28 de abril de 2020

O PAI MISERICORDIOSO




28/04/2020
PE BOSCO
Quem é Deus para muitas pessoas? Talvez essa seja uma pergunta muito difícil. Ouvir falar de Deus sim, mas per a experiência com Deus, a partir da pessoa de Jesus, provavelmente muitas pessoas tenham dificuldades.
Fala-se de Deus quase sempre na dor, com confiança, ou com reclamações. Esperando um milagre ou reclamando por que o milagre não aconteceu. A experiência de muitas pessoas também está para além daquilo que a revelação nos apresenta a respeito de um Deus cheio de bondade.
Para uma compreensão positiva sobre Deus, basta olhar o capítulo 15 de São Lucas, sobre o pai misericordioso que tem dois filhos. O mais novo, mais impulsivo, pede logo a herança; o mais velho que não sai de casa. Bom relembrar logo que representamos esses dois filhos. Eles significam duas atitudes de todos os tempos.
Abandonar o pai com a herança foi a atitude do mais novo e, fechar-se para o pai e o irmão mais novo, foi a atitude do mais velho.
O filho mais novo, depois que acabou com toda riqueza, quando não tinha sequer o que comer, resolve voltar para a casa do pai e lhe pedir o perdão.
Diante da festa para recepcionar o filho mais novo, o mais velho, que sempre pareceu um bom filho, manifesta a sua ira e indiferença. Assim se percebe que ninguém é bom totalmente, isto é, cada pessoa carrega consigo as suas deficiências. Como bem diz o nosso povo, não há bom sem defeito. Como disse Jesus, só Deus é bom. Por que me chamas de bom? Marcos 10,17.
O filho mais novo, que na parábola pode ser considerado o pecador, mostrou a sua capacidade de voltar, ter humildade, e, assim, foi reintegrado como filho e não só como empregado como pretendia.
O filho mais velho, depois de tanta insistência do pai, o texto da a entender que ele não foi capaz de ceder aos apelos do pai. Permaneceu no seu pecado. O pecado só existe, enquanto existe a ira e o coração fechado para a graça de Deus.
Na realidade, o centro da parábola não está nos filhos pecadores, que somos nós que constantemente assumimos essas posturas, mas está no pai, que tudo faz para não perder nenhum dos seus filhos.
Qual a consciência que existe em mim e em você a esse respeito?
Como temos nos comportado diante do Pai?