23 de maio de 2008

As drogas

Campanha da Fraternidade: Vida Sim, drogas não!

Nos anos idos de 64, a Igreja do Brasil iniciou, dentro do tempo da Quaresma, a CF. A cada ano, está um tema exposto para a reflexão, conscientização e ação dos cristãos.
Já pensei, como muitos, que a CF toma o espaço privilegiado da Quaresma, tão antigo e tão novo que a preparação para a Pascoa, pela oração, pela penitencia e pala conversão.
Hoje, consigo perceber que a CF, na verdade, só enriquece, com exigências novas a preparação para o mistério central da vida cristã.
Todos os temas que a igreja já refletiu continuam sendo desafiadores, no entanto, o tema atual tem caráter internacional, daí a sua complexidade para abordar o tema das drogas.
Muitos de nós ainda temos a ilusão que a droga está pelos morros do Rio e que nossa família se encontra distante daquela realidade que a televisão nos apresenta. Puro engano!
O grande problema que se torna ponto de partida começa em nossas casas. Na nossa cultura, não se faz festa sem que a bebida alcoolica esteja presente. Mesmo sem a festa a bebida se torna um componente essencial no bar que ocupa lugar especial na sala. A familiaridade dos nossos adolescentes com a bebida e o cigarro é muito traquila e pacífica.
Fazer uso de bebida e de cigarro, normalmente nas rodas de amigos é o caminho privilegiado para que por ele entrem as outras drogas. Digo as outras para colocá-las no mesmo nível da bebida e do álcool e para não chamá-las de drogas pesadas, o que não recomenda o texto da CF.
A família hoje possui muitas chagas para enfrentar. A pior delas é a convivência com a droga dentro da própria casa. Muitas vezes, a droga começa a ser repassada nas escolas, até através de balas, chocolates, que alguém distribui. O importante é que a pessoa possa viviar o seu organismo. Assim, a mesma terá necessidades de buscar a droga de qualquer maneira,como condição para manter o vício; primeiro tirando o que existe em casa; depois partindo para retirar de outros o necessário para que o vício seja “saciado”, o que nunca será possível, a não ser mediante mecanismos que intervenham através de tratamento ambulatorial, grupos de auto ajuda, comunidades terapêuticas, etc
Já ouvimos comentários sobre a impossibilidade de alguém se aproximar de uma família que esteja passando por esse tpo de situação, pois, o comportamento da família é fechar-se em si mesma. É necessário lembrar que não se esconde um doente em casa. Pelo contrário, se presta o socorro médico para que o mesmo não morra. O mesmo podemos dizer sobre a droga. O viciado é uma pessoa doente que precisa ser curada. Para isso, a solução está para o mundo exterior. Ninguém deve se envergonhar de determinadas situações que acontecem na própria vida. A solução consiste em enfrentá-las na busca de soluções.



Mons. Bosco
Vigário Geral