TEMPO DE RECOLHIMENTO
20/04/2020
PE BOSCO
Começou-se a ouvir sobre a
Covid 19, mas não se tinha noção do que ela significaria. De repente, o mundo
todo foi caindo na real e se dando conta de que havia uma situação preocupante
para todas as pessoas. As medidas foram sendo anunciadas: alguns levaram em
conta e outros não. A situação tem sido muito dura para quem relaxou e mais
amena para quem tomou a sério os cuidados recomendados.
Passado um pouco mais de um
mês de isolamento em nosso estado da Paraíba, tem crescido o número de pessoas
mortas e infectadas, mas a real situação é desconhecida no Brasil todo pelo
fato de pessoas doentes não chegam a ser diagnosticadas. Não se saberá mesmo
nos países chamados desenvolvidos, o número das vítimas. É que os chamados
desenvolvidos foram pegos de surpresa e se deram conta de que não estavam tão
desenvolvidos assim. Tem se comentado que vivemos como iguais, diante da
doença. Ricos e pobres sem espaço não sobreviverão diante de uma gravidade que
sufoca o sistema de saúde por mais avançado que seja.
Muito preocupante é o não se
cuidar. Nas comunidades pobres já falta tudo, estão expostos a tudo. Falta a
comida e residem nas piores condições. Como falar em cuidados, em limpeza, em
máscara, se lhes falta o que fundamental que é a água e a comida?
Além do mais, existe todo um
movimento de pressão da parte dos mais ricos para venderem seus produtos, por
isso, a partir do presidente que não merecemos ter, para acabar com o
isolamento social. Se a forma de conter melhor a expansão da doença é essa,
como motivar o povo para sair para a rua? Em todo caso, as manifestações estão
acontecendo pelo país afora.
A solidariedade nunca foi tão
falada e praticada também. As pessoas estão se organizando, as empresas fazendo
doações, acontecem campanhas de arrecadação de alimentos, etc. alguém está se
dando conta de que a vida humana é muito frágil e percebem a necessidade de
fazer algo pelo outro.
A ciência está correndo
contra o tempo para descobrir uma vacina como também remédio que possa curar
aqueles que estão sofrendo terrivelmente com a doença. Dependendo do tipo de
internação e do organismo de cada um, muitos conseguem sair da doença mas
a maioria perde a vida.
A correria desenfreada de
tantas pessoas, sem tempo para si, para a família, os filhos e para outros,
reduzida para e hotel sozinho isolado, sem comunicação com ninguém.
Agora o tempo não é mais tão
curto; não passa mais tão rápido pelo fato de estarmos mais em comunhão com o
tempo, as horas e a convivência em casa. Mesmo trabalhando, o tempo passou a
ser diferente, isto é, seu ritmo não é mais o mesmo.
Agora, é aproveitar para
viver e fazer o que tínhamos esquecido em nome da falta de tempo.que cada
pessoa pudesse se perceber da importância de sua própria existência. Ninguém
conviva mais em casa. O que chamamos de casa era apenas um lugar onde
cada pessoa chegava cansada do trabalho e das chateações de vida e ali se
recolhia, como se tivesse num quarto de hotel.