4 de dezembro de 2011

Estamos no término do ano. O tempo deve ser oportunidade para a nossa reflexão sobre a vida e sobre os outros. Deus quis se confraternizar conosco, tornando-se um de nós para que irmanados possamos permanecer unidos a Ele.
No  Brasil e no mundo são milhares de pessoas sobre as quis poderemos pensar. Elas que precisam da nossa oração, do nosso apoio e da nossa possível solidariedade. Entre tanta gente necessitada, podemos pensar em quem passa fome, em que está doente e quem se encontra nas prisões.
No mundo inteiro encontram-se pessoas reclusas, culpadas ou não, submetidas a uma vida para a qual não foram criadas. Até hoje a humanidade não foi criativa pra encontrar caminhos para que a prática do crime fosse combatida de forma diferente.
A prisão que tem uma finalidade suscita resultados completamente opostos aos seus princípios.
No Brasil estamos com meio milhão de pessoas recolhidas em prisões. Elas podem ser diferentes umas das outras, mas a realidade é sempre a mesma. A pessoa reclusa, sem nenhuma ocupação, esperando um dia ser condenada ou absolvida, quando se refere a prisões provisórias. São as prisões provisórias que superlotam o sistema carcerário. No caso de prisões de pessoas sentenciadas, estão aguardando o cumprimento da pena. A justiça as condena e o estado as recolhe para uma vida que causa tédio a qualquer criatura: o ócio.
A sociedade reclama dos gastos com o sistema, mas não é capaz de cobrar a quem de direito. Se eu estou na rua, tenho obrigação de me manter. Deve lutar para a minha sobrevivência. Se me recolhem a uma prisão e não me deixam trabalhar, são obrigados a cuidarem da minha manutenção. Afinal de contas na prisão o que se perde é a liberdade e nunca o direito de ser tratado como gente e ser atendido em suas necessidades fundamentais.
Quem reclama das regalias no sistema penal e o classifica como um hotel Cinco Estrelas, pode fazer um estagio por lá. Diante de um flagrante delito, sem pagar aos advogados, você poderá fazer um estagio e ser tratado como preso. Assim conhecerá a rede hoteleira da prisão.
Nas nossas prisões estão os nossos jovens pobres, desempregados, dependentes das drogas e, por isso, também alguns dentre eles envolvidos com o trafico. Muitos são presos apenas como suspeitos e ficam esquecidos nas prisões aguardando por mais de ano uma sentença ou absolvição. As medidas cautelares estão distantes deles. Por isso o caos, que não pode ser atribuído somente a pessoas presas, mas a toda estrutura da qual depende a vida prisional.
Prisão não é lugar para reflexão e retomada da vida, mas lugar de sofrimento e de morte: morte física e morte interior. É lá que as pessoas perdem de vez o ânimo para continuar a sua sobrevivência.
Natal é tempo de nos lembrarmos dos outros, no mundo que sofre; é tempo de pensar em Jesus que continua nascendo e esquecido totalmente. Ele tem sido lembrado nas compras realizadas no comercio, desprezado como sempre em cada pessoa que sofre das mais variadas formas. “Onde está o teu irmão eu estou presente nele”.