A Pastoral Carcerária X Papa Francisco
A Pastoral Carcerária Católica é vítima de críticas, por causa de sua
missão. Jesus e os profetas, mais que criticados foram também mortos por causa
da fé e da missão. O segredo da missão consiste em perseverar até o fim. Na
nossa pastoral temos os dois exemplos: pessoas que se afastaram e pessoas que
lutaram até que as forças fossem suficientes.
Não temos só críticos, mas incentivadores\as. Essas pessoas também são
muitas. O padre Valdir João, o nosso coordenador nacional já nos lembrou a
respeito do novo agente de pastoral carcerária, o PAPA FRANCISCO.
Basta pesquisar um pouco, sem muito esforço, e vamos encontra-lo falando
sobre as prisões, falando aos capelães, visitando-os, celebrando com eles, respondendo
cartas, dizendo que lhes telefonava, e, se perguntando: porque eles e não eu?
Também o papa já disse refletir sobre o texto do juízo final que nos apresenta
a caridade e não a oração como critério para o julgamento final. Isso tudo que
nos dizer que o papa é, de fato, um grande incentivador da missão da igreja em
todos os campos.
O papa tem pedido a toda a igreja que sai de si e vá até às periferias, geográficas
e existenciais. Penso que a periferia existencial mais crítica seja a
prisional. Por isso, ali está a pastoral, espalhada por todo esse imenso
Brasil, sem receber nada de material em troca. Muitas vezes ouvindo xingamento
de terceiros, mas fiel, atendendo ao convite do papa para encontrar Jesus
Crucificado e aprender com a sua dor para com ele ressuscitar.
Essa periferia geográfica é reservada para os pobres. Muitas vezes
afastada de tudo e de todos. Só os familiares e a pastoral assumem o
compromisso de acompanha-los naquela situação feita para desestruturar e
destruir a pessoa humana.
A pessoa presa sabe que pouco a pastoral pode fazer, mas dá sempre
graças a Deus pela chegada e presença. “Seria muito pior a nossa situação sem vocês”,
dizem as pessoas presas por ocasião das visitas.
A pastoral de Jesus, também a do papa é aquela na qual se busca por
primeiro o bem estar das ovelhas. O pastor se for bom, é aquele que dá a vida
pelas suas ovelhas. Não se pode esquecer que em uma comunidade paroquial onde
existe uma cadeia ou um presidio, o padre não pode dizer que não vai visitar
por que tem medo. As pessoas detidas são parte integrante do rebanho e o pastor
não pode ter medo das ovelhas, nem dos lobos, pois ele precisa salvar as ovelhas
dos perigos. Quem está na prisão está submetido a inúmeros perigos. Nós, que
sempre ouvimos as histórias das prisões sabemos do medo a que são submetidos
estes irmãos e irmãs.
A igreja, no exercício da sua missão, corre o risco de se acidentar, de
ser vítima de algo inesperado. O papa Francisco prefere essa igreja que se
expõe e não aquela que se tranca e se esconde. O próprio papa se expõe em suas
visitas para poder ficar perto das ovelhas, para dar o exemplo a todos. Assim a
pastoral carcerária também não pode se esconder, ficar com medo. O “objeto” de
sua ação é a pessoa presa e, por isso, ela não pode perder o foco no seu
encontro com quem se encontra segregado, condenado pela sociedade, pela mídia e
pela justiça.