VIGÍLIA PASCAL
11/04/2020
PE BOSCO
Hoje a igreja celebra a
Vigília Pascal, a mais importante, a mãe de todas, como nos disse Santo
Agostinho. É a uma noite muito bonita, mas nem sempre bem seguida pelo nosso
povo que termina ainda a sua semana santa na sexta feira com a procissão do
Senhor Morto. É a identificação do nosso povo com o sofrimento seu e do próprio
Jesus.
Esta noite santa é rica de
muitos simbolismos. Inicia-se a celebração com a bênção do fogo, o círio e as
velas. Num ambiente escuro a luz aparece, ilumina e aquece aos presentes. É a
luz, símbolo do próprio Cristo glorificado. Ele é a luz do mundo como havia
anunciado. Na procissão do círio, quando possível, seguimos a luz, com nossas
velas. Quem me segue, disse ele, não andará nas trevas. Devemos seguir com essa
consciência. Cada pessoa batizada deve ser extensão da luz do próprio Cristo.
O próprio círio é muito
significativo: a chama, os cravos, o ano celebrado. Cristo ontem, hoje e
sempre. Não se trata de uma simples vela. É por isso que após a festa de
Pentecostes o círio está presente nas celebrações do batismo e da crisma.
A liturgia da palavra é especial
por contemplar a presença de Deus ao longo da história desde a sua origem, a
criação. Deus não desiste daquele que é a sua imagem, por isso, em seu filho
realiza uma nova criação, pela ressurreição de Jesus.
Os sacrifícios oferecidos no
templo faziam parte do ritual para que as pessoas pudessem se entender com
Deus, mas isso se tornava o templo uma casa de comércio. Por isso, Jesus passa
a ser o sacrifício definitivo oferecido ao Pai. Ele agora é sacerdote, altar e
cordeiro. Deus não aceita que Abraão sacrifique Isaac preparando o sacrifício
do seu filho para a redenção do mundo.
Na passagem do mar acontece a
saída da escravidão do Egito, na busca da terra prometida. O povo de Deus
passou 40 anos no deserto até chegar a uma nova terra, mas voltou a ter os
mesmos costumes. A terra prometida por Deus não é na terra, mas no céu. A
verdadeira passagem acontece com Jesus, Ele é o primeiro dentre os mortos para
que nele todos nós também passemos para terra prometida. Ele nos assegurou que
na casa do Pai há muitas moradas.
Antes da celebração da
eucaristia desta noite, ainda abençoamos a água, renovamos as promessas do
nosso batismo e nos aspergimos. É o desejo e o compromisso que não podemos
esquecer, da vida nova que recebemos no dia em que nós batizamos, morremos com
Cristo e com ele retomamos a vida, chamados a viver a graça duma vida
reconciliada.
O evangelho desta noite já
apresenta o Senhor que vence a morte. No terceiro dia, como Ele havia
anunciado, aconteceu a sua gloriosa ressurreição. Os que estavam felizes com sua
derrota, agora não conseguirão detê-lo. O Senhor se manifestará se tornará
presente, livre de todas as amarras.
Agora a nossa missão é
anunciar essa vitória, não só com as palavras, mas com o nosso testemunho de
amor, bondade, solidariedade. A vida venceu a morte. A morte para sempre não
terá a última palavra. Deus é o Deus para vida, pelos séculos sem fim.
Uma santa páscoa para todos
nós.