A HUMANIDADE EM RECOLHIMENTO
06/04/2020
PADRE BOSCO
As pessoas, no mundo inteiro,
estavam habituadas a um ritmo de vida, no qual, ninguém se dava conta de nada,
nem de ninguém. Essa é uma das realidades dos tempos de pós ou de
modernidade.
De uma hora para outra, sem
planejamento algum, o mundo se parou com uma situação surpreendente, que
atingiu e desinstalou a humanidade inteira. O dia e a hora das surpresas sejam
quais forem, nós não sabemos, já nos advertia Jesus.
De fato, neste momento, todos
os povos, sem distinção de classe, estão passando pela mesma situação, sendo
todos obrigados a viverem recolhidos, no chamado isolamento social, ou
quarentena, como se tem denominado.
Os países de primeiro mundo,
que se sentiam seguros de si, numa vida econômica confortada, agora passam pela
mesma fragilidade. Uma fragilidade que é própria do ser humano como um todo,
independente de sua condição social.
Dizem que o mundo não será
mais o mesmo. Não se sabe em que consistirá essa mudança. Na verdade, ela
deveria no âmbito das relações de partilha e de fraternidade, para a superação
das diferenças e dos preconceitos que tantos males nos trazem.
Nós humanos, nestes tempos de
pandemia, devemos fazer uma profunda reflexão sobre o sentido da vida, nos
perguntando qual é a nossa missão neste mundo e como estamos aproveitando das
oportunidades que o senhor nos oferece, num tempo muito passageiro.
Certamente estamos percebendo
que é possível viver sem correr tanto. O que acontece hoje parecia impossível.
As famílias talvez vivessem no mesmo tempo sem comunhão e sem convivência
alguma por conta do trabalho. Hoje estamos a escolher entre o trabalho e a
defesa da vida e dos membros da família. Estamos condicionados a escolher
onde está o nosso bem maior.
Deus talvez tivesse sido
esquecido por muitos, descuidados da sua presença. Agora até os edifícios
próximos já conseguem se aproximar e rezar juntos, cada família n o seu
apartamento. Isso era impossível sem esse momento de recolhimento.
Diante de todas as situações
precisamos tirar lições de vida para nós. Sermos eternos aprendizes para um
maior crescimento humano e espiritual, compreendendo que não somos donos de
nada neste mundo, nem da própria vida. Ela pertence ao criador. A vida é um sopro
divino.
Aprender a compreender a
relatividade de todas as coisas e do absoluto divino que é Deus. Não nos
apossarmos do que não é nosso, mas de todos porque pertence a Deus.
Muitas famílias estão
perdendo o que mais precioso existe depois de Deus que são seus entes queridos,
um sofrimento jamais esperado nesses tempos de tantos avanços em todos os
campos da vida humana.
De fato, precisamos viver de
forma diferente, o mundo precisa ser diferente. O difícil é o aprendizado na
consciência individual e coletiva para novas relações de vida humana e também
com a natureza.