17 de julho de 2010

A espiral da Violência.

A violência faz parte da historia da humanidade. O que muito preocupa hoje é o seu crescimento e sua pratica com requinte de crueldade. Outro grande agravante: quanto mais ela acontece mais ela se expande: Violência gera violência.
O Rio de Janeiro tem apresentado repetidas cenas de violência envolvendo a ação policial nas favelas. A última, 16 de julho 2010, uma criança de onze anos dentro do Colégio, foi assassinado. Um tiro de fuzil lhe teria atingido o coração. Além dele mais outras pessoas. O comando geral exonerou o comandante da operação.
A Mídia tem divulgado inúmeras situações de crimes com mortes violentas que jamais se podia imaginar tamanha perversidade. As situações são inúmeras a cada dia, a cada hora, a cada minuto em todos os lugares do mundo.
Vivemos em uma imensa contradição: somos frutos do amor de Deus e criados para Deus, por isso devemos amar, mas praticamos o desamor, o ódio, a vingança.
O que fazer? Comenta-se que o Estado perdeu o controle da situação; que o estado não tem uma politica para a segurança pública, que o estado não quer agir, que alguns agentes do estado são envolvidos com o mundo do crime.
Enquanto não se trabalhar as dimensões do perdão e da reconciliação, entre agressores e agredidos, a violência será a resposta para a violência.
Todos se recordam de um fato de repercussão mundial, quando o papa Joao Paulo foi atingido por disparos de arma de fogo na Praça de São Pedro. Seu agressor Mehmet Ali Agca, um turco.
Recuperado, o papa vai até a prisão para visitar, conversar, perdoar e se reconciliar com o seu agressor. Este fato, que não é comum, chamou a atenção do mundo. É claro que muitos gestos semelhantes, de pessoas simples e anônimas acontecem sem que sejam divulgados. São eles que promovem a paz e trazem a paz para a vida das pessoas. Não adianta proclamar o terror, provocar a justiça com as próprias mãos, promover os linchamentos. Atitudes assim geram ódio e novos crimes.
Este é um caminho que já está sendo trabalhado pela Justiça Restaurativa, pelas Escolas de Reconciliação e Perdão. Deve ser algo a ser buscado.
Quem professa a fé ou não, não pode desconhecer o gesto de Jesus na cruz que pede ao Pai o perdão para seus algozes. É a atitude de quem ama verdadeiramente. A consequência do amor é a vida e o bem do outro.
A reconciliação é a etapa mais importante do processo diante do desentendimento e das agressões. É claro que se trata de um caminho muito difícil, que requer simplicidade, humildade, abertura, confiança, desejo de mudança. É algo doloroso. É um processo que descarta toda possibilidade de vingança para conter a espiral da violência. É um processo que depende da decisão do coração de cada pessoa. Sem a reconciliação cada parte, agressor e agredido será sempre uma ameaça para cada um. Só a reconciliação e o perdão darão a tranquilidade para uma convivência de paz.



pebosco