27 de julho de 2018

O Pastoreio


O pastoreio


A imagem do pastor está presente em toda a bíblia. Deus sempre se apresenta como o pastor do seu povo que é o rebanho do Senhor. Deus ao longo do tempo entrega responsabilidades a reis, sacerdotes e governadores para que cuidem devidamente do rebanho.
 No livro dos provérbios 27,23 existe uma palavra dirigida no plano pessoal com o seguinte teor: “Esforce-se para saber bem como suas ovelhas estão, dê cuidadosa atenção aos seus rebanhos.
Podemos aqui perceber que o ser pastor implica numa atividade voltada para o individual e o coletivo também”.
A quem se refere o texto, que hoje é a todas as pessoas que assumem missões das mais diversas, para que tenham uma atenção para cada pessoa que está aos seus cuidados e que ao mesmo tempo não esqueça do rebanho. Na verdade, o pastoreio é o cuidado com a vida integral, tanto pessoal como coletiva de um povo que sempre terá problemas individuais e problemas comuns.
No capítulo 23 de Jeremias, Deus adverte os pastores com a expressão: Ai dos pastores... esse “Ai,” é usado por Jesus, contra os fariseus e contra os ricos. Trata-se de uma chamada de atenção pela falta de   compromisso com a tarefa a ser desempenhada em relação às leis e ao dinheiro. 
Deus adverte os pastores através de Jeremias porque eles deixaram o rebanho se dispersar, tirar proveito. Isso é tão grave que Deus ameaça castiga-los pelos maus procedimentos. O rebanho que precisa de todos os cuidados dos pastores e acabam expostos a todo tipo de sofrimentos por causa do abandono dos mesmos.
Deus não apenas ameaça mas toma as providencias. Ele próprio vai reunir as ovelhas dispersas e cuidará para que tenham pastores. Não é por acaso que no Salmo 22 todos podem rezar: “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”.
Nessa atitude de Deus, de providenciar, cuidadores para o seu povo, aparece Jesus que se apresenta como o Bom Pastor (Joao 10,14-16) que diferente de todos os demais, Ele dá a sua vida pelo rebanho.  Assim, pastorear é cuidar de maneira plena para que o rebanho seja salvo materialmente e espiritualmente, que não falte o alimento das ovelhas.
Na primeira carta de Pedro, 5,2-4, o apostolo também chama a atenção dos pastores que olhem para o rebanho não por obrigação mas de livre vontade. Esta missão não pode ser feita de má vontade ou como uma imposição, mas, acrescenta o apostolo, com o desejo de servir. “Não ajam como dominadores”. O cuidado do rebanho só pode acontecer verdadeiramente quando existe um verdadeiro amor a Deus.
“Pedro, tu me amas? Apascenta as minhas ovelhas”. João 21,15. A condução do rebanho, com tudo o que ela implica só será possível através de um amor incondicional e preferencial a Cristo para que o envio em busca da ovelha perdida aconteça no seguimento Dele.
Como podemos trazer para hoje esta realidade? Quem são os pastores/as de hoje? Como estas pessoas estão desempenhando esta função? Como anda o rebanho do povo de Deus? Como estão de saúde, na educação, na moradia, no salário e emprego, na vivencia da fé, na sua comunidade?
As organizações que temos, estão a serviço de quem, de todas as pessoas ou de algumas?
O rebanho do Senhor é o mesmo: somos todos nós com todas as demandas e necessidades. Como estamos sendo cuidados e como estamos cuidando uns dos outros?
Não podemos nos esquecer que a dimensão pastoral, o pastoreio, é a vivencia da caridade que nos impulsiona a cuidarmos devidamente da vida dos nossos semelhantes e não necessariamente ou exclusivamente das pessoas amigas.