15 de dezembro de 2010

Dizimo: Herança do Povo de Deus

A igreja em todo Brasil vai descobrindo a necessidade de cada vez mais trabalhar a implantação mais efetiva do dizimo nas paróquias e comunidades. É necessário acabar a mentalidade que existe ainda em muitas pessoas que a igreja é rica, o vaticano tem muito dinheiro e, portanto, não precisa de ajudas.
A igreja é como uma grande casa composta de muitas famílias com suas necessidades. Muitas se pensa que a diocese envia dinheiro para as paróquias imaginando que a mesma faz este repasse porque recebe muitos recursos externos. O movimento é o contrario: Cada paróquia tem a responsabilidade de enviar o seu dizimo, que é a décima parte, recolhido dos fieis e das comunidades, para a cúria diocesana, que é órgão central na diocese para coordenar todos os serviços da igreja particular.
O dizimo não é uma invenção da igreja ou do padre. Não é o padre ou o bispo ou a igreja que pedem o dizimo, mas a própria bíblia. No Antigo Testamento, muito antes da chegada de Jesus, o povo de Deus, de maneira muito sábia, já vivia esta experiência de gratidão para com Deus através do dizimo. Veja o profeta Malaquias o que diz: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós bênção sem medida.” Ml 3.10, 11 e 12
Devemos corrigir um pouco a nossa linguagem. Por exemplo, ninguém para o dizimo. Onde existe pagamento existe compra e venda. O dizimo é sinal de gratidão por tudo aquilo que Deus já realizou em sua vida. Quem reconhece que em sua vida tudo veio de Deus, tem para com Deus este gesto: oferecer a Deus parte daquilo que Deus já nos ofertou.
Ainda no Antigo Testamento encontramos as seguintes passagens no livro do Levitico e do Deuteronômio acentuando a idéia que tudo pertence ao Senhor:
"A décima parte das colheitas, tanto dos cereais como das frutas, pertence a Deus, o SENHOR, e será dada a ele." Lv 27.30
"Certamente, darás os dízimos de todo o fruto das tuas sementes, que ano após ano se recolher do campo." Dt 14.22.
Dizimo é um gesto de amor. Quem tem amor e à sua igreja vai colaborar cheio de fé com a consciência de que a sua presença e a sua doação em todos os aspectos fazem parte da sua vocação cristã. É bom lembrar que não é simplesmente dinheiro que a igreja precisa. As ofertas como também o dizimo devem ser uma conseqüência da nossa participação e da nossa pertença ao povo de Deus.
Algumas paróquias adotam a possibilidade de escolha para ser ofertante ou dizimista. Esta pratica impõe valores. Não devemos adotar este esquema. Cada dizimista é também ofertante quando participa das celebrações. Alem do mais não podemos determinar valores para o dizimo já que a decisão é da competência consciente e das possibilidades de cada dizimista. O tamanho da sua consciência será o tamanho da sua gratidão para com o seu Criador e Pai.
Em tese, cada pessoa cristã batizada deve ser automaticamente uma pessoa dizimista por se tratar de uma experiência que está inteiramente presente na dinâmica do da fé e da gratidão do povo de Deus. A ausência desta pratica cria uma situação muito desconfortante em nossas paróquias. Diante das necessidades é necessário recorrer a bingos, rifas, leilões, campanhas, o que seria dispensável diante de uma comunidade consciente e participante em todas as atividades e, conseqüentemente como dizimista.