18 de maio de 2012

Rica

Rito de Iniciação Cristã de Adultos.
Nos dias 30 de abril e 01 de maio de 2012, ano em que a diocese de Guarabira tem a iniciação cristã como preocupação a ser aprofundada e vivenciada em todas as paroquias e comunidades, o padre Domingos, da diocese de Duque de Caxias, fez uma ampla introdução sobre o RICA para todos os padres, irmãs e  catequistas de cada paroquia da diocese. Este relato é apenas para chamar a atenção a respeito de algumas das questões abordadas pelo padre Domingos a serem por nós relembradas e aprofundadas.  
1. Contextualização. • No mundo todo, até nos países de tradição católica, existe uma preocupação, um questionamento e uma busca em torno da iniciação cristã. A cultura religiosa, ainda existente no Brasil, já não mais prevalece em outros países. • A catequese mais ampla que fazemos, através do radio, das pregações, círculos bíblicos, etc, já não atendem mais as necessidades do tempo presente, mesmo sendo validas para muitas pessoas. • Caminhamos cada vez mais para o pluralismo religioso e, o que é mais preocupante, para uma relativização do fenômeno da religião. Por causa dessa realidade, a igreja é chamada a passar de uma iniciação sacramental, ainda muito presente, para uma iniciação à VIDA CRISTÃ. • A evasão, pós-sacramentos, que nos preocupa, é um fenômeno da transitoriedade e da instabilidade de nossos adolescentes. Isso não significa que a catequese foi totalmente ineficaz. Se todos ficassem, não teríamos o que oferecer. Ainda não temos uma estrutura capaz de acolher, como também não temos as condições de ir ao encontro. O importante é que possam levar elementos sólidos adquiridos na catequese e que possam levar para a vida. Temos que rever e cuidar de nossos métodos e do nosso conteúdo. A evasão é também produto do tipo de cristianismo que construímos ao longo do nosso processo de evangelização, dos tempos em que batizar era suficiente. • A igreja conviverá sempre com duas realidades: os grupos efetivos: CEbs, pastorais, serviços e movimentos, como também a massa católica, que se fez presente com muito fervor, em momentos significativos da igreja mas depois se recolhe na vida do dia a dia, alimentando a sua fé sem uma pertença comprometida. Haverá na igreja sempre um cristianismo Maior, isto é, para além de uma vivencia eclesial. • Todas essas pessoas, pelo batismo, fazem parte do corpo de Cristo mas em uma vivencia cristã incompleta. Esse fato atrapalha a formação cristã na catequese, uma vez que não se pode contar com a colaboração da família que já é vitima da deficiência familiar onde foi formada. A igreja tem a sua parcela de responsabilidade e ainda deve suprir a lacuna da família, não por imposição, mas tornando as pessoas convictas da necessidade de um caminho a ser percorrido.   2. O que é iniciação? É a primeira participação sacramental na morte e ressurreição de Jesus. É um encontro com Jesus e uma adesão ao seu caminho. A iniciação não pode ser imposta a ninguém. É necessário que haja a procura e a aceitação. Sem isso, fica a sensação de que ensinamos e até as pessoas aprendem algo, mas não se encontram com Jesus, talvez porque faltou a iniciativa. Na historia, a iniciação está ligada aos três sacramentos que só se separaram com o surgimento das paroquias. Batismo, crisma e eucaristia. O batismo da criança vem pela certeza da gratuidade de Deus. A partir do Concilio Vaticano II, batizar na infância quando os pais são convictos e assumem a educação na fé. Quando não, adiar para a catequese. A partir dos 7 anos, trabalhar o RICA. Não mais batizar com os demais no rito comum.       2.1. E quem não foi batizado (a)? • Uma situação é a de quem não teve oportunidade: não tem a consciência sobre a necessidade ou não. • Outra situação é a de quem teve oportunidade e não se converteu a Jesus. • NA CONSTITUIÇÃO PASTORAL GAUDIUM ET SPES SOBRE A IGREJA NO MUNDO ATUAL, no numero 22 se diz: “E o que fica dito, vale não só dos cristãos, mas de todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente (31). Com efeito, já que por todos morreu Cristo (32) e a vocação última de todos os homens é realmente uma só, a saber, a divina, devemos, manter, que o Espírito Santo a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido.” • Catecismo da Igreja. A NECESSIDADE DO BATISMO 1257 O Senhor mesmo afirma que o Batismo é necessário para a salvação. Também ordenou a seus discípulos que anunciassem o Evangelho e batizassem todas a nações. O Batismo é necessário, para a salvação, para aqueles aos quais o Evangelho foi anunciado e que tiveram a possibilidade de pedir este sacramento. A Igreja não conhece outro meio senão o Batismo para garantir a entrada na bem-aventurança eterna; é por isso que cuida de não negligenciar a missão que recebeu do Senhor, de fazer “renascer da água e do Espírito” todos aqueles que podeis ser batizados. Deus vinculou a salvação ao sacramento do Batismo, mas ele mesmo não está vinculado a seus sacramentos. 1258 Desde sempre, a Igreja mantém a firme convicção de que as pessoas que morrem em razão da fé, sem terem recebido o Batismo, são batizadas por sua morte por e com Cristo. Este Batismo de sangue, como o desejo do Batismo, acarreta os frutos do Batismo, sem ser sacramento. 1259 Para os catecúmenos que morrem antes de seu Batismo, seu desejo explícito de recebê-lo, juntamente com o arrependimento de seus pecados e a caridade, garante-lhes a salvação que não puderam receber pelo sacramento. 1260 “Sendo que Cristo morreu por todos e que a vocação última do homem é realmente uma só, a saber, divina, devemos sustentar que o Espírito Santo oferece a todos, sob forma que só Deus conhece, a possibilidade de se associarem ao Mistério Pascal.” Todo homem que, desconhecendo o Evangelho de Cristo e sua Igreja, procura a verdade e pratica a vontade de Deus segundo seu conhecimento dela pode ser salvo. Pode-se supor que tais pessoas teriam desejado explicitamente o Batismo se tivessem tido conhecimento da necessidade dele. 1261 Quanto às crianças mortas sem Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito das exéquias por elas. Com efeito, a grande misericórdia de Deus, “que quer que todos os homens se salvem” (1Tm 2,4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que o levou a dizer: “Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais” (Mc 10,14), nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem Batismo. Eis por que é tão premente o apelo da Igreja de não impedir as crianças de virem a Cristo pelo dom do santo Batismo.   O RICA O Rica é composto de ritos, mas também de orientações. Ele é próprio para o uso da razão. Tem que haver o desejo e a vontade.   Capitulo I: Aplica-se a jovens e adultos.   Capitulo II: É o rito simplificado para batizar um adulto. Capitulo III: É o rito abreviado em risco de morte. Capitulo IV: Refere-se a adultos já batizados sem a devida catequese, que é o desafio atual. Capitulo V: Refere-se às crianças. Por fim, o rito de admissão na igreja católica para quem vem batizado em outra igreja.   3. A vida ou iniciação cristã é um processo, COM um itinerário QUE são as  etapas a serem seguidas e vencidas. 3.1. O ANUNCIO DA PALAVRA; 3.2. O ACOLHIMENTO DO EVANGELHO COM SINAIS DE CONVERSAO; 3.3. A PROFISSAO DE FÉ; 3.4. A CELEBRAÇAO DO BATISMO; 3.5. A EFUSAO DO ESPIRITO SANTO (SACRAMENTO DA CONFIRMAÇAO); 3.6. A EUCARISTIA. 4. Crianças batizadas e não batizadas. Como proceder? • A preparação é feita em comum; • Com trato diferenciado. • As batizadas já foram introduzidas na igreja e se tornaram filhas de Deus pelo batismo. Pode ser que não tenham recebido o anuncio. • As não batizadas são inseridas em Cristo na catequese. • As primeiras são catequizandas; as segundas são catecúmenas.   5. As três etapas. 5.1. Rito de instituição dos Catecúmenos, em grupo menor, no inicio da catequese. 5.2. Crianças já preparadas, ritos penitenciais e a unção dos catecúmenos. A primeira confissão antes da confissão sacramental. 5.3. A celebração do batismo.   6. Os tempos da catequese 6.1. O anuncio de Jesus; Aos adultos O anuncio é diferenciado para as crianças, como também para adolescentes e adultos. O adulto, candidato ao batismo deve ter um introdutor (a) para acompanha-lo (a) e fazer para que aconteça o anuncio da pessoa de Jesus. Anunciar um Deus único que enviou o Filho que foi Morto, mas que está vivo. A catequese supõe sempre a fé e a mesma nos vem pelo anúncio.   Aos adolescentes e crianças. • As crianças e adolescentes são trabalhadas no próprio grupo. • Elas mais facilmente se abrem para a fé em grupo. • Manifestam sinais de conversão • Pedem perdão a Deus. • Fazem a oração pessoal e depois rezam em comum. Obs: NUNCA apressar a celebração dos sacramentos.     Perfil do introdutor (a): • Vida cristã integra; • Sem preconceito; • Fé esclarecida; • Discreto; • Não ser da família; • Bom ouvido; • Anuncia Jesus e não uma devoção; • Dialogo que não é interrogatório. • Trata-se de um processo sem tempo marcado. • Perceber a fé do candidato e em que ela se baseia. • Quem tem muitas tarefas não pode ser introdutor (a).     6.2. A catequese A catequese é composta de quatro blocos no Catecismo da Igreja. • A Fé que é apresentada pelo credo que é o símbolo da fé. É o momento em que se contempla a presença de Deus no mundo. • A Celebração da Fé através do Domingo, da Palavra, da ação do Espirito, do lugar da celebração. As celebrações da palavra que preparam as missas. • Uma celebração a cada mês para preparar a turma e leva-la falar com Jesus. No encontro se fala sobre Jesus. Durante o ano organizar celebrações com a família e membros da comunidade para celebrar a entrega do símbolo, como também do Pai Nosso. A presença da família como apoio. A celebração não tem a finalidade de convencer a família. A resposta é dos catecúmenos e ou catequizandas. • Viver a Fé em Cristo. Os mandamentos. Moral pessoal e social. Temas como justiça, cidadania e respeito ao outro, deveriam ser tratados. • A oração ligada com a liturgia. As formas de oração e o papel do Espirito Santo na oração. Obs: O CONTEUDO DEVE SER ORGANIZADO PELO ANO LITURGICO. A VIGILIA PASCAL QUE É A MAIS IMPORTANTE CELEBRAÇAO DEVE SER VIVENCIADA PELOS CATEQUIZANDOS E CATECUMENOS. • NAS CELEBRAÇÕES E ENCONTROS A BENÇAO É MUITO IMPORTANTE. ELA PREPARA A CELEBRAÇAO DA CRISMA. 6.3. A preparação imediata • Que não consiste em ensaiar e pensar na roupa, mas intensificar a preparação e revisão da mensagem comunicada.   6.4. Um prolongamento depois da celebração do sacramento. • Nunca terminar o processo de iniciação com a celebração. Continuar por ao menos dois meses os encontros para aprofundar o mistério celebrado. Ouvir de cada participante como os mesmos estão se sentindo, participando, se comportando após a celebração do sacramento.   7. Nossas colaborações:   • Como reagimos diante destas observações? • Como e quando deveremos programar estas iniciativas? • Qual deve ser o nosso ponto de partida? • Qual o papel da coordenação de catequese nesta tarefa?         peBosco 02 de maio de 2012