5 de junho de 2011

O Presidio Flósculo da Nobrega.

As ultimas noticias nos dão contas sobre a desativação do referido presidio. Vários desejos já foram manifestados neste sentido, inclusive por questão de segurança por estar no centro do bairro. Vale salientar que quem alega questão de segurança é quem nada tem a ver com a situação, ou seja, nenhuma convivência ou proximidade.
A Defensoria Publica da União, o Ministério Público Federal e o Conselho, na realidade, estão solicitando uma gradativa mudança eficaz e necessária. Aquela unidade sempre conviveu com um contingente em torno de mil homens. A sugestão é que chegue em torno de quatrocentos e que não receba mais ninguém além doesse numero  para ter as condições tranquilas para funcionar. Em seguida possa passar por uma radical avaliação de suas estruturas para ver o que pode ser feito a partir daí.
Fazer uma intervenção radical hoje naquela unidade é querer que a situação se agrave ainda mais no sistema. Hoje o nosso estado vive com déficit de vagas o que sinaliza a realidade da superlotação.
O que tem faltado a meu ver é a falta de preocupação e de gestão com aquele sistema. O estado tem sempre uma postura de prepotência como se só ele sabe o que deve fazer. A burrice do estado é ser autossuficiente e não dialogar com a sociedade para ouvir e pedir a colaboração possível para mudar as situações. Se o estado tivesse levado em conta ao longo dos últimos anos as observações e recomendações feitas a situação seria outra e não teria chegado aonde chegou. Desativar de forma radical é reconhecer o próprio fracasso para administrar como se o problema tivesse apenas no espaço que não pudesse ser aproveitado. É verdade que espaço tem sido símbolo das mais brutais violências contra presos, mas o quadro pode ser revertido.
O secretario Harrison Targino é um homem de dialogo que chama as entidades e pessoas envolvidas na questão prisional e pede sugestões, por isso, já começou a tomar as medidas e as mudanças necessárias. Por exemplo, as transferências gradativas já estão acontecendo para que o espaço possa respirar com mais tranquilidade. Outra medida que deve ser adotada pelo judiciário: começar a concluir os processos para que uma vez condenados os presos possam mudar de regime. O grave problema é este: eles estão em um regime provisório que passa a ser prolongado demais. As condições físicas, pelo que sei já estão sendo melhoradas pelo atual secretário.
A direção atual tem sido acessível, o que deve ser uma característica de cada servidor. Quem assume uma função seja qual for é para servir e ter a capacidade de conviver e acolher os outros. Estamos cansados de encontrar diretores e diretoras que se comportam como se fossem donos e donas dos presos. Esse é o cumulo do ridículo no sistema prisional.