9 de janeiro de 2011

A vida com o seu trajeto.

Li, certa vez, em um pára-choque de caminhão a seguinte questão: “Nasci, nu, careca e sem dente.” Esta palavra por um lado faz rir, por outro apresente a grande realidade de nossa vida no seu começo. De fato, chegamos aqui sem trazer nada. Somos apenas um ser humano que nasce.
Ao longo da vida nós nos apegamos a todo por mais insignificante que seja. E, assim, pensamos de forma equivocada que somos felizes. Quando você pergunta a outra pessoa como está determinada pessoa, se está bem, a resposta vai nesta linha: Está bem, comprou uma terra, fez uma casa, passou no concurso, conseguiu um emprego, tem um bom salário, está muito bem. Pode ser que esteja muito infeliz, mas está bem pelo fato de ser possuidor de bens materiais.
De fato, o ser humano nesta nossa sociedade, não vale pelo que é, mas pelo prestigio que tem por causa dos bens. Este é o grande equivoco e a grande desvantagem desta nossa sociedade. É por isso que para gozar do status, muitas vezes a pessoa usa dos expedientes mais espúrios para se manter no topo da montanha.
A felicidade assim pensada se transforma não trás consigo a verdadeira realização do ser humano, por um motivo muito simples: tudo aquilo que escraviza e torna a pessoa humana cada vez mais convencida de si no seu egoísmo e no seu individualismo, cada vez mais contribui para a sua decadência.
São Tiago em sua carta no capitulo cinco nos faz esta advertência:
“E agora vós, os ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós.
Vossa riqueza está apodrecendo e vossas roupas estão carcomidas pelas traças.
Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes, como fogo! Nestes dias, que são os últimos, amontoastes tesouros
Olhai: o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, e que vós deixastes de pagar, está gritando; o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso.
Vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, engordando a vós mesmos no dia da matança”.
Estas palavras, sem duvida devem nos ajudar a repensar a nossa felicidade e as nossas realizações. Devemos aprender a viver desprendido dos bens para nos servirmos apenas do necessário para a nossa existência, assumindo a verdadeira felicidade apresentada no sermão da montanha em Mateus capitulo cinco.
Do mesmo modo que aqui chegamos, retornaremos. Somos pó e ao pó retornaremos e nele nos transformaremos. Por este motivo, nunca deveríamos fazer questão por aquilo que dizemos possuir. As nossas posses diante de Deus não servem para nada e poderão se transformar contra nós diante do Pai pelo modo como nos comportamos diante delas.
A pessoa sábia, portanto, é aquela que ao longo do tempo vai se tornando cada vez mais livre de tudo e de todos para ter apenas a Deus como a referencia absoluta de sua existência. Como diz São João em sua primeira carta no capitulo cinco versículo doze “Quem tem o Filho tem a vida”.