23 de maio de 2008

Prisoes

No mundo das Prisões


Peço desculpas aos formados em Direito e entrosados na justiça,pois, na minha ignorancia, vou refletir sobre o que percebo dentro deste ambiente ainda desconhecido por muitos.
Ultimamente, tem-se tornado comum as rebeliões, inclusive de grandes proporções, marcadas pelo aniquilamento de seres humanos. Este é um fato sobre o qual não se pode mais negar.
Quem está de fora, consegue apenas perceber que estes homens, na maioria, são realmente bandidos de alta periculosidade e ameaçam o sistema em todo Brasil. Vejam, por exemplo, as notícias sobre o PCC.
Na verdade, qual é a situação sobre a qual podemos nos debruçar?
Em primeiro lugar, nunca acontece uma rebelião sem que haja graves motivos. Os presos sabem que eles são os mais prejudicados quando se rebelam: numa fuga podem morrer; são punidos como agressores, no caso refens, como destruidores do patrimônio público, podem ser mortos ou refidos como sempre acontece pois ai prevalece a lei do mais forte que é o Estado. Os policiais, numa rebelião, ficam ansiosos para invadirem o recinto. (Não me venham com conversda pois conheço de perto).
Em segundo lugar, o movimento aconte quando o diretor e os agentes os trata de forma desumana; quando as reivindicações justas não são atendidas, como por exemplo, um banho de sol que deveria ser de uma hora, passa a ser de 15 minutos. Às vezes, nem isso lhes é concedido.
Em terceiro lugar, o prblema da justiça com a sua lentidão sobretudo de ordem burocrática. Vejam, por exemplo, uma pessoa deve ser presa e condenada para começar a cumprir a pena e ser reintegrada na sociedade. Essa condenação, às vezes não chega por culpa da burocracia. Recebi uma carta recentemente onde o preso está recolhido já há 4 anos, esperando uma condenação que não acontece. Respondam, não a mim mas à sua consciencia: o que você diria se esse homem fosse de sua família? Que chances tem esse homem para se recuperar? O que pensa da vida uma criatura humana nessa situação?
Tudo isso acontece. É bom dizer que nem sempre é culpa apenas do judiciário. Nesse processo existe uma figura importante que é o advogado de defesa que, muitas vezes, salvas as excessões, aprace na hora de receber o dinheiro, abandonando em seguida o seu cliente que espera anciosamente uma conversa, ao menos para saber a quantas anda o seu processo e nem isso lhe acontece.
Todos sabem, não seria necessário dizer que os clientes com bons advogados, conseguem com mais facilidade seus direitos, benefícios, etc Por isso, na verdade, são os pobres os que por mais tempo ficam na prisão, seja ela justa ou injusta.
Não poderíamos deixar também de lembrar que a causa principal que leva os pobres para a prisão é a droga, tanto a lícita quanto a ilícita. Ela, na verdade, provoca tudo. Enquanto o que repassa e até se torna usuário, vai para a prisão; o que enriquece às custas do mais fraco, continua ganhando dinheiro à medida que consegue envolver outros pequenos, até menores, para fazerem parte do comércio das drogas.
Pe Bosco