5 de janeiro de 2011

A Saúde está gravemente doente.


Para que uma população tenha vida digna é necessária a existência de três colunas: a saúde, a educação e o trabalho. A saúde é a condição básica para as demais e, deveria ser a prioridade do estado brasileiro. Não adianta dar tanta ênfase ao aumento da media de vida da população se o estado não tem o suporte suficiente para a assistência a uma população idosa.

Existe um grande conflito entre os dados oficiais e a realidade de cada lugar. Os estados investem alto em propaganda para mostrar o funcionamento e a qualidade do atendimento nos hospitais. Quem não se lembra da maravilha a respeito da saúde aqui em nosso estado? A propaganda nos remetia a um atendimento de primeiro mundo, mas na realidade, tudo estava voltado para um período de propaganda eleitoral.

Aquela máxima de que a medicina é um sacerdócio, tem deixado a desejar. Um atendimento médico só funciona um pouco melhor se o dinheiro chegar primeiro. Uma deixar um paciente em um hospital fica primeiro um cheque de dez mil reais.Mesmo assim, não se tem um atendimento de boa qualidade. A relação médicos, enfermeiras e pacientes é a mais fria e desumana possível. A pessoa da família que está acompanhando o paciente precisa ter a coragem de gritar para que chegue o medico numa situação de emergência.

O Serviço Único de Saúde é a maior farsa que já se criou neste país. Ele representa o sofrimento, o abandono e a morte dos pobres. As filas estão ai e a qualidade do atendimento. As pessoas morrem nos corredores dos hospitais ou de hospital em hospital sem serem recebidas para um atendimento. Considero o que de mais grave existe neste país, a falta de assistência à saúde por causa da inércia do estado. Veja a dependência das drogas é um caso de saúde publica, mas não levada em conta em lugar nenhum do nosso país.

A nossa pastoral carcerária perdeu um de seus membros na diocese de Cajazeiras. Com um problema cardíaco, lutava para uma intervenção cirúrgica. Fui com ele a uma consulta ao medico que faria a cirurgia. Ouvi do próprio medico que o mesmo aguardasse em casa que ele seria chamado quando o hospital dispusesse do material. O tempo de espera foi muito mais de um ano e não havia outra solução alem da cirurgia. Ele nunca foi chamado e veio a óbito no inicio deste ano. Esta é a qualidade da saúde e do atendimento para quem é pobre. Não adianta apresentar um país em desenvolvimento financeiro se continua tratando a população naquilo que de mais sagrado existe que é a vida.

Os hospitais e clinicas se tornaram uma fonte de renda com a circulação de bastante dinheiro. Esta uma realidade visível aos olhos de todos. Os convênios com o ministério da saúde os recursos não chegam a serem aplicados devidamente.

Nosso estado tem um PSP( Programa de Saúde nos Presídios), parceria com o Ministério da Saúde e o Ministério da Justiça. Em nenhuma das unidades prisionais do nosso estado: Roger, Guarabira, Campina Grande, isso tem funcionado dentro do plano previsto.

Não dispomos de dados para dizer que a saúde está com saúde. Quando os nossos estados tratarem desta questão com a devida competência e responsabilidade, apresentaremos a outra realidade.