A Coordenação Nacional da Pastoral Carcerária
esteve reunida em São Paulo durante três dias (10-12 de setembro 2013), discutindo
e aprofundando a sua missão na igreja do Brasil, procurando ser presença na
vida da pessoa presa, seus familiares como também em todos os ambientes onde se
reflete a sobre a situação prisional. Foi uma segunda etapa de uma analise
institucional do trabalho desenvolvido pela mesma.
As igrejas particulares, isto é, as dioceses, são
responsáveis pela missão junto à pessoa presa.
Em cada cidade com sua cadeia ou presidio, a
comunidade local, com o seu pároco tem a responsabilidade de prestar a
assistência a quem está na prisão. A prisão é uma comunidade dentro da
comunidade paroquial que deve ser assistida como as demais comunidades. Ali
estão homens ou mulheres da própria comunidade e das comunidades vizinhas e as
vezes de mais distantes, não importa.
As dioceses vão contar com o apoio das coordenações
estaduais que contarão também com o apoio da coordenação nacional. Cada
coordenação com o seu papel a serviço da pessoa presa e seus familiares.
A Coordenação Nacional faz a ponte com a Pastoral
latino americana e internacional, como também no âmbito nacional cumpre o papel
de influenciar e suscitar politicas publicas para o sistema prisional, como
também se posiciona diante de discussões como Porte de Arma, Revista Vexatória,
Privatização de Prisões, Conselhos da
Comunidade, Policia Penitenciaria, Celas de Castigo, Assistência Religiosa,
Dignidade Humana, Mulher Presa, etc. E em
comunhão com o Cone Sul, um mundo sem prisões.
Trata-se de uma missão não compreendida por aquelas
pessoas que não compreendem a realidade prisional e que nunca foram vitimas
dela, mas muito querida e necessária para a família que vive a experiência
prisional.
A grande missão da igreja é anunciar o evangelho
através do testemunho e da presença junto aos mais pobres e marginalizados.
Assim a pastoral carcerária tem se colocado como presença nas unidades do
Brasil e do mundo.
Só aquelas pessoas que defendem a violência e o
castigo é que questionam a presença e a missão da pastoral. Essas pessoas não
conseguem perceber que quem perde a liberdade não perde a sua dignidade e os
direitos inerentes à sua condição humana; que esses direitos não podem ser
violados pelo Estado que tem por função garanti-los.
Acontece que a história é a mesma. Jesus também foi
duramente criticado por dar atenção aos marginalizados do seu tempo, mas a sua
resposta era muito claro aos dizer que quem está bom não precisa de médico, mas
os doentes sim. Nas prisões de hoje estão os doentes e marginalizados da
sociedade, vitimas de uma sociedade que exclui, mata, marginaliza, tira o que
pertence aos outros. Por isso a pastoral chega como o Bom Samaritano que se
aproxima para prestar a assistência possível, consciente de que o Estado tem a
obrigação de cumprir com as suas responsabilidades ao custodiar os sentenciados
e os que aguardam sentença.
A pastoral, além da assistência religiosa e da
formação crista no cárcere, cumpre também um papel de controle social já que
mantem uma presença sistemática no mundo das prisões, sobretudo para que a vida
de todos os que fazem o sistema e nele cumprem penas, seja colocada acima de
tudo.
Parabéns para a Coordenação Nacional pela
iniciativa da análise das atividades da pastoral.