8 de março de 2011

Como lidamos com a liberdade

Uma das grandes dificuldades do ser humano é compreender a sua liberdade. Em qualquer situação de exigências, se reclama e se insiste em ser livre. Em outras conjunturas, se quer abrir mão da liberdade para se livrar das consequencias da liberdade. É o dilema de toda pessoa em todos os tempos.
O padre Zezinho, interpretando os textos bíblicos canta: “Diante de ti ponho a vida e ponho a morte, mas tens que saber escolher, se escolhes matar também morrerás..”
Aqui está para cada ser humano a chave da questão. Na criação, Deus nos fez à sua imagem e semelhança. Só o ser humano, no conjunto de toda obra criada, tem a capacidade de discernir e fazer o seu processo, consciente de tudo o que está acontecendo.
Uma das dificuldades com as quais todos nós lidamos é esta: quando a situação é boa cada pessoa não tem dificuldade de se apresentar como patrocinadora da realidade. Ao contrario, quando a situação é critica, ninguém ousa assumir o fracasso e o sofrimento.
A tendência mais comum é buscar as explicações no âmbito do religioso. Deus, finalmente é a causa de tudo, por isso, cada pessoa de dá o luxo de culpar a Deus para se livrar das próprias culpas.
Diante de ti ponho a benção e a maldição, palavras pronunciadas no livro do Deuteronômio 11. De fato, somos nós que fazemos nossas escolhas, sem Deus interferir no nosso caminho.
É muito comum quando uma pessoa tenta orientar a outra a mesma reagir assim: Não se meta na minha vida; eu faço o que eu quiser; deixe-me morrer. De fato, ninguém vive no lugar de ninguém e ninguém morre no lugar de ninguém, isso como regra geral. Assim também, ninguém pode decidir por ninguém. Muitas vezes os pais querem que os filhos sejam o que eles não foram. Isso é inteiramente impossível. O nosso papel junto aos outros é questionar, abrir horizontes, mas nunca dizer faça isso. Se procedermos assim, e a outra pessoa seque, um dia poderemos ser culpados pela indicação, às vezes insistente de nossa parte. Assim teremos sempre pessoas infelizes, não realizadas por não terem escolhido o próprio caminho. Aqui está exatamente a questão central. Costumo lembrar e dizer que cada pessoa é também a conseqüência de suas escolhas. A profissão, a vocação, o casamento, a família, o crime, a droga. É claro que vivemos em uma sociedade que exclui, marginaliza, mata, contribuindo em muito para que os pobres não tenham acesso à vida e os bens da criação, no entanto, temos um grande numero de pessoas, com todos os acessos garantidos e, mesmo assim, escolhe o caminho da maldição.