação.
Já temos conhecimento prático e científico que qualquer manifestação em um presídio tem sempre em seus bastidores uma situação de opressão gravíssima normalmente praticada pelo estado, que é geradora da manifestação. Ninguém expõe a sua vida, a não vivendo situações de privação de direitos, de total desrespeito, desespero e de ameaças gravíssimas contra a própria vida. Algo semelhante motivou o incêndio do Roger.
Temos uma missão
O que de mais importante existe na vida cristã? Sem duvida nenhuma não é a oração, mas a pratica da caridade. Temos que rezar sempre e muito, mas sem a caridade a oração para nada serve. A fé sem as obras é morta, como diz o apostolo Tiago. Acreditar não é suficiente, pois o diabo também acredita na existência de Deus. Tiago, 2,20-26. Ninguém será julgado pelo que rezou, mas pelo bem que fez. No conhecido texto de Mateus 25, tudo o que fizemos ou não ao nosso próximo, foi a Ele, a Jesus que fizemos ou deixamos de fazer. A pessoa presa normalmente reúne todas as necessidades humanas: nela encontramos a doença, a fome, a sede, a nudez e demais apelos humanos. A missão desta Paróquia de Santa Teresinha, em cujo território está o presídio do Roger, não é só cantar e cuidar do templo, mas dar a assistência possível e necessária aos presos que ali se encontram.
Padre Bosco
Estamos celebrando neste dia 23 de novembro, os 30 dias do incendio no Presídio do Roger, aqui em João Pessoa, com nomes de 13 presidiários mortos, conforme os dados oficiais.
Para a nossa falsa sociedade: hipócrita, puritana e moralista parece totalmente fora de propósito fazer uma celebração para bandidos. O melhor, na concepção desta sociedade, seria que todos tivessem morrido. É necessário ter uma sociedade pura e limpa, sem criminosos pobres: os ricos podem usufruir as benesses da justiça.
A vida não é para alguns.
O motivo da celebração é que Deus é pai de todos e todas e ele veio para trazer a vida plena para todos os povos do mundo; que não nos compete julgar e condenar; que não temos prerrogativas para dizer quem está mais próximo ou mais longe de Deus; que a hora de Deus pode acontecer no último momento como aconteceu ao bom ladrão na Cruz; Lucas 23,43; que ninguém é melhor do que ninguém; que toda pessoa humana carrega consigo, querendo ou não, a experiência do bem e do mal; que o evangelho escolhido para esta celebração lembra: Na casa de meu pai há muitas moradas. Não se perturbe o vosso coração. João 14,2.
Não estamos aqui apenas para pensar no céu.
Não estamos celebrando para apenas pensar no céu. Queremos pensar a situação do nosso estado. Vivemos momentos de muita insegurança e muita violência em nosso estado, algo sem antecedentes. O sistema prisional, com a preocupação de recuperar apenados e apenadas, tornou-se um sistema de morte dentro das prisões e fora das mesmas para os que vão ao regime semi aberto. O Roger é palco de duas grandes violências: a chacina de 1997 e agora das vitimas do trágico incêndio com vítimas fatais até agora sem dados reais sobre a situação.
Já temos conhecimento prático e científico que qualquer manifestação em um presídio tem sempre em seus bastidores uma situação de opressão gravíssima normalmente praticada pelo estado, que é geradora da manifestação. Ninguém expõe a sua vida, a não vivendo situações de privação de direitos, de total desrespeito, desespero e de ameaças gravíssimas contra a própria vida. Algo semelhante motivou o incêndio do Roger.
Temos uma missão
O que de mais importante existe na vida cristã? Sem duvida nenhuma não é a oração, mas a pratica da caridade. Temos que rezar sempre e muito, mas sem a caridade a oração para nada serve. A fé sem as obras é morta, como diz o apostolo Tiago. Acreditar não é suficiente, pois o diabo também acredita na existência de Deus. Tiago, 2,20-26. Ninguém será julgado pelo que rezou, mas pelo bem que fez. No conhecido texto de Mateus 25, tudo o que fizemos ou não ao nosso próximo, foi a Ele, a Jesus que fizemos ou deixamos de fazer. A pessoa presa normalmente reúne todas as necessidades humanas: nela encontramos a doença, a fome, a sede, a nudez e demais apelos humanos. A missão desta Paróquia de Santa Teresinha, em cujo território está o presídio do Roger, não é só cantar e cuidar do templo, mas dar a assistência possível e necessária aos presos que ali se encontram.
Padre Bosco
