15 de janeiro de 2011

O mundo e suas tragédias.

Em janeiro de 2010 o mundo ficou assustado com o que aconteceu no Haiti. A capital Porto Príncipe foi inteiramente devastada por um terremoto. Parece não se ter chegado ao numero exato de mortos. Ainda hoje, um ano depois, inúmeras pessoas, um milhão, continuam debaixo de tendas, sem nenhuma estrutura digna para sobreviver, sem comida, sem remédio, sem segurança. Ainda falta energia em muitos lugares. Centenas de crianças estão na orfandade vivendo da caridade dos outros. Uma imensa tragédia que em questão de minutos fez um estrado irreparável. A solidariedade internacional chega no momento mas depois ninguém sabe o que é feito com o dinheiro. A solidariedade passa a ser emotiva e momentânea.
Neste janeiro de 2011, a região serrana do Rio de Janeiro passou por uma grande tragédia, a maior de que se tem registro, com muitos mortos (mais de 500) e inúmeros desabrigados. A dor é imensa, quase insuportável. Famílias inteiras foram soterradas pela lama carregada pelas águas. Estes fenômenos estão se repetindo em muitos lugares do nosso país.
Os que acompanham o aquecimento global estão nos lembrando que a temperatura tem aumentado muito e todos podem comprovar pela própria experiência estas mudanças climáticas.
O que não podemos é fazer a leitura que alguns fazem até em nome de determinados setores religiosos que estamos no fim do mundo, ou, o mais grave ainda, que Deus está castigando a humanidade por causa dos pecados.
Já é comprovado que o ser humano tem se comportado de maneira perversa com a natureza e exatamente esse comportamento tem causado um imenso desequilíbrio ambiental. A nossa vida depende da vida da natureza. Devemos cuidar dela para que ela nos dê condições de vida. Em São Paulo, por exemplo, apareceu uma montanha de lixo que se destacava dentro da água. O aumento da água nas ruas não é só por causa das chuvas, mas por causa do lixo que deixa as galerias obstruídas. As águas não encontram mais seus caminhos para seguir e, por isso, temos os alagamentos.
Em relação ao numero de mortos no Rio de Janeiro como também em outros lugares, nos falta uma política de habitação como também a sensibilidade de quem insiste em construir onde não deve. Uma casa construída sobre a areia, sobre um lixão ou sobre barrancos é, sem sombra de duvidas, uma moradia sem confiança. Lamentavelmente é nessa situação que vive muitos pobres, entre eles nordestinos que fizeram crescer a riqueza do país no Rio e em São Paulo, mas que sobrevivem em situação de sofrimento e miséria, sobretudo em relação à moradia.
Os estados precisariam manter uma rigorosa fiscalização em relação às áreas de risco, o que infelizmente não acontece. Por isso, aumentam as tragédias e as despesas para a reconstrução de espaços. A moradia deve ser uma prioridade seguida de uma rigorosa política estatal para melhorar as condições de vida do povo brasileiro.