O papa
Francisco no Rio de Janeiro se tornou manchete para o mundo na Jornada Mundial
da Juventude. Cristãos católicos como também cristãos evangélicos elogiaram e
se emocionaram diante das cenas assistidas. O papa deixa muitas mensagens:
encontrou-se com autoridades civis e eclesiásticas, com jovens dependentes,
crianças, atendeu algumas confissões, cumprimentou muitas pessoas, realizou
visitas, realizou muitos momentos celebrativos, enfim, encantou a muitas
pessoas e deixou muitas lições, dentre elas é importante destacar algumas.
A
simplicidade apareceu como algo importante na visita do papa, não só em suas
palavras, mas em seu exemplo. O papa não aceitou um carro oficial, o papa móvel
estava aberto, sem vidros de proteção; o papa levava consigo a sua bolsa ao
desembarcar e embarcar no aeroporto. Ao mesmo tempo o papa defendeu a
simplicidade como sendo uma das exigências para o nosso tempo, tida por ele
como vontade de Deus. De fato, como vivemos na cultura da ostentação certamente
a vida cristã deva ser um testemunho de vida simples, lembrando e retomando a
simplicidade do próprio Jesus.
Outro
grande tema tratado pelo papa foi a presença ou proximidade. O papa lembrou que
a igreja como mãe não pode estar ausente ou distante. Foi por isso que o
próprio papa fez questão de estar perto das pessoas em sua visita, acolhendo
crianças, descendo do papa móvel, quebrando protocolos e deixando clara a
ideia de que não basta acolher, mas ir ao encontro. Esse princípio é essencial
para a missão e a evangelização que acontecem de forma eficaz através da
presença. Por isso o papa insistiu que é necessário ir às ruas e periferias. O
papa defende aquilo que a igreja latino-americana incentivou muito: a presença
através das comunidades eclesiais. Nesse horizonte está também a imagem
apresentada pelo papa antes de sua vinda ao Brasil quando disse que preferia
uma igreja acidentada a uma igreja acomodada. De fato, o futuro da missão da
igreja tem que ser no modelo e estilo de Jesus que ia circulando pelas cidades
e povoados e de casa em casa. Temos que tornar como habito continuo o
ministério da visitação. Sair de si, esvaziar-se, para ir ao encontro do diferente
é um desafio e uma necessidade.
O papa
ainda em sua visita repetiu o tema da partilha e da solidariedade, usando ate a
conhecida expressão “mais água no feijão”. Temática de um grande desafio para
os nossos dias onde muito se pensa em ganhar. Foi nessa preocupação que o papa
falou de vida simples e de desapego ao dinheiro dizendo que os religiosos
deveriam trilhar esse caminho de simplicidade, partilha e serem desapegados. De
fato como sabemos, em meio à riqueza está a fome, a doença, a exclusão social,
etc. Ter o necessário para a sobrevivência com dignidade é uma necessidade e um
desejo de Deus, portanto, quando falta o essencial para algum ser humano viver
com dignidade, entre outras causas, lhes faltou a solidariedade que não
consiste simplesmente em dar esmolas mas em oferecer-lhe as reais condições de
sobrevivência como o trabalho, por exemplo.
Concluindo,
o papa ainda acenou para um aspecto importante: o dialogo entre todos os
grupos, religiosos ou não, na perspectiva de construção da paz no mundo. De
fato, nada impede que cada grupo mantenha a sua identidade religiosa e se
coloque a serviço de um mundo melhor, pelo dialogo e através de ações que
possam transformar as relações humanas.