28 de julho de 2015

EVANGELIZAÇÃO E MISSAO


A igreja tem sua origem nas palavras de Jesus que disse: “Ide pelo mundo e fazei discípulos meus, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo”. Mt. 28.
A origem do Cristianismo cumpriu essa tarefa de anunciar para fazer discípulos antes de batizar. Vale salientar que a adesão e a iniciação cristã aconteciam em um contexto de muita perseguição e mortes, por isso, se assumiu o batismo de sangue como uma condição para aquelas pessoas que se preparavam e não chegavam ao batismo.
Ao longo do tempo, a igreja esqueceu-se do discipulado e começou a batizar de forma indiscriminada, a exemplo da experiência adotada no “descobrimento” do Brasil. Essa pratica acaba se difundindo ao longo dos anos através da criação das paróquias que funcionaram por muitos anos para essa finalidade.
Nesse modelo que ainda perdura, a igreja, com todos os seus serviços está muito voltada para si mesma. Ela pode até fazer um trabalho que pareça interessante, mas a preocupação é consigo mesma.
O Concilio Vaticano II lembrou a presença da Igreja dentro do Mundo, no documento Gaudium et Spes, mas ao longo desses anos não se chegou a efetivar como esse presença se daria.
A partir do Documento de Aparecida, (2007) tem ficado claro que a igreja não responde mais aos apelos do tempo presente, fazendo uma pastoral de mera conservação. O que seria isso?
Uma pastoral que repete os mesmos acontecimentos ao longo do tempo; uma pastoral que se volta para a manutenção do templo; uma pastoral que mantem tudo em torno da igreja matriz. Olhando bem, esse modelo que o DA identifica, está muito presente na prática de nossas paróquias, ainda muito centralizadas. Tudo aquilo que acontece de mais importante, acontece na matriz.
O DA tem nos convidado a uma pastoral decididamente missionária. É ai que se fala da conversão pastoral. O papa Francisco, que participou decididamente da elaboração do DA tem ajudado muito a compreender em que consiste essa mudança na vida pastoral e missionaria da igreja. O mesmo tem lembrado que a igreja existe na medida em que ela se encontra em saída. Ser uma igreja em saída significa realizar todas as suas atividades com essa preocupação: estamos em caminho e não podemos nos demorar, nos estabilizar. A vida pastoral muitas vezes consiste em criar uma estrutura tão pesada e complexa que não se consegue caminhar. O espirito missionário nos põe numa consciência de que não podemos nos fixar no caminho.
As pastorais sociais e a nossa pastoral carcerária também precisam fazer um caminho de missão. A mera conversão é sempre mais fácil e cômoda.
Qual é o caminho para seguirmos uma pastoral missionaria? Só temos uma indicação certa: fazermos o caminho do discipulado. A pastoral que tem o modelo de Jesus como referência, fará certamente uma pastoral missionária, que consiste em chegar onde estão as pessoas afastadas, não para levá-las para o centro, mas para fazê-las igreja onde estiverem. Temos, portanto, que avaliar a nossa missionariedade à luz do mestre Jesus.