A Pastoral Carcerária Nacional, através
de sua coordenação está avaliando a sua caminhada, revendo e refazendo a sua
historia. Trata-se de identificar pessoas e acontecimentos. As ações são
inúmeras ao logo dos tempos: nos anos 60 já se tem noticias de uma apostila de
formação para agentes de pastoral. Pessoas diversas pelo Brasil a fora deram
suas contribuições.
Muita coisa pode ser objetivamente
avaliada e identificada, mas há algo que escapa à nossa reflexão uma vez que a
pastoral é feita de encontros, confidencias, sentimentos, tempo, meditação,
vida doada, etc. Esses dados jamais poderão ser avaliados, portanto, para além
daquilo que se pode identificar está um patrimônio humano-espiritual.
A pastoral continuará a sua missão
revendo a sua pratica e retomando cada vez mais a sua tarefa junto às pessoas
encarceradas.
À luz do Documento de Aparecida o trabalho
da pastoral carcerária tem uma atividade missionária no cárcere e naquilo que o
circunda, sendo a presença da igreja: aquela que somos e aquela que também
representamos. Tudo isso acontece através da visita. Como Deus visitou o seu
povo; como Jesus fez da visita uma de suas atividades missionárias, a pastoral
visita para ir ao encontro de Cristo encarcerado. (Eu estava preso e vocês
foram me visitar). Mateus 25
Nas diversas visitas por todo país,
temos nos deparado com inúmeras situações de sofrimentos, não só causados pela
prisão em si mesma, mas sofrimentos causados pelo sistema prisional vigente. A
LEP tem muito menos importância do que uma regulamentação local, estadual. O
desrespeito à legislação vigente é visível:
Sanção coletiva quando só os culpados
deveriam ser punidos; entre essas sanções estão: retirada do banho de sol,
suspensão da visita de familiares, isolamento em ambientes desumanos, violência
física, tortura psicológica, falta de assistência à saúde, disparos com armas
de fogo letais, etc.
É visível que se fala de programas em
vista da educação com pequenos ensaios, mas a ação de repressão é permanente.
Tudo aquilo que se presta para causar sofrimentos, para alem da prisão, se põe
em pratica.
A forma como a prisão está organizada é
um celeiro de doenças: sujeira, a falta e o controle da água, ausência do sol,
sem material de higiênico, má alimentação, etc. O remédio disponível para 700
pessoas detidas não é suficiente para 50, isto é, trata-se da quase ausência.
A justificativa sempre apresentada é
comparar com a situação dos que estão em liberdade, como se as pessoas detidas
tivessem perdido os direitos dispensados a todos os seres humanos.
Precisamos publicar matérias exitosas
que devem ser buscadas, discutidas e implementadas. O importante é que o estado
brasileiro não se ponha como sabedor e detentor da situação, mas que toda
sociedade deve se sentir chamada e comprometida com a vida prisional.
pebosco@yahoo.com.br