A
igreja tem sua origem nas palavras de Jesus que disse: “Ide pelo mundo e fazei
discípulos meus, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo”.
Mt. 28.
A
origem do Cristianismo cumpriu essa tarefa de anunciar para fazer discípulos
antes de batizar. Vale salientar que a adesão e a iniciação cristã aconteciam
em um contexto de muita perseguição e mortes, por isso, se assumiu o batismo de
sangue como uma condição para aquelas pessoas que se preparavam e não chegavam
ao batismo.
Ao
longo do tempo, a igreja esqueceu-se do discipulado e começou a batizar de
forma indiscriminada, a exemplo da experiência adotada no “descobrimento” do
Brasil. Essa pratica acaba se difundindo ao longo dos anos através da criação das
paróquias que funcionaram por muitos anos para essa finalidade.
Nesse
modelo que ainda perdura, a igreja, com todos os seus serviços está muito
voltada para si mesma. Ela pode até fazer um trabalho que pareça interessante,
mas a preocupação é consigo mesma.
O
Concilio Vaticano II lembrou a presença da Igreja dentro do Mundo, no documento
Gaudium et Spes, mas ao longo desses anos não se chegou a efetivar como esse
presença se daria.
A
partir do Documento de Aparecida, (2007) tem ficado claro que a igreja não
responde mais aos apelos do tempo presente, fazendo uma pastoral de mera
conservação. O que seria isso?
Uma
pastoral que repete os mesmos acontecimentos ao longo do tempo; uma pastoral
que se volta para a manutenção do templo; uma pastoral que mantem tudo em torno
da igreja matriz. Olhando bem, esse modelo que o DA identifica, está muito
presente na prática de nossas paróquias, ainda muito centralizadas. Tudo aquilo
que acontece de mais importante, acontece na matriz.
O
DA tem nos convidado a uma pastoral decididamente missionária. É ai que se fala
da conversão pastoral. O papa Francisco, que participou decididamente da
elaboração do DA tem ajudado muito a compreender em que consiste essa mudança
na vida pastoral e missionaria da igreja. O mesmo tem lembrado que a igreja
existe na medida em que ela se encontra em saída. Ser uma igreja em saída
significa realizar todas as suas atividades com essa preocupação: estamos em
caminho e não podemos nos demorar, nos estabilizar. A vida pastoral muitas
vezes consiste em criar uma estrutura tão pesada e complexa que não se consegue
caminhar. O espirito missionário nos põe numa consciência de que não podemos
nos fixar no caminho.
As
pastorais sociais e a nossa pastoral carcerária também precisam fazer um
caminho de missão. A mera conversão é sempre mais fácil e cômoda.
Qual
é o caminho para seguirmos uma pastoral missionaria? Só temos uma indicação
certa: fazermos o caminho do discipulado. A pastoral que tem o modelo de Jesus
como referência, fará certamente uma pastoral missionária, que consiste em
chegar onde estão as pessoas afastadas, não para levá-las para o centro, mas
para fazê-las igreja onde estiverem. Temos, portanto, que avaliar a nossa
missionariedade à luz do mestre Jesus.