23 de maio de 2008

Politicas

Nos caminhos da Política
Mais uma vez passamos pela experiencia da politica partidaria, atividade sempre muito útil e necessária para o andamento da sociedade. Todos sabemos que é através da atividade política que a sociedade se organiza e também provoca mudanças na estrutura social, isso quando a política é exercida com consciência e responsabilidade.
A nossa experiência eleitoral neste ano tornou-se muito difícil, trazendo muitas dificuldades para a convivência. O grande problema é este: todos começam a enxergar em primeiro plano os seus interesses pessoais, é claro, pela difícil situação para a sobrevivência. Os políticos, por sua vez, sem nenhum projeto pessoal e social, sem escrupulo nenhum, aproveitam a frágil situação das pessoas e entram em um jogo sujo, da politicagem e ganham as eleições às custas da situação de miséria em que vive o nosso povo que aproveita o único momento que tem acesso ao político. Aliás, já estou nesta área da Santíssima Trindade em Guarabira, no segundo ano. Nunca vi estes bairros serem tão importantes e visitados como antes das eleições municipais. Isso tudo com uma clara explicação: sensibilizar o povo para o dia das urnas.
A tradição política que ainda vivemos é coronelista que não traz nenhuma novidade e nenhuma mudança social. Ser político hoje é em primeiro lugar para muitos uma fonte de renda. Não são poucos os eleitos que até semi analfabetos são e desempregados, que encontraram uma boa fonte de renda como políticos. A política, assim, torna-se profissão e não vocação. Pela profissão se faz o mínimo pois não existe amor a uma causa. A vocação política traz toda uma outra conotação.
Outra situação é a do status social. Existe uma continuidade familiar mesmo que os sobrinhos, netos, parentes, etc, não possuam nenhuma aptidão política, mesmo assim, é questão de honra manter o nome e a tradição daquele líder. O nosso povo, assim, continua votando para pagar os “favores” recebidos outrora, elegendo pessoas totalmente despreparadas para o exercicio político, confiando funções importantes, representativas que nem sequer um ofício sabem redigir, imaginem fazer uma elaborada reflexão sobre os problemas brasileiros e sobre as conjunturas políticas e econômicas do Brasil e do mundo.
Dada toda esta situação nós continuamos assistindo ao mesmo filme, às mesmas brigas vergonhosas. Aos ataques baixos sem nenhum respeito humano. Este é o quadro que caracteriza o comportamento de muitos dos nossos políticos a quem confiamos os destinos da vida pública do nosso município. “O povo tem o governo que merece” parece ser um princípio muito sério, não que mereça o mal mas por escolher aquilo que não é o melhor.
À custa de muitas brigas e divisões até familiares, os pequenos vão promovendo boas condições de vida aos grandes que depois voltam as costas para quem mais precisa. Os eleitores assumem a questão partidária nas campanhas enquanto o político tenta ser bom para todos.Quando eleito, que deveria ser bom para todos, assume a questão partidária, com as punições e perseguições. Assim como fez um prefeito não reeleito da nossa região. A sua primeira ação foi deixar os alunos universitários sem o transporte como forma de punição, comportamento este de alguém que não tem a mínima condição de ser político pois de democracia talvez nem a palavra conheça.


Mons Bosco
Vigário Geral