23 de abril de 2020

EDUCAÇÃO

TEXTO AOS EDUCADORES






                                                                                 JANEIRO 2009  
PE BOSCO




1. Tenho ouvido falar a partir da experiência dos pais que os filhos só dão trabalho depois que crescem. Como compreender esta afirmação fruto da experiência, muitas vezes árdua de pai e mãe ou só da mãe que não conta com o apoio e a presença do pai? 

2. Não é possível contar com receitas, pois cada caso é único pelo fato de cada pessoa é única. Uma experiência pode iluminar outra em algum aspecto, mas cada situação deve ser conduzida com sua peculiaridade.

3. Talvez seja preciso pensar que para os pais os filhos não crescem. s pais querem sempre proteger e agir no lugar dos filhos. Talvez seja bom ter a consciência da orientação e deixar os filhos guiarem e conduzirem a própria vida, dando os palpites, mas não determinando o que deve fazer. É com os próprios erros que se aprende.

4. Talvez os filhos tenham crescido na idade e não na maturidade. Talvez tenham amadurecido de forma indevida, sem aquela formação necessária para enfrentar a vida e que os pais não tiveram condições de trabalhá-la com seus filhos.

5. O problema da família ou do casal não é criar, mas educar. A educação passa por um longo,  demorado e paciente processo o que parece impossível na sociedade da eficiência na qual vivemos.

6. Quem dispõe de tempo e de paciência para sentar, conversar, responder as perguntas, viver uma relação de amizade com os filhos, ter paciência diante da inquietação dos filhos?Não existe um processo educativo sem estas qualidades ‘que contribuem para o crescimento da amizade e da confiança entre os pais e os filhos.

7. Para um processo educativo normal e tranqüilo não pode existir o medo e a ameaça. Se a pessoa que educa é uma ameaça para a pessoa educanda, assumindo uma postura autoritária, nunca haverá uma relação de abertura e de confiança. Isso significa que não acontece o processo’ educativo.

8. No processo a pessoa que precisa crescer e saber que pode chegar com sua duvida, seu erro e seus dramas e pode se colocar para ser ajudada e não reprimida, pois muitas vezes reprimida ela já se encontra. Por isso, ao que parece, a educação se dá num processo de abertura, de escuta, de questionamento e de ajuda, sem grito,:sem violência e sem agressão. Como viver essa experiência necessária quando se vive numa sociedade de agressores e agredidos?

9. A experiência parece ter mostrado que quanto mais se  vive a experiência da ditadura, da violência e do autoritarismo, menos se consegue o que se pretende alcançar. O que temos hoje no campo da afetividade e da sexualidade e o resultado do rigorismo que se viveu nos anos idos. Alguém duvida disso? Tudo aquilo que cria revolta, insuflação, mal estar, raiva, terá sem dúvida o seu resultado contrário.  

10.0 que fazer? É necessário buscar os caminhos alternativos entre, o proibido, a ditadura e o  ‘totalmente livre para ser vivido da maneira’ que se quiser. Hoje para estarmos mais uma passagem de um extremo para outro que nada resolve a situação.

11. É necessário formar a pessoa humana para o senso da liberdade, (ninguém controla ninguém) para a responsabilidade que deve ser elemento predominante na vida de toda pessoa de bom senso.

12 Quem tem a responsabilidade de educar deverão ter muita habilidade para administrar os conflitos e ao mesmo tempo fazendo a pessoa perceber as conseqüências de atitudes irresponsáveis para a própria pessoa.