Mês de janeiro de 2015 o nosso estado
aparece em destaque no índice de violência. A manchete é assustadora no
G1: Homicídios crescem 200 por cento. Ao lado disso uma manchete: em
2014 houve um investimento de 202 milhões na segurança pública na
Paraíba.
Os números falam por si. Basta que cada pessoa faça a sua
reflexão; olhe ao seu redor, em seu bairro, sua rua, sua comunidade, sua
cidade e perceba os efeitos desse investimento.
Segue dados da
matéria: “O número de vítimas de crimes violentos na Paraíba cresceu
200%, mesmo sendo o estado do Nordeste que proporcionalmente mais
investiu no aumento de seu efetivo policial. O desafio de enfrentar a
violência se mostra bem mais complexo que o atual investimento na
segurança pública, conforme o estudo inédito "Panorama dos homicídios no
Nordeste brasileiro: dinâmica, nexos causais e o papel das instituições
coercitivas", da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).”
Uma
observação pertinente aparece: pelos dados, não se combate a violência
com dinheiro e com o aumento de policiais. Não é que os mesmos não sejam
necessários. Se cresceu o efetivo e cresceu a violência, há algo nesse
caminho que não está correto.
Talvez seja necessário pensar que uma
política para a segurança pública que combata a violência deva envolver
as famílias, as comunidades, as escolas, etc. Existem cidades tidas como
as mais violentas do estado. Seriam Cabedelo, Santa Rita, João
Pessoa... O que fazer então?
Parece uma grande necessidade começar
dialogando com essas populações para saber qual é a real situação e quis
são as necessidade. Não basta ocupar, fazer uma UPP como se isso fosse o
suficiente, pode, naturalmente, ser peça importante do processo de
diálogo com a comunidade. As pessoas das comunidades, vítimas da
violência precisam externar suas situações para que o estado pense a sua
atuação.
A grande dificuldade das instituições do nosso país é a
burocracia e a falta de vontade de fazer o novo, a diferença. O dinheiro
existe e acaba sendo desnorteado pela burocracia e pelas licitações.
Hoje a Petrobras, por exemplo, é o único foco de atenção. Com isso, se
desvia o olhar das tantas outras situações onde o dinheiro escorre pelo
ralo.
Por esses e tantos outros motivos é que se passa anos fazendo o
mesmo discurso sobre saúde, educação, segurança, isso apenas, em tempos
de Campanha. Por todo país a realidade que se manifesta é a mesma nesse
tripé: filas e mau atendimento nos hospitais, escolas abandonadas e a
violência campeando e trazendo problemas para a saude por que se quer
assumir uma política de segurança pública feita a partir das realidades
de cada comunidade. As verbas existem e o dinheiro é gasto mas não se
consegue visualizar seus efeitos segundo os dados como aqui em nosso
estado.
O grande problema é que estamos perdendo vidas e muitas vidas sobretudo entre os nossos jovens.
Ao
lado de tudo isso alguns dos nossos políticos, sem mentalidade
Política, querem agravar a situação pensando em redução da maior idade,
endurecer as penas: medidas que cada vez mais aumentarão as práticas
violentas em nosso meio.
A cultura da violência tem sido muito
difundida em todas as relações. Precisamos trabalhar uma cultura pela
vida com atitudes não violentas. Precisamos resgatar o velho Gandhi. As
armas nunca irão acabar com a violência; elas não existem para isso mas
para o contrário.