25 de setembro de 2011

Sobra pão em um mundo de famintos.

Os noticiários nos dão conta de que a fome no mundo é uma realidade mais que visível. No ano passado (2010), foi publicado um relatório ligado ao setor da agricultura e da Organização das Nações Unidas, assegurando que temos no mundo um bilhão de pessoas, isto é, um sexto da população mundial que passa fome.
Essa realidade é a mais grave que se possa imaginar ao lado de tantos outros males, pois, através dela seres humanos, sobretudo crianças, estão morrendo por falta de alimentação. Como conceber que estamos em um mundo com países desenvolvidos, que gastam bilhões com as guerras, mas não se sensibilizam para acabarem com a fome?
 O que é mais curioso e é verdade, no relatório, a fome não existe por causa da falta de comida. Ela existe e, além do mais, muitas e muitas vezes é  desperdiçada, como todos temos conhecimento. A fome existe, na realidade, por causa da pobreza e da desigualdade social que faz com que não se viva a irmandade, a fraternidade, a comunhão e as partilha.
O luxo convive com o lixo; os que comem demais convivem com os que não se alimentam; os obesos convivem com os desnutridos; os doentes pelo excesso de alimentação convivem com os doentes pela falta de nutrientes. E assim a vida caminha como se vivêssemos em paz.
A desigualdade é tão escandalosa, tão criminosa e tão desumana, que nos levará ao inferno, isto é, à ausência de Deus, por ser uma desigualdade capaz de levar o outro a morrer. As cenas que visualizamos na África e tantos outros lugares fazem parte da realidade do dia a dia de tantas crianças que procuram sugar o leite da mãe onde nada mais existe tão somente a dor de não mais poderem alimentar os filhos.
A fome, como se sabe, é fruto do espírito egoísta que só pensa em si e na acumulação do pão e dos bens. O pão, que pode ter outros nomes como a terra, as casas, os inúmeros edifícios, as fabricas, as indústrias, os aviões, os depósitos em paraísos fiscais. Esses bens  são inúmeros nas mãos de poucas pessoas que jamais precisarão de todos eles, ao lado da miséria de muitos de multidões abandonadas como ovelhas sem pastor, das quais o Senhor tinha compaixão.
Diante deste quadro, cada pessoa precisa fazer uma reflexão diante de Deus e da realidade para perceber que deve ser corresponsável diante da mesma. Pensando bem, vamos perceber que podemos partilhar um pouco mais com quem tem um pouco menos. Quem vive entre um sexto dos que não se alimentam, poderiam pela nossa sensibilidade se alimentarem um pouco. Precisamos comer um pouco menos para que alguém se alimente um pouco mais.
Temos uma realidade muito visível entre nós. Além das três refeições que fazemos, quando vamos para um momento de lazer, não perdemos a oportunidade de comermos mais uma vez além do necessário. Isso faz com que cresça a distancia entre famintos desnutridos e alimentados obesos.