25 de janeiro de 2010

Quaresma: C F 2009, paz

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2009

Estamos vivendo o tempo da quaresma com o tema da Campanha da Fraternidade de 2009 que nos dirige para o tema da paz, compreendida na bíblia como aquele estado de vida onde o ser humano tem as mínimas condições de vida para sobreviver com dignidade.
É claro que temos um longo caminho para percorrer na perspectiva da paz, um caminho que passa pela mudança nas estruturas da nossa sociedade já que a paz é fruto da justiça.
Como todos nós conhecemos a partir da própria pratica vivemos uma estrutura injusta no nosso país e no nosso mundo contra o qual devemos lutar dizendo não a todas as propostas que podem até nos favorecer, mas com o dinheiro injusto que circula de forma muito livre e abundante nos tempos da política para as campanhas eleitorais.
Do outro lado, não pode ficar de braços cruzados pensando que nada podemos realizar em vista de uma convivência mais tranqüila e pacifica.
Quem sente na pele os sofrimentos provenientes da ausência da paz não pode enterra a cabeça como avestruz diante das ameaças.
Devemos começar pelas coisas que estão ao nosso alcance. Através de pequenas ações e pequenos gestos poderemos favorecer a construção da paz.

Mudar em casa o comportamento pode ser o primeiro passo.
Essa mudança passa pela maneira de encarar os desafios e conflitos da convivência. Se alguém está com raiva, gritando, enfrentando problemas, é bom ter paciência. Entre gritos e gritos, o conflito vai cada vez mais aumentando. Não existe solução mais eficaz para dirimir as difíceis situações da convivência do que o dialogo. Quando no momento ele não é possível, respeita-se o silencio do outro naquela fase que ele ou ela não está a fim de falar. O silencio ajuda a refletir. É melhor não questionar o silencio do outro.

Mudar em relação aos outros.
Muitas vezes pensamos que não temos nada a ver com o que acontece na rua ou com os demais e assim cometemos faltas graves de omissão. Como vamos construindo a paz se não nos envolvemos com o que acontece? É claro que se trata de um envolvimento pacifico que vai ajudar a outra pessoa ou muitas pessoas a reverem suas posições. Uma pessoa que está sendo muito radical, que está brigando com as outras, que não quer dialogar. É necessário que alguém ou ate um pequeno grupo no intuito de ajudá-la para que a mesma não venha a se prejudicar. É importante termos a consciência que não moramos sozinhos, mas em comunidade e por isso não podemos fazer tudo o que queremos sem pensar que podemos atrapalhar a vida dos demais.

Mudar em relação às instituições.
É bom pensar que as instituições existem para se colocarem a serviço da comunidade e por isso não devemos ficar com medo daquelas pessoas que fazem parte daquelas instituições. As autoridades não devem se omitir diante das desmandas da comunidade. Omissão da autoridade é crime e deve ser denunciada. As instituições como também as autoridades precisam rever seus papeis diante da situação.
Todas as instituições devem ter um compromisso com a construção da Paz: a família, a escola, as policias, os diversos conselhos que muitas vezes só fazem receber dinheiro, as diversas associações que se encontram na mesma situação.

Temos que ter uma consciência muito clara e decidida para sairmos da inércia se deseja que algo de novo aconteça criando espaços de discussão, de convivência e de engajamento das pessoas. O grave problema contra a paz é não ser responsável por ela. É necessário reinventar a paz que Deus deixou no paraíso sob a nossa responsabilidade.


Pe Bosco
Março 09