19 de maio de 2012

Nossa Seca e Nossa Agua.


Estamos vivendo um velho fenômeno muito conhecido no Nordeste: a chuva que não veio neste ano até agora. Isso não constitui nenhuma novidade. Períodos de longa estiagem sempre se repetem a cada período no Nordeste.
Em meio a esta realidade da seca, sempre ouvi falar em dois problemas que são muito nossos: a indústria da seca e a cerca. Para os nossos políticos, sobretudo em ano de eleições, nada melhor do que a seca. É uma excelente oportunidade para as velhas promessas. Como diz o jornalista Tião Lucena: “Em tempo de eleição, os políticos prometem o mundo e o fundo. Depois, não dão nem um nem outro”. Nada mais sábio e mais verdadeiro.
A oportunidade da seca é um grandioso momento para chegar dinheiro em cofres públicos dos estados e municípios. É de fato uma indústria. A primeira atitude a ser tomada é decretar estado de calamidade publica. A partir dai, o dinheiro vai sendo liberado. A grande novidade é esta: o dinheiro nunca serviu para criar uma estrutura que evite a seca nos próximos anos. Como e em que é aplicado o dinheiro é um mistério. No período das enchentes é a mesma coisa: anos depois, as famílias continuam sem o teto para morar, apesar do dinheiro disponibilizado para as construções.
A agua nem sempre falta para todos. Os grandes proprietários em suas fazendas conseguem manter as aguas protegidas pelas cercas e pelos seguranças. Quem por acaso nunca viu as placas nas fazendas, aqui é proibido pescar e caçar? Se existe o peixe é porque existe a agua, mas que deixou de ser um patrimônio para todos porque foi retida por alguém que agora vai vendê-la aos famintos e sedentos.
A previsão é que no planeta teremos cada vez menos água. O mais grave é que cada pessoa não tem a consciência a respeito desta realidade e gastamos a agua como se ela não tivesse valor, quando, na realidade ela está se tornando o liquido mais precioso do planeta. Temos populações inteiras que não dispõe de agua potável para beber, em contrapartida, a doença é algo presente diminuindo a media de vida por causa das doenças.
A situação não está mais grave por conta de uma melhor situação econômica do povo, sobretudo no nordeste, que ainda consegue manter a alimentação. Quem não se recorda das tentativas de saques nas feiras, quando a fome era maior do que hoje?
Mais grave em tudo isso é a situação da politica de nosso país, pois onde nossos políticos, que não merecem a nossa confiança, só realmente aparecem em períodos eleitoreiros nos quais dependem do voto dos eleitores.
Onde estão os defensores da transposição das aguas do rio São Francisco, que tinham nela a salvação do Nordeste? Tudo não passou de uma bandeira para a politica nacional. Mesmo que a agua ainda chegue, não se pode acreditar que seja a  solução para o nordeste. Se vivemos em uma situação de escassez de agua, a solução não é tirá-la de um lugar e leva-la a outro, mas criar condições para que ela exista para atender a demanda de cada população. 
No brejo paraibano, que sempre se contou com a agua, nunca houve a preocupação de tê-la para suprir um ano de seca, moral da historia, o brejo está sem agua. Porque ela existe em determinadas partes do sertão, aonde a chuva não vem com frequência? Exatamente por causa dos cuidados com a criação de açudes para garantir a agua da população.
A moral da historia é esta:
Nossos políticos preferem um povo, sem educação, sem melhores condições de vida, sem saúde, sem agua, etc. nossos políticos querem que exista uma população carente e, portanto, dependente. Situações podem atrair mais o voto dos carentes diante das falsas e criminosas promessas de campanha eleitoral.