27 de novembro de 2011

Falando de Segurança Pública.

Escutamos muitos comentários recentes sobre o nosso estado: O Ministério da Justiça, em seu banco de dados, apresenta a Paraíba como um dos estados mais violentos do país.  Quando se falava em violência, os olhares se voltavam para Rio, São Paulo, Recife, etc. hoje dois estados do Nordeste se destacam: Alagoas e Paraíba. Nunca se matou tanto como recentemente.
O que aconteceu com nosso estado? Será que nos faltam experiências exitosas?
Ou elas existem e não estão sendo tornadas publicas?
Já vivemos em tempos bem melhores em relação a este índice altíssimo de violência.
Pessoas de outras grandes cidades, após realizarem visitas por aqui fizeram a opção de ficarem por causa da tranquilidade que identificaram nas terras paraibanas.
Hoje a intranquilidade tornou-se patente. Neste ano de 2011, se os números permanecem os mesmos, se chegará em torno de 1600 pessoas matadas de forma violenta. Trata-se de um elevadíssimo numero e revela que a situação é gravíssima. O atual secretário, Claudio Lima diz que os números podem ser maiores, considerando a falta de estatística, o que é uma verdade. A única fonte é a do GEMOL (antigo IML). Vale salientar que todos os corpos não passam por lá. Esta observação torna mais grave ainda a situação.
Grave também é a leitura que se tem feito diante dos homicios. Sem nenhuma investigação já se diz que se trata de acerto de contas, dando a impressão de algo comum, como se o certo de contas justificasse o crime.
Dos inúmeros crimes a policia não consegue chegar aos culpados e condená-los na justiça. Reina um clima de muita impunidade. A força nacional está em nosso estado por que havia centenas de processos ocupando espaço nas delegacias sem que nada acontecesse. Trata-se de um trabalho fora de tempo que já não mais encontra pessoas e provas para fazer valer a justiça.
Não só na Paraíba, mas em quase todos os estados, falta um plano politico sobre segurança pública. Ouvi de um policial uma leitura interessante: quando uma viatura está circulando na rua, a população tem uma ideia de que aquela rua está bem servida. A população se engana e a policia na viatura, talvez sem a intenção, está enganando também. A segurança acontece quando uma policia cidadã se faz presente e começa a conviver com as pessoas da comunidade para conhecer a realidade e com a participação da comunidade fazer os primeiros passos de uma segurança verdadeira onde todas as pessoas passam a colaborar.
Nosso estado, em relação a outros estados, tem prendido muito. Temos um número grande de pessoas detidas. Esta é também uma falsa segurança que temos. Já ouvi também de especialistas em segurança uma leitura interessante: quando se prende pessoas além do normal é um sinal de que o estado não está fazendo a segurança publica que deveria. As prisões refletem o nível de insegurança e de ineficiência do estado em relação ao mundo do crime.
O que fazer? Cada pessoa tem a sua parcela de culpa e cada pessoa deve ser coparticipante em uma politica de segurança publica para a promoção do bem da coletividade. Não é suficiente buscar soluções individuais. Quanto mais a pessoa se esconde sozinha mais insegura e frágil ela se encontra.