29 de março de 2011

Padre Jose Comblin.

Dia 27 de março, terceiro domingo da quaresma, aos 88 anos, trabalhando como assessor de comunidades em Salvador, Bahia, partiu para a casa do pai o padre José Comblin. As noticias dão conta que se tratou de uma passagem sem nenhum sofrimento: em uma questão de segundos, após se organizar cedo para a oração, onde se realizava o curo de formação, o mesmo teria se sentado e ali adormecido para este mundo passando para as moradas eternas.
Quem não ouviu falar sobre ele? Quem não leu algo de seus escritos, no ambiente da igreja?
Veio para o Brasil quando tinha em torno de 35 anos, como Fidei Donum. Tinha uma vida muito simples, muito sereno no falar, mas de uma capacidade sem precedentes.
Trabalhou com Dom Helder, Dom José Maria Pires. Ultimamente, com a idade avançada, esta na Bahia. Um comportamento que lembra o de Abraão quando Deus o convidou para deixar a sua terra.
Sempre se preocupou com a formação dos leigos que são realmente os que mais precisam ser acompanhados pela igreja já que muitas tarefas eclesiais são acompanhadas por eles.
O padre José era considerado como muito critico em relação à igreja. Uma das ultimas analises dele sobre um acontecimento importante para a América Latina foi sobre a conferência de Aparecida. Quem leu as impressões do padre Comblin pode perceber como o mesmo ficou encantado com as propostas do documento, dando-nos, assim a entender que o mesmo era critico quando sua consciência julgava necessário.
Li também uma carta muito bonita para o ultimo Inter eclesial das CEBS, onde ele manifestava o desejo de estar presente, mas não sentia mais as forças necessárias para se fazer presente. Como fazia o apostolo Paulo, escreveu para encorajar as CEBs da igreja do Brasil.
Não resta duvidas que o padre Comblin como era chamado, não viveu para si mas para o serviço da igreja, sobretudo através de seus escritos. O pensamento teológico não é dogmático, mas para fazer avançar a reflexão teológica da igreja e foi este o papel que o padre Comblin desempenhou na sua missão.
Um dos primeiros escritos mais recentes sobre o padre Ibiapina foi apresentado por ele, sobre o qual ele tinha grande admiração. Ainda pensou de residir em Santa Fé, mas esse desejo não chegou a ser concretizado. Mesmo assim, se fazia presente na grande festa de Ibiapina no dia 19 de fevereiro. Sempre manifestou aos mais próximos o desejo de que o seu sepultamento fosse realizado aos pés do padre mestre Ibiapina, o que de fato aconteceu no dia 29 de março.