26 de dezembro de 2011

Jesus e as Crianças



Em tempos de Natal é bom pensarmos em nossas crianças e adolescentes. Como estão?  Como são acolhidas, educadas e valorizadas? Lamentavelmente a realidade de crianças e adolescentes é degradante. A nossa sociedade tem uma dívida grande com essa categoria.
 Alguns desafios são evidentes: A prostituição infantil é sem controle, o trabalho escravo ainda persiste, o analfabetismo, crianças na rua e da rua, o uso e o trafico de drogas utilizando crianças e adolescentes, entre outros.
Independente da complexidade que envolve a realidade de nossos adolescentes, não se pode esquecer a mentalidade exterminadora que existe em setores e segmentos da sociedade contra os adolescentes que não pediram para nascer nem pediram para serem marginalizados.
Outra grave realidade que não aparece tanto é a violência domestica. Não aparece por não ser denunciada. Ainda persiste de forma ampla a ideia de educar através da violência, por isso, muitas crianças são maltratadas e tratadas de forma violenta.
A situação é tão grave que agora está votada a lei contra a palmada como condição para evitar a fúria dos adultos contra os frascos e pequenos. A questão é que quando se bate na hora da raiva, se bate muito por causa do desequilíbrio emocional.
Bater para educar é o que existe de mais arcaico e agora criminoso. Quando se bate, a única coisa que se ensina é a bater.
Neste tempo de Natal, todos estão encantados com os presépios com o menino Jesus. É bom perceber como ele se colocou diante das crianças.
 Certa vez, os discípulos de Jesus queriam afastá-las Dele, como também nós adultos fazemos hoje. A resposta do mestre é clara: “Deixem que venham a mim porque delas é o Reino dos céus”. Ter o coração e a atitude das crianças é condição sine qua non para ser fiel seguidor de Jesus. O mestre, na realidade, tinha a consciência da importância dos pequeninos.
O papa Joao Paulo II dizia de forma muito inspiradora que o Futuro da humanidade passa pela família. Nossa sociedade e, em particular as nossas famílias precisam ter essa perspectiva. Não basta a critica ao tipo de sociedade que hoje temos sem a consciência e a responsabilidade que todos nós somos coparticipantes da sociedade. Se ela está em estado desgastado e desagradável é também por nossa culpa.
As crianças e adolescentes são hoje o que aprenderam de nós ou o que deixamos de ensinar pelo nosso exemplo de vida.
Reclamamos da violência e temos medo dela, mas não podemos nos esquecer de que se não somos sempre pessoas violentas, temos muitas atitudes violentas e agimos de forma violenta para com o nosso próximo.
Uma sociedade diferente para as nossas crianças e adolescentes vai depender da formação das mesmas, que por sua vez dependerão de nós, formadores de opinião.
Atirar pedras e fazer julgamentos não é difícil, pelo contrario, é o que fazemos sem dificuldade alguma.
Compreender a situação, na perspectiva de ajudar e corrigir não tem sido fácil nem se tem encontrado pessoas sensíveis e voluntarias para colaborar.
É bom pensar que não se celebra o verdadeiro Natal desprezando, julgando e condenando os outros.