25 de julho de 2010

A violência que assusta.

A violência atinge a todas as camadas da sociedade por se tratar de algo que parte do ser humano. Só temos uma sociedade violenta por sermos pessoas violentas. Além de sermos pessoas violentas, por índole, pela nossa pratica, difundimos a violência. A violência é algo que se aprende, a não violência também. Quando a mídia divulga as praticas de violência, com a função de informar a população sobre o que está acontecendo, ela acaba ensinando a alguém aquela mesma prática.
A violência, no entanto, se torna visível no mundo dos pobres, nas periferias e nas grandes favelas. Nesses ambientes, o pobre e o negro são sempre suspeitos para a polícia. São estas mesmas categorias sempre as vitimas da violência.
As pessoas ricas só são ouvidas em uma delegacia com a presença de advogados; elas podem se recusarem a apresentar provas contra si mesmas, exemplo: bafômetros, coleta de sangue, como também, podem ficar caladas o tempo todo em um inquérito policial.
O pobre, ao contrario, é torturado para confessar o que não fez, é indiciado pelo crime que não cometeu e assina o depoimento que não prestou. Ele é sempre vitima da injustiça que o estado pratica contra ele. É a palavra dele, conta a da “autoridade”. Ele é sempre o bandido que só é bom quando morto. Pode ser que nunca tenha participado de nenhum bando como o daqueles que roubam o dinheiro publico.
Onde está a maior violência? A resposta vai apontar aquela violência que aparece divulgada nas ruas e na mídia. Na verdade, a maior violência é a que não aparece por estar entre quatro paredes. As vitimas desta violência são as mulheres e as crianças, seres mais fracos e culturalmente submissos pelo machismo da nossa sociedade ainda patriarcal. A presença das mulheres ainda não foi suficiente para criar uma cultura de seres humanos iguais nos mesmos direitos e com a mesma dignidade.
A violência contra a mulher tem se tornado tão grave que além de suas diversas dimensões, as mulheres passam a ser assassinadas por maridos, namorados e ex-maridos e ex-namorados.
O medo de denunciar ainda é grande. Até porque após as denuncias, a mulher não tem proteção nenhuma e ela passa a ser vitima de outras agressões. Por este motivo, e por outros, como a instabilidade financeira, a mulher acaba carregando os sofrimentos de uma convivência no total desrespeito, sendo submetido a todo tipo de sofrimento e humilhação. Esta realidade é muito frequente e muito comum sem o conhecimento da sociedade.
A mesma situação é a da criança que é tratada com violência e abusada sexualmente pelos adultos, sobretudo padrastos que são inúmeros por causa das separações e da constituição de casais de segunda união.
A família, que deveria ser o espaço do aconchego, da segurança, da felicidade, da paz, passa a ser o lugar do medo, da insegurança, do terror, do estupro, do cárcere privado, da violência.
Só uma cultura de paz e uma nova mentalidade poderão reverter esta situação.





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