21 de junho de 2011

Relacionamento Solidário.


No relato bíblico sobre a criação encontra-se um refrão sobre a obra criada: que tudo era bom e muito bom. Hoje, depois que somos responsáveis pela obra criada vamos ns dando conta que temos muitas deficiências na obra criada.
Não fomos e não somos capazes de pensar em um mundo para todos com os mesmos direitos e os mesmos deveres. Vivemos no país e n mundo das desigualdades. O Brasil tem o seu desenvolvimento econômico nos últimos anos, mas não tem o seu desenvolvimento social. Aquela constatação tantas vezes lembrada sobre a distância entre ricos e pobres continua. O luxo e o lixo convivem lado a lado. Os ricos andam com medo e se escondem dos pobres. O problema é que possuímos o que pertence aos outros. Aquilo que sobra do nosso dia a dia não nos pertence.
Um exemplo: a fome no mundo ainda é um escândalo e um desafio para a humanidade. a fome não existe pela falta de comida ou po causa da preguiça dos outros, mas por causa do egoísmo, da acumulação e porque começos demais. Obesidade é fruto do pecado da gula: nem sempre é doença mesmo que aconteça também.
A presidenta Dilma desde a sua campanha eleitoral em 2010 se propôs a acabar com a miséria. O principio não deixa de ser interessante, mas o caminho não proposto para ser percorrido não permite que o país chegue lá. A miséria não é erradicada com bolsas, como bolsa família, mas quando for possível combater a corrupção, não conceder privilégios aos mais ricos e, sobretudo, conceder a oportunidade de trabalho, salario e educação para todos. É verdade, destas condições ainda estamos longe.
Lembro-me de Dom Helder Câmara, nos anos 80 já protagonizava o ano 2000 sem miséria na sua intuição profética, mas a sua voz não ecoou no mais profundo dos corações. A fome e a miséria são os dois grandes males da vida de muitas pessoas e cuja solução depende de gestos de partilha e solidariedade, estes, por sua vez dependem da nossa compaixão pelo outro. Compaixão não é um mero sentimento diante do sofrimento alheio. Compadecer-se significa assumir o outro em sues sofrimentos e necessidades. O outro não deve ser um estranho para mim, mas outro eu com quem me comprometo.
Quando na parábola do Bom Samaritano se trabalha a questão para saber quem é o meu próximo a resposta é clara e conclusiva: Meu próximo é aquele do qual eu me aproximo. Como o samaritano que se aproximou e assumiu as condições do judeu que estava ferido, apesar de ser odiado pelos judeus, somos chamados a fazer o mesmo. Para uma sociedade que segrega para se distanciar e salvaguardar o seu patrimônio, fica difícil sem uma verdadeira conversão transformar as relações para uma vida mais fraterna.
Sofrimento, fome, miséria, doenças não são consequências da ação de Deus mas fruto da desarmonia que a humanidade implantou no mundo. Ao criar “Deus viu que tudo era bom.”