31 de outubro de 2013

AOS BISPOS

 “Não sejam bispos de aeroportos”, pede Papa Francisco
“Permaneçam nas dioceses, sem buscar transferências ou promoções”. E também “permaneçam no meio de seu povo, evitem o escândalo de serem bispos de aeroporto”, pede o Papa.
 
Fonte: http://goo.gl/w5TTdp 
A reportagem é publicada no sítio Vatican Insider, 19-09-2013. A tradução é do Cepat.
O papa Francisco se dirigiu aos bispos recém-nomeados, recebidos nesta manhã numa audiência na Sala Clementina do Palácio Apostólico. O Pontífice criticou novamente o que chama de “psicologia de príncipe”, ou seja, de “homens ambiciosos, esposos de uma Igreja à espera de outra mais bela, mais importante, mais rica”. Por isso, exortou-lhes: “Estejam muito atentos, não caiam no espírito do carreirismo!”
O papa Francisco recebeu, em audiência, os novos bispos nomeados recentemente, que participaram do Congresso anual, que terminou hoje, organizado pela Congregação dos Bispos e pela Congregação das Igrejas Orientais. O Congresso centrou-se na figura do bispo como pastor. Neste ano, também estiveram presentes 26 novos bispos orientais, ausentes no Congresso de 2012, já que haviam se encontrado com o Santo Padre Bento XVI durante sua visita apostólica ao Líbano.
Em seu discurso, o Santo Padre Francisco refletiu sobre a Primeira Carta de São Pedro: “Apascentem o Rebanho de Deus, que lhes foi confiado; velem por ele, não forçadamente, mas espontaneamente, como Deus deseja; não por um interesse mesquinho, mas com abnegação; não pretendendo dominar os que lhes foram confiados, mas sendo, de coração, exemplo para o Rebanho”. Que estas palavras – afirmou o Pontífice – sejam esculpidas em seu coração! Não somos chamados a sermos pastores de nós mesmos, mas do Senhor, e não para servir a nós mesmos, mas o rebanho que nos foi confiado. E explicou aos Bispos o que significa “apascentar”, comentando três breves pensamentos: “apascentar significa acolher com magnanimidade; caminhar com o rebanho; e estar sempre ao lado do rebanho”.
Em relação ao segundo pensamento, “caminhar com o rebanho”, Francisco explicou que isto significa acolher a todos para caminhar juntos. O Bispo compartilha com seus fiéis as alegrias e as esperanças, as dificuldades, e os sofrimentos, como irmãos e amigos, como pais capazes de escutar, compreender, ajudar e orientar. “E caminhando deseja salientar o carinho para com seus sacerdotes. Eles são o primeiro próximo do Bispo, os colaboradores essenciais para buscar o conselho e a ajuda, cuidem deles como pais, irmãos e amigos. Entre as primeiras tarefas que possui está a do cuidado espiritual do presbitério, mas não se esqueçam das necessidades humanas de cada sacerdote, sobretudo, nos momentos mais delicados e mais importantes de seu ministério e de sua vida”.
Em seguida, o Papa falou da presença dos Bispos nas dioceses. “Sejam pastores com cheiro de ovelhas, presentes no meio de sua gente como Jesus, o Bom Pastor. Sua presença não é secundária, é indispensável. As próprias pessoas pedem isso, desejam ver o seu bispo caminhar com elas, para estarem próximas dele. Possuem necessidade para viver e respirar! Não se fechem! Vão para o meio de seus fiéis, inclusive nas periferias de suas dioceses e em todas as “periferias existenciais” onde há sofrimento, solidão, degradação humana. A presença pastoral significa caminhar com o povo de Deus: na frente, assinalando o caminho; no meio, para fortalecer a unidade; atrás, para que ninguém fique para trás, mas, sobretudo, para acompanhar o olfato que o povo de Deuspossui para encontrar novos caminhos”.
O papa Francisco também falou do “estilo de serviço” que o Bispo precisa oferecer para sua grei: “a humildade, a austeridade”. “Nós, os pastores, não somos homens com ‘psicologia de príncipes’”. E pediu para que estejam atentos para não caírem no “afã de carreira”.
“O terceiro e último elemento: ficar com o rebanho. Refiro-me à estabilidade, que tem dois aspectos específicos: “permanecer” na diocese, e permanecer “nesta” diocese, sem buscar transferências ou promoções. Como pastores, não é possível realmente conhecer o próprio rebanho, caminhar na frente, no meio e atrás dele, cuidá-lo com o ensinamento, a administração dos Sacramentos e o testemunho de vida, caso não permaneçamos na diocese”.