6 de julho de 2010

No mundo das Drogas.

No mundo das Drogas.
Certa vez, um Secretário de Cidadania e Justiça já não mais presente entre nós, participava de um encontro com alunos do curso de Direito. Ele foi questionado sobre as drogas que adentravam nos presídios. Respondeu ao questionamento: “Deixem que eles fumem os cigarrinhos.”.
Esta resposta certamente assusta, deixa preocupação para muitos. Acontece que ouvi de um Juiz de Execuções Penais, muito recentemente, dizer em uma palestra que são duas as coisas que acalmam as prisões: “a visita dos familiares e as drogas.” Nesta lógica, a prisão está tranquila quando a família normalmente está visitando e quando a droga está chegando.
Não podemos nos esquecer: como a vida acontece na sociedade acontece também nas prisões. Como o estado não consegue combater as dragas fora, sociedade, também não consegue combater nas prisões. Ela aparece, está sempre presente. O estado, que tem a responsabilidade de administrar e manter a disciplina não consegue cumprir este papel. Por quais razoes não consegue, cabe ao próprio estado responder.
O mesmo vale para a questão do uso do celular. As reclamações são constantes sobre o uso de celular nas prisões. A imprensa tem divulgado que o crime tem sido articulado do interior de unidades prisionais de segurança máxima. Quando isso acontece, ou a segurança não é máxima ou alguém está facilitando e tirando vantagem da situação.
O acesso de objetos não permitidos na prisão pode ser levado por familiares, mas, não vamos culpar a família para tapar o sol com a peneira, até por que o estado, muitas vezes ao fazer uso da revista, se torna totalmente desrespeitoso para com o ser humano, sendo, as mulheres, as vitimas do desrespeito do estado, submetendo-as a um tratamento desumano.
A grande acusação que o estado faz às mulheres é de levarem dragas e nas partes intimas. Não que isso seja impossível. Mas a droga certamente tem outra porta de entrada já que ela rende muito dinheiro.
O que vai ser feito não se sabe. Sei que muitos crimes são oriundos do mundo das drogas. O vicio que não é crime, mas dependência leva a pratica de muitos outros crimes. O vício alimenta o tráfico. É na prisão, muitas vezes, que começa a dependência. O estado não tem nenhuma alternativa para tratamento de dependentes. A iniciativa que já é internacional é da fazenda da Esperança que faz o trabalho de recuperação de dependência química. Realmente o estado, com todas as suas dimensões, não encara o problema de frente. As condições existem, mas falta a decisão politica para investir e priorizar.

Pe.Bosco