17 de junho de 2012

FESTAS JUNINAS

Depois de tratar temas pesados, hoje trago a quem me acompanha nesta coluna, uma reflexão mais própria e dentro do momento em que vivemos.
O povo nordestino tem o grande privilegio de celebrar o período junino como momento de festa e muita alegria. É um patrimônio nosso. Também para nós só neste mês e em nenhum outro podemos juntar os quatro santos populares, cada um com sua particularidade.
Santo Antônio como um grande pregador. Soube oferecer o pão da palavra associado ao pão que mata a fome. Por isso ainda hoje no seu dia se mantem a tradição da bênção e distribuição do pão para recordar a todos que o pão deve sempre ser distribuído e não guardado. Todos sabem que a partilha é uma das obrigações da vida cristã.
Em São Joao Batista encontramos uma grande figura bíblica. Ele mesmo se apresenta como a voz que grita no deserto com a tarefa de preparar os caminhos para Jesus passar. Uma tarefa que lhe custou a própria vida. No banquete de Herodes já embriagado e prometendo o que não devia, João Batista foi assassinado. Como sabemos, sua cabeça foi trazida numa bandeja. Ser profeta sempre custa caro. Jesus disse certa vez a respeito de João que entre os nascidos de mulher ninguém é maior do que ele.
Pedro, o apostolo fraco, capaz de negar o mestre, mas foi por três vezes interpelado pelo mestre se o amava. Como o negara três vezes, por três vezes também afirmara o seu compromisso de amar e seguir ao mestre. Foi a ele que o mestre o constituiu como rocha onde a igreja se ergueria.
Paulo, antes Saulo, o perseguidor dos cristãos. Judeu convicto tinha por finalidade perseguir até o fim que se dissesse seguidor de Jesus. Sem saber, foi convidado pelo próprio Jesus a uma mudança radical na sua vida: de acusador a defensor; de perseguidor a perseguido. Não existe duvida alguma: Deus chama quando ele quer e como quer. Por isso Paulo, depois de batizado passou o maior apostolo do seu tempo. Chamado ainda hoje de apostolo das nações por ele convertidas. As suas cartas são preciosas para os nossos dias pelos belos conteúdos.
Diante deste quadro que se manifesta para nós neste mês, temos dois importantes elementos. Ao primeiro já nos referimos como patrimônio do nordeste. Neste período as famílias de encontram e se confraternizam. Mesmo com a ausência da chuva e com o milho escasso que não pode faltar nesse tempo, mas a alegria tão contagiante que faz parte do nosso jeito de ser, ela não vai faltar. Cada povo precisa viver e celebrar de forma familiar e coletiva a alegria de sua cultura.
Outro elemento que não pode passar despercebido é a mensagem também espiritual deste tempo nestes santos padroeiros de muitos lugares. Nestes santos temos um exemplo vivo para as nossas vidas. Devemos assimilar a ideia de que santidade não é privilegio para alguns personagens da historia. A santidade é uma vocação. Ninguém pode se dá por totalmente satisfeito ao realizar uma profissão se não realiza a sua vocação a uma vida santa.
Santidade também não significa fugir do mundo e condenar tudo o que é do mundo. Esta postura é ante evangélica e anticristã. É necessário que vivamos a santidade dentro do mundo para também leva-lo a assimilar e adotar os princípios de uma vida santa.
Boas festas e muita alegria!