16 de junho de 2020

IGREJA



16/06/2020
PE BOSCO
O nosso povo identifica a igreja com o templo. “Você vai para onde”? “Vou ali à igreja”. Assim nós crescemos, conhecendo a igreja pela torre, vendo-a de longe.
Essa mentalidade ainda permanece para muitas pessoas. Não é ainda cultural a ideia de que cada pessoa é igreja. É necessário lembrar a musiquinha: Pedro é igreja, Paulo é igreja, eu sou igreja, você é igreja. Isso é verdade! Por isso quando falo da igreja não posso falar de forma generalizada, mas falando de pessoas, de si mesmo. Essa questão é fundamental e conseqüente. Não se pode condenar a pessoa como instituição sem desvinculá-la das ações de grupos e ou de determinada pessoa.
A igreja compreendida como o Povo de Deus é uma das definições mais bonitas feitas no Concílio Vaticano II, para chamar a atenção para o nosso papel missionário. Muitas pessoas já compreenderam e se assumem como igreja, mas a indiferença ainda é muito grande em relação com a identidade cristã pastoral e missionária.
A igreja, Povo de Deus, tem uma grandiosa e nobre missão: ser presença do próprio Jesus no mundo, pelas palavras Dele e pelo testemunho de vida. Além de uma igreja em saída, propagada pelo papa, também se fala de uma igreja Samaritana, mas também de uma igreja lameada, (o templo não tem como se enlamear), uma igreja profética, uma igreja servidora.
Essas dimensões da igreja devem estar presentes no coração das pessoas para que se torne realidade nos chamados grupos de igreja. Nossos grupos  precisam sempre  repensar papéis, para afinar seus carismas com as reais necessidades do nosso mundo exatamente onde somos chamados ao cumprir um papel evangelizador.
Anunciar a boa nova do evangelho (Ide e anunciai o evangelho) é a palavra de Jesus, o envio para a missão. A forma de fazer é mutável em cada situação, mas o conteúdo será sempre o mesmo em todos os tempos.
Articular o anúncio, com a denúncia e o testemunho é o nosso desafio. Há momentos na história em que tanto que essas três atividades ficam tímidas e até meio esquecidas, mas o Espírito que é a alma da igreja faz suscitar sempre uma nova etapa, novo ardor para que a Boa Nova seja propagada.  A ausência do testemunho que às vezes nos invade empobrece o anúncio, por isso, a necessidade de refazer o anúncio, denúncia, testemunho.