27 de maio de 2010

Prisao: fatos.

Fazendo a leitura dos fatos é fácil perceber como o ser humano e sobretudo as instituições sempre usam dois pesos e duas medidas dependendo do interesse que está no jogo.
Todos nós nos lembramos do incêndio no presídio do Róger em outubro de 2009. A pesquisa na internet apresenta inúmeras informações, inclusive desencontradas. O fato se tornou manchete nacional de gravíssima repercussão. Todos os dias a imprensa noticiava a situação e o número de mortos. Pude visitar as dependências do hospital de trauma com o padre Guido e sou testemunha da deplorável situação dos que se encontravam a disposição da justiça e na responsabilidade do estado. Sobre o numero de mortos houve depois uma decisão, com toda certeza, de que não mais se divulgariam os óbitos. Certamente alguém chegou à conclusão que não seria interessante para o estado, do ponto de vista político fazer aquela divulgação. A moral da historia é que não se tem nenhuma informação sobre o real numero de falecidos e muito menos de quem foi a responsabilidade por aquela situação.
Diante de outro fato sem nenhuma vitima nos deparamos com outro comportamento.
Também nos recordamos de uma fuga no PB 1 no dia 24 de março de 2010. Em primeiro lugar, parece que tinha sido uma fuga em massa.
É claro que fuga é falta grave na Lei. Mesmo assim, qualquer pessoa presa se tem a oportunidade, sobretudo quando compra a fuga, vai tentar voltar à liberdade.
Foi uma tempestade sem proporções para punir os responsáveis. No fim da historia sobrou para um policial que ficou indiciado. Não estou dizendo se o mesmo é culpado ou não. A questão está na diferença de atitudes entre as duas situações. A última Põe em evidencia a “segurança do estado”. A segunda é sem importância. “Temos menos bandidos já que ‘bandido bom é bandido morto”. O problema se agrava quando entre os bandidos estão os nossos mais próximos pelos laços familiares. Normalmente muda o nosso discurso.
Jesus dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.

Pe Bosco