30 de setembro de 2010

Não matarás. (Deuteronômio 5,17)


Não matarás. (Deuteronômio 5,17)

As igrejas fiéis a Jesus, em nenhuma circunstancia, podem estar a favor da morte. “Não Matarás” é um indicativo claro a ser seguido na preservação da dignidade da vida humana. É inacreditável, pois, a vida de qualquer animal na natureza é mais importante do que a vida de um ser humano, mesmo o ser humano tendo a primazia sobre toda obra criada.
É muito comum ouvir nas conversas informais e também nos debates e nos programas de rádio, sobretudo os que tratam da questão criminal, aparecer alguém que se declara a favor da pena de morte. Por trás da mentalidade destas pessoas está a idéia de que o ser humano não se recupera. Ainda mais grave é pensar que devemos matar os incapazes de fazer um processo de recuperação. Na fala emocional dessas pessoas está esquecido um componente muito grave: ela mesma, através de familiares seus poderá ser vitima de tamanha violência.
A pena de morte não contribui para diminuir a criminalidade, alem de ser o que de mais atrasado existe ainda em alguns países. Vocês já imaginaram uma lei que executa seus patrícios? Afinal o nacionalismo no bom sentido deve fazer parte de todas as nações.
Na nossa realidade só falta a sentença institucionalizada, pois a vida já é tirada sem nenhum problema. Em 2008 a policia do Rio de Janeiro matou 1.137 pessoas. Isso é pena de morte, diante da qual, qualquer pessoa está sujeita. O que aconteceu diante destes crimes? Certamente nada! O motivo da morte é sempre este: resistência à prisão. Sabe-se que esse argumento não se sustenta. Muitas vezes o tiro é realmente para matar independente de reagir ou não. Já apareceram muitos vídeos aonde policiais aparecem agindo com requinte de crueldade e matando sem nenhuma reação por parte das vitimas.
A leitura que se faz diante dos assassinatos é esta: morreram tantos bandidos; era uma alma sebosa; pode ser que aquela pessoa nunca agiu em bando; quem mata também tem uma alma sebosa. Verão a Deus só os puro de coração. Se aquela pessoa cuja vida foi tirada, muitas vezes por engano fosse de sua família, você defenderia a matança da mesma maneira, ou teria outro procedimento? Não se pode usar dois pesos e duas medidas. Lembre-se que podemos brincar com a vida dos outros, mas com Deus não vamos poder brincar. Deus é o Deus da vida. Tirar a vida é o ato mais grave praticado contra o criador.
A pena de morte não cabe em nenhuma reflexão humana. Escutei nesses dias o que de mais absurdo e de mais ignorante se podia ouvir sobre a bíblia em um programa de radio quando se usava dois textos para justificar a pena de morte. É claro que se pode fazer a leitura da bíblia que se quiser. O que difere é isso: o que leio e interpreto não é o que diz a bíblia. A bíblia pelo contrario condena qualquer gesto que seja uma ofensa à vida. (Veja: São Mateus 5,21) “Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar deverá responder no tribunal’.
Portanto, quem defende o mal para a humanidade defende também para si próprio, pois não são somente os outros que estão sujeitos às leis do país, mas todo ser humano, capaz de praticar o erro, que também será devidamente punido quando comprovada a sua culpa.
pebosco