26 de abril de 2020

COMO REZAR


26/04/2020
PE BOSCO


Dois homens sobem ao templo para rezar, como todos fazem em todos os tempos. Quem procura um templo reza de alguma maneira. Elevam a sua alma a Deus como nos informa o catecismo da igreja quando fala sobre a oração.
Um era fariseu e outro publicano. Lucas 18,9-17 narra o acontecido. A parábola tem presente quem se confiava em si mesmo e desprezava os outros. Os dois personagens no templo vão retratar essa realidade.
O fariseu reza em pé. Deus deve estar no centro de nossa oração, mas no caso do fariseu que reza, ele mesmo é o centro de sua prece. O seu eu é o centro e o ponto de partida do seu diálogo com Deus. O seu dar graças a Deus é pela sua bondade e não pela bondade de Deus. Ele se auto elogia pelo que faz e se julga bom julgando o pecador. O senhor recomenda para não usar muitas palavras na oração, mas ele não leva em conta essa recomendação.
O pecador não tinha motivos para se erguer, tinha consciência de seus pecados, por isso rezou em atitude de prostração e de uma palavra muito curta que põe o próprio Deus no centro de sua prece. Ele se reconhece pecador e pede ao Senhor que dele tenha piedade.
O segredo da oração não está em tantas palavras. No sermão da montanha o Senhor já havia dito que não há necessidade de tantas palavras uma vez que Deus já sabe do que necessitamos.
O resultado dessas orações: o fariseu não foi escutado pelo fato de se ter exaltado; o publicano por se ter humilhado, foi ouvido na sua prece. Umas das conclusões: não basta rezar, mas definir os motivos pelos quais é feita a oração.
Em nossas igrejas existem infinitas expressões de oração. Para que e para quem estamos rezando? A oração pode nos acomodar nos justificar, mas também nos conduzir para a luta. Ora et labora. A oração nunca foi uma fuga do mundo, mas  força para nos conduzir, como aconteceu a Jesus. A sua oração no horto foi o momento mais decisivo para seguir levando a cruz. A oração não é uma brincadeira, mas o alimento que nos empurra para seguir e decidir entre a nossa vontade e a do próprio Deus que nos chama.
Rezar se sentindo melhor que os outros nos põe muito distante de Deus.