19 de junho de 2011

As práticas de violência.

Em outras ocasiões, neste jornal, já me referi à situação da violência de modo geral e em nosso estado. Mesmo assim, é necessário voltar a tratar sobre ela já que é uma realidade do nosso cotidiano.
Nenhuma pessoa está fora desta pratica. Tem sido muito comum as pessoas que andam protegidas serem vitimas de graves ações violentas. Em são Paulo, um aluno universitário andava com um carro blindado. Mesmo assim, no estacionamento da universidade foi barbaramente assassinado. Os que se armam pensando estarem seguros, são vitimas das próprias armas que tinha para os protegerem.
A violência, no entanto, mesmo podendo atingir a todos, atinge mais facilmente as camadas pobres. O pobre sempre é tido como suspeito e, por isso, tratado com violência.
Nesta semana foi manchete nacional o caso do ex - jogador Edmundo. No momento em que o mesmo foi preso em São Paulo, o delegado imediatamente solicitou que o mesmo telefonasse para os familiares e os advogados, levando-o para fazer o exame do corpo delito. Comportamento acertadíssimo do delegado. Parabéns! O problema grave é este; a prática correta não se aplica a todas as pessoas. Um pobre, negro, basta ser suspeito para ser preso e ser tratado com violência. Ele é obrigado a assinar o que não sabe, sem direito nenhum à presença de um advogado.
Não adianta ser hipócrita e dizer que a justiça é uma só para todos. Voltando ainda ao Edmundo, entre uma viagem do rio para São Paulo, um habeas corpus já concedeu a liberdade ao jogador. Os policias do Rio foram a são Paulo apenas para um passeio. Não houve mais necessidade de reconduzir o Edmundo.
Aqui em nosso estado, no final do ano passado, o Conselho Estadual de Direitos Humanos realizou uma inspeção no Presidio do Roger e identificou dezenas de presos com hematomas. O primeiro pedido do Conselho ao secretario de Segurança e Defesa social foi solicitar exame de corpo delito nos presos daquela unidade. O primeiro pedido foi exatamente o que o secretário não cumpriu. É claro e notório que omissão é crime. O estado naquele momento pelo ato do seu secretario praticou um ato criminoso, identificado pelo próprio conselho recentemente.
Neste fato com a segurança publica o que nós identificamos é isso: o estado que deve combater a violência e apura-la com todo rigor, passa a ser conivente e não cumpre a sua missão.
No mundo inteiro tem crescido a violência contra as minorias: mulheres, negros, moradores de rua, ex-presidiários, homossexuais, trabalhadores do campo etc. Também não há interesse de apurar estes crimes. Os homicídios são apresentados como acerto de contas como se isso fosse um critério para não haver uma seria investigação.
O estado que tem a função social de promover a paz e a segurança de seu povo tem ficado em uma situação deplorável. A sociedade tem ficado de braços cruzados, por isso, ela será cada vez mais vitima da violência.