5 de junho de 2011

Materia sobre o dia 26 de maio

Karoline Zilah
Com informações de Jota Alves
A direção do Presídio Central de Guarabira, representantes da Pastoral Carcerária e o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar passaram a madrugada negociando o fim de uma rebelião que começou por volta das 20h da quarta-feira (25). O caso foi considerado encerrado às 9h30. Todo o efetivo do 4º BPM se mobilizou para controlar a situação. De acordo com a assessoria, mais de cem presos foram transferidos.
Durante uma inspeção nas celas, foram encontradas doze facas do tipo peixeira e uma lista contendo nomes de trinta presos que estariam 'marcados para morrer'.
O motivo do protesto seria a superlotação, que já havia sido comunicada pela direção ao juiz Bruno César Azevedo Isidro, da vara de Execuções Penais.
Na última terça-feira, o secretário estadual de Administração Penitenciária, Harisson Targino, visitou as duas unidades prisionais de Guarabira e admitiu que o presídio central sofria com o excesso de detentos. Ele teria se comprometido em adotar medidas alternativas. A população que mora no entorno defende a desativação.
Noite movimentada
De acordo com o diretor da instituição penal, os presos atearam fogo em colchões e fizeram alguns colegas de cela reféns. Além de estarem revoltados com a falta de policial e de viatura para transportar um presidiário doente ao hospital, eles protestaram devido à superlotação.
Apesar de suportar apenas 56 pessoas, a unidade prisional tem hoje 230 apenados. Deles, 28 foram transferidos ainda à noite para a Penitenciária de Segurança Média João Bosco Carneiro, também localizada em Guarabira. Pela manhã, mais 68 foram levados de ônibus para a unidade.
Aliado à revolta pela superlotação, os presos teriam um plano de invadir uma outra ala, do setor de celas isoladas, onde estão os detentos mais perigosos, para executar 30 homens de uma organização criminosa rival.
A Polícia Militar invadiu o presídio para evitar o confronto e o Corpo de Bombeiros controlou as chamas dos colchões. A energia elétrica teve que ser desligada para evitar um curto-circuito e novos incêndios. A estratégia também serviu para fragilizar a rebelião, uma vez que os detentos ficaram no escuro.
Além do direto Wlademir, participaram da negociação o tenente-coronel Ismar Mota Soares, comandante do 4º BPM, o padre Adalto Tavares e o monsenhor João Bosco, representando a Pastoral Carcerária.
Atualizada às 10h20